Por G1
O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 1,4% em dezembro, na comparação com novembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o setor fechou 2021 com avanço de 10,9%, eliminando as perdas do ano anterior.
Essa foi a maior taxa para um fechamento de ano desde o início da séria histórica do IBGE, em 2012. Importante destacar, porém, que o salto ocorre após o tombo recorde de 7,8% que foi registado no ano de 2020.
"O setor de serviços ampliou o distanciamento com relação ao nível pré-pandemia, situando-se 6,6% acima do nível de fevereiro de 2020, e alcançou seu maior o patamar desde agosto de 2015", destacou o IBGE.
Apesar do desempenho positivo em 2021, o setor ainda está 5,6% abaixo do nível de atividade recorde alcançado em novembro de 2014.
O setor de serviços é o que possui o maior peso na economia brasileira e foi o mais atingido pela pandemia de Covid-19. Mesmo assim, foi o principal destaque de recuperação em 2021, impulsionado pelo avanço da vacinação e pelo fim de boa parte das medidas restritivas para conter a disseminação do coronavírus.
O setor de serviço foi também o que mais abriu vagas com carteira assinada no ano passado.
“Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função da necessidade de isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial. Por outro lado, a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial”, destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O que puxou a alta
No acumulado de janeiro a dezembro de 2021, houve alta nas cinco atividades pesquisadas e em 74,1% dos 166 tipos de serviços investigados.
As contribuições mais importantes para o avanço d setor no ano foram de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); de serviços prestados às famílias (18,2%); e de outros serviços (5%).
Perspectivas e incertezas para 2022
Apesar do avanço no nível de volume de serviços em 2021, a recuperação do setor ainda tem se dado de maneira desigual e segue prejudicada pela perda do poder de compra da população, desemprego elevado, juros em alta e piora do quadro pandêmico com a chegada da variante ômicron ao Brasil.
A confiança empresarial caiu em janeiro para menor nível desde abril de 2021, segundo indicador da FGV.
Os economistas do mercado financeiro projetam atualmente um avanço de apenas 0,30% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, bem abaixo da média global, segundo o último boletim Focus do banco Central.
A previsão do mercado para a inflação fechada de 2022 está em 5,44%. Com isso, a expectativa é de estouro do teto do sistema de metas pelo segundo ano seguido. A meta central para o IPCA deste ano é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.
Já a expectativa para a taxa básica de juros da economia é de que a Selic encerrará 2022 em 11,75% ao ano, e parte dos analistas avaliam que a taxa pode superar os 12%.
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