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Postado às 13h45 | 06 Dez 2023 | Redação Taxa de desocupação no Rio Grande do Norte é a menor em 7 anos

Crédito da foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil O valor indica contínua recuperação desde a pandemia de Covid 19 e é o melhor resultado desde então

Em 2022 o nível de ocupação do Rio Grande do Norte, que corresponde ao percentual de pessoas em idade para trabalhar que estavam ocupadas, atingiu 47,0%. O valor indica contínua recuperação desde a pandemia de Covid 19 e é o melhor resultado desde então, embora não tenha atingido o índice registrado no ano pré-pandêmico (48,1%). As taxas de desocupação e de subutilização registraram significativas quedas em 2022, apresentando valores mais baixos que os níveis pré-pandemia e atingiram, respectivamente, 11,9% e 30%. Esses são os valores mais baixos registrados desde 2015, quando as taxas foram de 11,6% e 27,7%, respectivamente. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje (06) pelo IBGE.

A participação dos ocupados no Rio Grande do Norte, segundo o agrupamento em duas categorias de posição na ocupação, com vínculo formal de trabalho e empregados sem carteira somados aos trabalhadores por conta própria, mostra, em 2022, tendência de aumento dos ocupados com vínculo (47,4%) e queda dos sem vínculo (46,6%), comparativamente a todos os anos anteriores, desde 2012. Esse resultado é o oposto do registrado nacionalmente, onde a diferença entre os agrupamentos atingiu o mínimo da série e revelou o crescimento da participação das ocupações socialmente menos protegidas na estrutura do mercado de trabalho brasileiro.

Em números absolutos, o crescimento total das pessoas ocupadas em 2022, comparativamente a 2021, foi de 75 mil pessoas a mais. O rendimento médio real habitual da população ocupada no trabalho principal variou de R$ 2.237 mensais, em 2021, para R$ 2.122, em 2022, o que equivale a uma média de R$ 14,08 por hora.  Em 2019, no pré-pandemia, o mesmo tipo de rendimento era de R$ 2052,00 e em 2020 foi de R$ 2.196, 00. No Brasil, essa média é de R$ 2.582,00 e no Nordeste de R$ 1.737,00.

Ao desmembrar esses rendimentos por tipo de posição na ocupação, temos que empregados com carteira assinada no RN ganharam, em 2022, uma média de R$ 1.691,00 enquanto os que não tinham carteira assinada receberam R$ 1.304,00. Já trabalhadores domésticos receberam em média R$ 1.635,00 (carteira assinada) e R$ 635,00 (sem carteira assinada). Militares ou funcionários públicos estatutários tinham rendimento médio mensal habitual no trabalho principal de R$ 4.516,00, trabalhadores por conta própria R$ 1519,00 e empregadores, R$ 6.883,00.

Em relação aos grupos etários, aquelas pessoas acima de 50 anos (pessoas (considerando os recortes de 50 a 59 anos e 60 anos ou mais) apresentaram níveis de ocupação mais baixos comparativamente aos demais grupos. Houve melhora significativa no nível de ocupação em apenas uma faixa de idade, a que compreende pessoas de 30 a 49 anos.

O nível de ocupação das mulheres no estado é substancialmente inferior ao dos homens. Em 2022, o nível de ocupação dos homens alcançou 59%, contra 41% para as mulheres, diferença que diminuiu de 2021 para 2022. Em 2021, os homens eram 62,1% dos ocupados e as mulheres 36,9%. A diferença também existiu no rendimento médio recebido habitualmente pelo trabalho principal por sexo. Em 2022, as trabalhadoras potiguares receberam o equivalente à 79,1% (R$ 1.834,00) do que os homens ganharam (R$ 2.317,00). Essa diferença é ainda maior se compararmos os rendimentos de mulheres pardas ou pretas (R$ 1.491,00) com o de homens brancos (R$ 2.922,00), ou seja, elas recebem a metade dos homens.

A proporção de trabalhadores pretos ou pardos (61,3%) ocupados foi maior que a de brancos (38,3%). Contudo, pretos ou pardos ocupavam postos com rendimentos inferiores à média (R$ 1.789,00).

Em relação a 2021 (52,5%), houve um aumento da proporção de pessoas ocupadas em trabalhos formais em 2022 (56,9%). O mesmo aumento foi observado no recorte de sexo (homens e mulheres) quanto no recorte de raça ou cor (brancos, pretos e pardos).

As diferenças de rendimento também existiram de acordo com a condição de formalidade ou não do trabalhador. Em 2022, no Rio Grande do Norte, um trabalhador formal ganhou R$ 1.422,00 a mais que um informal. Essa diferença subia para R$ 2,141,00 se comparados um trabalhador formal de cor ou raça branca em relação a um de cor ou raça preta ou parda.

Entre aqueles que estão desocupados, mas querem trabalhar, 44,3% estão procurando trabalho há mais de um mês a menos de um ano, 26,3% estão a pelo menos um mês procurando, enquanto 18,5% há dois anos ou mais e 10,9% de um ano a menos de dois anos.

A taxa composta de subutilização, que considera a desocupação, a subocupação por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial, passou de 38,4%, em 2021, para 30% em 2022, sendo esta mais elevada para as mulheres (36,5%) e para os jovens de 14 a 29 anos (44,7%).

Perfil dos jovens que não estudam e não estão ocupados no estado

Em 2022, os percentuais de jovens ocupados e dos que estudavam e estavam ocupados cresceram atingindo 31,8% (270 mil) e 7,7% (65 mil), respectivamente, ambos situando-se em patamares abaixo de 2019 (nível pré-pandemia). Já os percentuais de jovens que somente estudavam, que chegou a 31,5% (267 mil) em 2022, está acima do encontrado em 2019 (28,5%). Os jovens que não estudavam e não estavam ocupados foram 29%, 0,7 pontos percentuais acima do registrado em 2019 e 0,1 ponto percentual acima de 2021. Em números absolutos, em 2022, o total de jovens que não estudavam e não estavam ocupados atingiu 245 mil pessoas.

Os jovens que não estudam nem estão ocupados podem estar fora da força de trabalho ou desocupados. Em 2022, 73% deles estavam fora da força de trabalho e 27% desocupados. Em relação a faixa etária, dos jovens de 15 a 17 anos (13 mil) que não estudam e não estão ocupados, 98,8% estavam fora da força de trabalho. Entre os jovens de 18 a 24 anos (137 mil) na mesma condição, 68,1% estão fora da força de trabalho, enquanto entre os que têm de 25 a 29 anos (95 mil), 76,5% estão fora da força de trabalho.  

RN tem o melhor rendimento domiciliar per capita do Nordeste

O rendimento médio domiciliar per capita de 2022 no Rio Grande do Norte foi de R$ 1.235 para o total da população potiguar, valor que é um pouco acima da região Nordeste (R$ 1.011,00) e abaixo da média nacional (R$ 1.586,00). No estado, o rendimento domiciliar per capita mediano (ao que até metade da população tem acesso) equivalia a cerca de 60% do rendimento médio e foi de R$ 734,00 em 2022, valor inferior ao salário-mínimo nacional vigente nesse ano (R$ 1.212,00). Nacionalmente, o rendimento mediano é de R$ 997,00, ao passo em que no Nordeste é de R$ 624,00. De todo o Nordeste, o Rio Grande do Norte é o estado que tinha os maiores rendimentos (médio e mediano). Os menores eram do Maranhão que eram R$ 833,00 e R$ 573,00, respetivamente.

Em 2022, em comparação com 2021, o rendimento médio domiciliar per capita aumentou pouco menos de 1%, com crescimento de 35% nos rendimentos médio e mediano das pessoas pretas.

Entre as mulheres pretas ou pardas, o rendimento médio saiu de R$ 907,00 em 2021 para R$ 1.017,00 em 2022 e o mediano de R$ 547,00 para R$ 673,00. Já entre os homens pretos, o aumento do rendimento mediano foi de 19% (de R$ 584,00 para R$ 695,00). Em contrapartida, o rendimento médio dos homens pretos caiu 10%, saindo de R$ 1.207,00 em 2021 para R$ 1.091,00 em 2022.

O índice de Gini do rendimento domiciliar per capita no Rio Grande do Norte foi de 0,526 em 2022, recuando em relação a 2021 (0,587). Esse número indica redução na desigualdade nos rendimentos, uma vez que neste indicador, quanto mais próximo do número 1, maior é a desigualdade. Quando o indicador é recalculado, retirando-se as fontes de rendas oriundas de benefícios de programas sociais governamentais, ele sobe para 0,576.

Maioria da população potiguar vive com rendimento domiciliar de até um salário-mínimo per capita

A Síntese de Indicadores Sociais mostra que 72,5% da população potiguar em 2022 vivia com até o valor de 1 salário-mínimo per capita mensal, sendo 15,2% com até ¼ salário-mínimo per capita e 25,1% com mais de ¼ até ½.

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