A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.
A falta de trabalho, no entanto, ainda atinge 9,9 milhões de pessoas, menor nível desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego estava em 9,3%, atingindo 10,1 milhões de pessoas.
Na mínima da série histórica, registrada em 2014, a taxa chegou a 6,5%.
Principais destaques da pesquisa
Comércio e administração pública puxam queda
Segundo o IBGE, duas atividades influenciaram a queda do desemprego em julho. Em Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, houve acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho (3,7%) em comparação com o trimestre anterior.
Já Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tiveram incremento de 648 mil pessoas (3,9%).
“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, afirma a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy.
Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2021, apenas o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não apresentou crescimento na população ocupada.
Precariedade do mercado de trabalho
A população ocupada chegou a 98,7 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica da pesquisa, em 2012. Os dados do IBGE, no entanto, mostram a fragilidade desse crescimento: o número de trabalhadores informais se manteve em 39,3 milhões, mesmo número do trimestre encerrado em junho. Já a taxa de informalidade ficou em 39,8% da população ocupada.
Fazem parte dessa população os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.
Rendimento médio
O rendimento real habitual recebido pelo trabalhador foi estimado em R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho - 2,9% maior que no trimestre anterior, mas 2,9% menor em relação ao mesmo período de 2021, quando o país ainda sofria os efeitos da pandemia.
O aumento foi puxado pelo rendimento dos empregadores (6,1%, ou mais R$ 369), dos militares e funcionários públicos estatutários (3,8%, ou mais R$ 176) e dos trabalhadores por conta própria (3% ou mais R$ 63).
“A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, afirma Adriana Beringuy.
Já a massa de rendimento real habitual foi R$ 260,7 bilhões, aumento de 5,3% frente ao trimestre encerrado em abril e de 6,1% na comparação anual.
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