Marcos Antônio Bezerra de Medeiros não tem capital eleitoral, nunca foi candidato a nada e seu conhecimento de política ainda é raso. No entanto, ele é de dentro da casa do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), daí, a sua principal referência para se candidatar à vaga de vice na chapa do atual chefe do Executivo mossoroense.
O Diário Oficial do Município (DOM) publicou a exoneração de Marcos Bezerra do cargo de diretor executivo de Atenção Integral à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde. A desincompatibilização ocorre dentro do prazo previsto no calendário eleitoral 2024, logo, ele está apto a ser candidato no pleito de 6 de outubro.
Afirmar que Marcos Bezerra já foi escolhido pelo prefeito é um exagero, mas ele é o favorito à vaga. Filiado ao PSD, por orientação do próprio Allyson, o agora ex-diretor executivo de Atenção Integral à Saúde é visto como um antídoto para neutralizar a campanha pela vaga de vice de outro ex-auxiliar da atual gestão municipal, advogado Paulo Linhares, também do PSD.
Governistas, orientados pelo prefeito, iniciaram uma ofensiva ao nome de Paulo, espalhando em grupo políticos que o ex-presidente do Previ-Mossoró não é da confiança de Allyson Bezerra. Por gravidade, Marcos Bezerra passa a frequentar os ambientes governistas, principalmente eventos organizados por vereadores da bancada do prefeito.
O prefeito confia bastante em Marcos Bezerra, por isso, o coloca como favorito à vaga de vice. Ter um nome de “dentro de casa” faz parte do projeto de Allyson de disputar o Governo do Estado em 2026, em caso de ser reeleito em 2024. Se isso ocorrer, o prefeito precisaria deixar o mandato em abril de 2026, daí, teria que ter no vice um nome de sua extrema confiança para continuar mandando na Prefeitura, mesmo fora do cargo.
Nos corredores do Palácio da Resistência e entre os aliados mais próximos do prefeito, a versão é que Allyson não confia em Paulo Linhares e que, dificilmente, o escolheria como vice. Só que Paulo pensa diferente e acredita que o seu trabalho na campanha de 2020, considerado importantíssimo para a vitória de Allyson, será reconhecido agora pelo prefeito.
Além disso, nos três anos e cinco meses que comandou o Previ-Mossoró, Paulo Linhares foi um aliado fiel e tomou decisões que favoreceram ao chefe do Executivo. Pessoas próximas a Paulo afirmam que ele tem tudo isso na memória e, também, guardado nos seus arquivos.
Allyson Bezerra queria o “braço direito” como vice
O prefeito Allyson Bezerra tinha um favorito para compor a sua chapa nas eleições deste ano: Kadson Eduardo. Mas o sonho virou pesadelo quando foi descoberto que Kadson estava condenado à prisão, pela Justiça Federal, por crime de falsidade de documento.
Visto como “braço direito” do prefeito, Kadson era uma espécie de faz tudo na gestão municipal. Ele assumiu e acumulou várias secretárias, inclusive, foi ele que negociou e fechou os contratos de todas as atrações do Mossoró Cidade Junina. Para isso, acumulou o cargo de secretário municipal da Cultura, sem nunca ter tido qualquer experiência nessa área.
Por ser da extrema confiança de Allyson, Kadson havia sido o “escolhido” para a vaga de vice. Só que, no fim de março deste ano, quando foi assinar filiação ao PSD, a direção municipal do partido descobriu que Kadson estava com os direitos políticos suspensos em razão da condenação à prisão.
O prefeito se viu obrigado a exonerar o homem de confiança da gestão, além de perder o nome que tinha como certo para ser o seu vice. A partir daí, o prefeito passou a pensar na possibilidade de Marcos Bezerra. Paralelamente, viu Paulo Linhares aumentar a pressão para preencher a vaga na chapa majoritária.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.