Domingo, 17 de novembro de 2024

Postado às 08h30 | 20 Jun 2024 | PL e PT terão mais de 1/3 do Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões

Crédito da foto: Reprodução Fundo Especial de Financiamento de Campanha

Jornal de Fato

O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terão as duas maiores fatias do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para realização da campanha eleitoral deste ano. Por gravidade, as duas siglas, que polarizam a disputa nacional desde as eleições de 2018, terão maiores estruturas para elegerem o maior número possível de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores no pleito de 6 de outubro.

Os dois partidos vão receber mais de 1/3 do valor total do Fundo, que é R$ 4,9 bilhões. O PL, com maior cota, poderá dividir R$ 886,8 milhões entre seus candidatos. Já o PT, que vem em seguida, receberá R$ 619,8 milhões. Os dois juntos somam R$ 1.506 bilhão. Os dados foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O União Brasil é o terceiro com maior valor, R$ 536,5 milhões, seguido do PSD (R$ 420,9 milhões); Progressistas (417,2 milhões); MDB (R$ 404,6 milhões) e Republicanos (R$ 343,9 milhões).

O Agir, DC, PCB, PCO, PSTU e UP ficarão com os menores recursos e poderão gastar em torno de R$ 3 milhões nas suas campanhas.

O repasse dos recursos está previsto na Lei das Eleições e leva em conta a divisão igualitária entre todos os partidos registrados no TSE, que levam 2% do total, mais 35% em relação aos votos obtidos na Câmara dos Deputados, mais 48% conforme o tamanho da bancada na Câmara (fusões e incorporações), além da cota de 15% pela bancada no Senado.

O Fundo Eleitoral é repassado aos partidos em anos de eleições. O repasse foi criado pelo Congresso em 2017 após a decisão do Supremo, que, em 2015, proibiu o financiamento das campanhas por empresas privadas. Além do Fundo Eleitoral, os partidos também contam com o Fundo Partidário, que é distribuído anualmente para manutenção das atividades administrativas.

O valor destinado às eleições municipais foi alvo de polêmicas, no fim do ano passado, por representar um recorde e superar, em mais de duas vezes, o total reservado para as eleições de 2020 (R$ 2 bilhões). O recurso é equivalente ao distribuído para as eleições gerais de 2022 — quando foram eleitos presidente, governadores, senadores e deputados federais.

 

 Como é feita a distribuição?

Os recursos do Fundo devem ser distribuídos, em parcela única, aos diretórios nacionais dos partidos, de acordo com os critérios:

- 2%, divididos igualitariamente entre todas as legendas com estatutos registrados no TSE;

- 35%, divididos entre os partidos que tenham, pelo menos, um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos obtidos na última eleição;

- 48%, divididos entre as siglas, na proporção do número de representantes na Câmara, consideradas as legendas dos titulares;

- 15%, divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.

 

Veja quanto cada partido receberá do Fundo Eleitoral

AGIR - R$ 3,4 milhões

AVANTE - R$ 72,5 milhões

CIDADANIA - R$ 60,2 milhões

DEMOCRACIA CRISTÃ - R$ 3,4 milhões

MDB - R$ 404,3 milhões

MOBILIZA - R$ 3,4 milhões

NOVO - R$ 37,1 milhões

PCdoB - R$ 55,9 milhões

PCB - R$ 3,4 milhões

PCO - R$ 3,4 milhões

PDT - R$ 173,9 milhões

PL - R$ 886,8 milhões

PMB - R$ 3,4 milhões

PODE - R$ 236,6 milhões

PP - R$ 417,2 milhões

PRD - R$ 71,8 milhões

PRTB - R$ 3,4 milhões

PSB - R$ 147,6 milhões

PSD - R$ 420,9 milhões

PSDB - R$ 147,9 milhões

PSOL - R$ 126,8 milhões

PSTU - R$ 3,4 milhões

PT- R$ 619,8 milhões

PV - R$ 45,2 milhões

REDE - R$ 35,9 milhões

REPUBLICANOS - R$ 343,9 milhões

SOLIDARIEDADE - R$ 88,5 milhões

UNIÃO - R$ 536,5 milhões

UP - R$ 3,4 milhões

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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