O vereador de oposição Paulo Igo (MDB) levou uma “bomba” ao plenário da Câmara Municipal de Mossoró nesta quarta-feira, 5. Com documentos em mãos, denunciou que o Abatedouro Frigorífico Industrial de Mossoró (AFIM) acumula uma dívida previdenciária de mais de R$ 10 milhões, além de conta negativa de mais de R$ 1 milhão com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS).
Mas como essa demanda financeira ficou acumulada? Em busca de resposta, o vereador apresentou requerimento à direção do AFIM para apresentar a prestação de contas e esclarecimentos necessários sobre a situação financeira da autarquia. No entanto, por determinação do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), a bancada governista derrubou o requerimento em plenário.
Nenhum vereador governista explicou a atitude, muito menos assessores do Palácio da Resistência. Indignado com a “blindagem”, Paulo Igo questionou o que motiva o prefeito Allyson a não ser transparente com as contas públicas. O vereador ressaltou que isso vem ocorrendo com todos os setores da administração municipal, uma vez que todos os requerimentos apresentados na Câmara, com pedido de prestação de contas, foram derrubados pela numerosa bancada governista.
Paulo também questionou o papel dos vereadores que apoiam a gestão municipal, lembrando que todos foram eleitos para fiscalizar o bem público, e não ajudar a esconder coisas erradas. “Vocês estão sendo coniventes com o que está acontecendo hoje na Prefeitura de Mossoró. Vocês estão negligenciando, decepcionando os eleitores que acreditaram em vocês”, criticou.
A bancada de oposição vai levar o caso do AFIM adiante, devendo, mais uma vez, bater à porta do Ministério Público Estadual (MPRN). “Precisamos saber o que está acontecendo com as finanças do abatedouro público, porque essa dívida de mais de 10 milhões de reais só com a Previdência é muito grave”, disse Paulo.
Caos
O vereador Omar Nogueira (PV) já havia feito denúncia sobre a situação do Abatedouro Frigorífico Industrial de Mossoró. Em 2023, após visitar o abatedouro público ele disse que encontrou o local sujo e insalubre, cenário que ele considerou “absurdo”.
“A podridão no local era grande. Muitos urubus rondando ali. Muito mato. Ali higiene não tem. Os culpados não são os comerciantes, porque os comerciantes pagam para abater o animal, já que a fiscalização exige. Mas o AFIM precisa ser reformado urgentemente, com a condição que está ali é de partir o coração, a catinga, urubu, muito sujo o local”, relatou Omar.
Situação de mercado popular é levado ao plenário da Câmara
Também na sessão da Câmara de Mossoró desta quinta-feira, 5, o vereador Omar Nogueira (MDB) denunciou sobre a situação dos comerciantes que atuam no mercado popular Vuco-Vuco. Ele afirmou que os comerciantes estão sendo prejudicados pela demora na reforma do equipamento e estão apreensivos com a incerteza sobre se serão contemplados com novos boxes.
“Alguns feirantes disseram que não estão conseguindo dormir, porque não sabem se vão receber os boxes ou não. A Prefeitura fez vários cadastros e até hoje não entregou nenhum documento para eles informando se vão receber. E ainda foram ameaçados de que se reclamassem com algum vereador de oposição poderiam ficar sem o box”, afirmou Omar.
O vereador lembrou que em 2023 apresentou um projeto para que os comerciantes fossem contemplados com auxílio de 600 reais enquanto as obras do Vuco Vuco não são finalizadas. “Mas a maioria aqui da situação foi contra e agora esses comerciantes continuam na espera, tendo prejuízo”, disse, referindo-se à bancada governista, que derrubou a sua proposta.
Cobal
O vereador reclamou também da demora na reforma da Cobal. “É um ponto turístico de nossa cidade e em pleno Mossoró Cidade Junina ainda não está pronto”, protestou.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.