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Postado às 10h45 | 22 Mai 2021 | Redação Mossoró Cidade Junina: 24 anos respirando cultura e fazendo história

Crédito da foto: Carlos Costa/Arquivo Espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró, dentro do Cidade Junina

Por César Santos - JORNAL DE FATO

No dia 22 de maio de 1997, a então prefeita Rosalba Ciarlini, que cumpria o seu segundo governo, lançava o Mossoró Cidade Junina em solenidade realizada no Teatro Lauro Monte Filho, antigo Cine Cid. Rosalba estava acompanhada do professor Antônio Gonzaga Chimbinho (falecido em 3 de março de 2013), secretário de Cultura, de grupos folclóricos e de quadrilhas juninas.

Naquele momento, poucos entenderam o tamanho da importância do projeto. Muitos advogaram que os festejos juninos continuassem distribuídos nos bairros da cidade, com apoio financeiro da Prefeitura. A oposição fez críticas ao MCJ, afirmando que o dinheiro para “gastar” no evento deveria ser investido em ações sociais.

Rosalba não recuou porque tinha convicção que o projeto se transformaria em importante ferramenta cultural e econômica. Para isso, planejou e executou a transformação da velha Estação Ferroviária em Estação das Artes, local dos grandes shows, e implantação do Corredor Cultural ao longo da Avenida Rio Branco para receber os subprojetos do MCJ.

O MCJ se consolidou como foi planejado, chegando a ser considerado um dos três maiores eventos do gênero no País ao lado do São João de Campina Grande (PB) e de Caruaru (PE). Essa marca foi selada principalmente pela diversificação e qualidade do evento, que agregou todas as manifestações e atos históricos de Mossoró em um mesmo evento.

A programação dos primeiros anos era de shows e festival de quadrilha e foi ampliada de forma progressiva.Já na primeira década de existência, o MCJ ganhouquase 20 subprojetos, além dos grandes shows com artistas nacionais e regionais. Um destaque especial vai para o “Chuva de Bala no País de Mossoró”, teatro ao lar livre que narra a saga da resistência do povo mossoroense ao bando do temido cangaceiro Lampião.

O MCJ agregou valores socioculturais com os subprojetos como Festival de Sanfoneiros, Festival de Humor, Festival de Bonecos, Cidadela Junina, Seminário do Cangaço, Festival de Comidas Típicas, Fórmula Jegue, Tapera Junina, Burro-Táxi e tantos outros.

Com um destaque especial para o “Pingo da Mei Dia”, considerado o maior comboio junino do País. Pelo menos 100 mil pessoas participam do comboio que marca a abertura do MCJ a cada ano, ocupando toda a extensão do Corredor Cultural.

A grandeza cultural do evento reflete positivamente na economia local. Toda a cadeia econômica da cidade é beneficiada pelo MCJ, principalmente os segmentos de hotéis, bares, restaurantes, comércio e serviços. Na última pesquisa de viabilidade econômica do Cidade Junina, o resultado apontou que para cada R$ 1 investido o retorno é de R$ 5. Isso reflete não apenas na receita das empresas, mas também no bolso dos pequenos comerciantes e prestadores de serviços, como seguranças particulares, mototaxistas, manicures, costureiras, vendedores ambulantes e tantos outros.

Pois bem.

O Cidade Junina é um patrimônio do povo de Mossoró,sustentado por sua cultura e história de luta e resistência, que reflete na vida das pessoas.

Sem dúvida, um dos maiores legados da gestão Rosalba Ciarlini à frente da Prefeitura da segunda maior cidade do RN, e que certamente continuará forte se os gestores atual e futuros assim entenderem.

Viva o Mossoró Cidade Junina.

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