Amina Costa – Da Redação do JORNAL DE FATO
As quadrilhas juninas são tradicionais no período do são-joão e são elas as responsáveis por abrilhantar ainda mais esta época do ano, com suas belas apresentações que atraem milhares de pessoas para prestigiá-las. Por esse motivo, Mossoró precisa se orgulhar por ter uma representante local que se mantém entre as melhores de todo o Rio Grande do Norte e do Nordeste.
Há 21 anos, a Associação Cultural Lume da Fogueira mostra para os mossoroenses e para os potiguares que é possível fazer um são-joão de qualidade, mesmo com todos os desafios que são enfrentados a cada ano. Prova disso é que a Lume da Fogueira conseguiu se destacar não apenas no cenário estadual, mas também em todo o Nordeste, sendo eleita a melhor quadrilha junina da região, de acordo com a União Nordestina de Quadrilhas Juninas (UNERJ).
O grupo genuinamente mossoroense foi destaque em festivais de quadrilhas no Rio Grande do Norte e no Nordeste, e agora tem a oportunidade de se apresentar no Festival Nacional de Quadrilhas Juninas, que ocorre nos dias 27 e 28 de julho, em Brasília (DF). Essa é mais uma oportunidade de o grupo mostrar a força de Mossoró e do Rio Grande do Norte em um evento que vai reunir grupos juninos de vários estados do país.
Para estar presente no festival, os integrantes da Lume da Fogueira estão realizando uma campanha para arrecadar recursos, a fim de custear a viagem para a capital do país. “A campanha está sendo feita no intuito de arrecadarmos dinheiro para custear as dispensas do nosso grupo para o Nacional de Quadrilhas. Brasília é muito longe, somos 150 pessoas e não é nada barato fazer são-joão, mas estamos na batalha. Nas nossas redes sociais há informações sobre como as pessoas podem ajudar. Inclusive, fica o apelo aqui para os grandes empresários e admiradores do nosso trabalho, nos ajudem a chegar lá, o incentivo deles faz toda a diferença”, comentou o coreógrafo Abraão Morais, da Lume da Fogueira.
Abraão Morais comenta ainda que os principais desafios enfrentados pelos grupos juninos estão relacionados à falta de incentivo e à parte financeira, principalmente com a qualidade que o grupo precisa ter para se apresentar nos festivais. “Fazer são-joão hoje em dia é caro. Se não tivermos incentivos, fica difícil continuar com essa cultura. Por isso, imploramos para que os empresários da nossa terra ajudem aos grupos a manter essa tradição viva”, disse o coreógrafo.
No são-joão deste ano, a Lume da Fogueira mostrou que Mossoró sabe fazer são-joão, uma vez que venceu praticamente todos os festivais dos quais participou. O coreógrafo do grupo exaltou a importância das quadrilhas juninas, bem como de todo o esforço que os componentes fazem para manter a cultura viva. “Hoje, a Lume chegou aonde chegou por garra e coragem de todos os envolvidos. Mas, se não houver essa contrapartida, a Lume e todas as outras vão acabar não existindo mais daqui um tempo. As pessoas precisam entender que o Mossoró Cidade Junina existe e foi criado por conta das quadrilhas”, comenta.
Lume da Fogueira conquistou primeiro lugar em oito festivais
A história da quadrilha junina da Lume da Fogueira é de superação e de garra dos componentes, que mantêm a determinação para participar de eventos, mesmo com os grandes desafios que surgem a cada ano. No são-joão deste ano, a quadrilha junina de Mossoró participou de 10 festivais, dos quais obteve a primeira colocação em oito, entre eles o Nordestão e o Festival da Intertv Cabugi.
O coreógrafo da quadrilha junina falou para a reportagem do JORNAL DE FATO sobre o sentimento do grupo em ter conquistado tantos títulos e informou ainda sobre o futuro do grupo. Abraão Morais disse ainda que a parada que o grupo deu no ano passado serviu para amadurecer ideias e fazer refletir bastante sobre o são-joão.
Questionado sobre a sensação de ser o melhor grupo junino do Nordeste, Abraão comenta que isso é fruto de um trabalho árduo e muito gratificante. “É uma emoção inexplicável, nunca imaginávamos chegar tão longe. Por termos iniciado numa escola, a ideia era apenas brincar o são-joão mesmo”, comentou.
A gratidão do coreógrafo é ainda maior, porque a sua história se mistura com a história da Lume e do são-joão. “Estou na Lume desde 2003, na Lume eu pude me realizar profissionalmente, e quero ir mais longe ainda junto dela. Quem conhece minha história de vida, sabe o quanto ralei para chegar aonde cheguei. A Lume foi e é a minha vitrine de vida. As vitórias, na verdade, são méritos dos nossos componentes. Eles é que fazem acontecer tudo e dedico cada vitória a eles”, relata Abraão Morais.
Em relação ao futuro do grupo junino, o coreógrafo afirma que ele ainda não está definido, devido aos problemas financeiros, mas a vontade do grupo é que a Lume continue sua trajetória de sucesso, levando o nome de Mossoró para todo o país. “O ano de 2020 ainda não foi definido, mas tudo se caminha para a continuidade. Como falei anteriormente, a nossa parada se deu 95% por conta do financeiro. Para se ter noção, por diversas vezes não tivemos ensaios por falta de espaço”, disse.
A Lume da Fogueira foi criada na Escola Municipal Professor Manoel Assis, pelas professoras Liana Duarte e Joseneide Oliveira. O grupo foi feito apenas para divertimento dos alunos, que, sem pretensão nenhuma, tornou-se uma potência no são-joão do RN. Nos 21 anos de existência, a Lume da Fogueira parou as atividades por duas vezes, mas, devido à paixão pelo são-joão, retomou as atividades.
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