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Postado às 07h45 | 08 Nov 2022 | Redação RN tem segunda maior proporção de famílias inadimplentes do Brasil

Crédito da foto: EBC A proporção no RN chega a 42,4%

O número de inadimplentes é alarmante para todo o Brasil, mas tem um peso ainda maior no Rio Grande do Norte. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Brasil atingiu em outubro o maior percentual de inadimplência desde 2016. Pior: no RN, a proporção de famílias com contas em atraso é a segunda maior do Brasil. 

O Nordeste lidera o percentual de consumidores que atrasaram o pagamento de dívidas cresceu em doze Estados brasileiros entre setembro e outubro. Bahia (43,7%), Rio Grande do Norte (42,4%), Minas Gerais (42,2%), Ceará (41,9%) e Roraima (38,5%) registraram as maiores proporções de famílias com contas atrasadas. Em relação a outubro de 2021, foi entre baianos e gaúchos que se observou o maior aumento de famílias que atrasaram dívidas (11,1% e 12,6%, respectivamente).

Já entre os estados que tiveram redução do indicador, o destaque é o Ceará, que, mesmo sendo a quarta localidade com mais inadimplentes, teve queda de 4,3 p.p. na proporção de consumidores com dívidas atrasadas. Em outubro do ano passado, os consumidores cearenses eram os que apontavam as maiores dificuldades para quitação de dívidas no País. O Pará e o Maranhão também registraram quedas mais expressivas do volume de inadimplentes em um ano (reduções de 5 p.p. e 4,3 p.p., respectivamente).

NO BRASIL, NÚMEROS TAMBÉM SÃO ALARMANTES

A CNC apontou queda de 0,1 ponto percentual na proporção de endividados em outubro, após três altas consecutivas. No total, 79,2% das famílias pesquisadas relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa). Em um ano, no entanto, a proporção de endividados avançou 4,6 p.p., a menor taxa anual desde julho de 2021.

Na inadimplência, a proporção de famílias brasileiras com contas atrasadas cresceu de 30% para 30,3%, quarta alta mensal seguida. Em um ano, o avanço de 4,6 p.p. no indicador foi o maior desde março de 2016.

O endividamento está menor tanto entre as famílias de rendas média e baixa (até 10 salários mínimos) quanto para aquelas na faixa de maiores rendimentos (acima de 10 salários mínimos). A redução, na passagem mensal, foi mais expressiva entre os consumidores de renda elevada, para quem houve queda de 0,5 p.p. Porém, em um ano, a proporção de endividados cresceu mais, justamente, nesse grupo – a alta foi de 5,8 p.p., ante 4,3 p.p. para os que recebem até 10 salários mínimos.

“A geração progressiva de vagas no mercado de trabalho, a queda da inflação nos últimos meses, além das políticas de transferência de renda mais robustas têm aumentado a renda disponível, o que explica a desaceleração da proporção total de endividados”, indica o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

JUROS ALTOS

Mesmo com a retomada progressiva do fôlego na economia, os orçamentos domésticos seguem apertados, principalmente entre as famílias de menor renda. “O nível de endividamento alto e os juros elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento, ficando mais difícil quitar todos os compromissos financeiros dentro do mês”, pontua Tadros. Segundo ele, esse conjunto de variáveis resultou na quarta alta do volume de consumidores com dívidas atrasadas.

Os dados do Banco Central (Bacen) mostraram que os juros anuais em todas as linhas de crédito às pessoas físicas atingiram 53,7% em média, em setembro, crescimento de 12,5 p.p. Mas, segundo a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, a boa notícia é que a proporção de famílias com dívidas atrasadas por mais de 90 dias vem se reduzindo desde abril. Em outubro, esse indicador alcançou 41,9% dos inadimplentes, a menor proporção desde dezembro de 2021. “Os consumidores têm buscado renegociar as dívidas sem pagamento há mais tempo”, avalia Izis Ferreira. A porcentagem de famílias que afirmaram não ter condições de pagar as contas caiu 1 p.p. de setembro para outubro, representando 10,6% do total de famílias.

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