Desde 2018, o Rio Grande do Norte não adquiria tantos produtos no mercado internacional quanto em 2023. As importações potiguares apresentaram um desempenho superior em 58% ao de 2022, atingindo US$ 687,8 milhões em compras. Ainda assim, a venda de mercadorias para outros países no ano passado superou essa marca e as exportações potiguares somaram US$ 781,4 milhões negociados.
Esse é o maior volume registrado nos últimos cinco anos e foi impulsionado especialmente pelas remessas de derivados de petróleo e frutas frescas. Por isso, a balança comercial do RN fechou o ano com um superávit de US$ 93,6 milhões e uma corrente de comércio da ordem de US$ 1,47 bilhão – cerca de 25,34% a mais que em 2022, quando a soma entre exportações e importações chegou a US$ 1,17 bilhão.
Os números estão na edição de dezembro do Boletim da Balança Comercial do RN, um informativo elaborado mensalmente pela Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae no Rio Grande do Norte com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O informativo acompanha a evolução do comércio exterior do estado mês a mês, assim como as operações de compra e venda de mercadorias no mercado internacional durante a série histórica, que leva em consideração os cinco últimos anos.
No mês passado, as importações apresentaram um aumento a queda de 6,3% e, enquanto as exportações fizeram o caminho oposto e tiveram uma alta de 36,5 % em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse bom resultado no envio de produtos para o mercado externo em dezembro contribuiu para que as exportações totais do ano superassem as importações e a balança fechasse o ano com um saldo positivo. As exportações no último mês de 2023 chegaram a US$ 85,3 milhões e, somadas com o restante acumulado no ano, resultaram no volume recorde de US$ 781,4 milhões.
Os principais produtos que levaram a esse resultado foram o óleo combustível de petróleo (também chamado de fuel oil) e os melões frescos. Em 2023, o estado exportou mais de 452,1 mil toneladas do hidrocarboneto, o que corresponde a US$ 256 milhões negociados internacionalmente. Já as exportações de melão totalizaram remessas da ordem de 157,2 mil toneladas (US$ 117,9 milhões), desempenho que ajudou o Brasil a bater recorde na exportação de frutas no ano passado.
O melão, cultivado na região Oeste do Rio Grande do Norte e divisa com o estado do Ceará, foi a fruta mais exportada pelo país depois da manga. Juntas, as duas commodities respondem por quase a metade (47,8%) do volume total de exportações do estado no ano, sendo que o derivado de petróleo teve a maior participação de 32,87%.
No ranking das cinco mercadorias mais exportadas pelo Rio Grande do Norte em 2023, três estão ligadas à cadeia produtiva do petróleo e duas ao setor de frutas irrigadas, com outros óleos combustíveis (US$ 57,4 milhões), melancias frescas (US$ 52,7 milhões) e óleos brutos de petróleo (US$ 52,4 milhões) completando a lista. Os principais países de destino das exportações do RN em 2023 foram os Países Baixos (US$ 238,8 milhões), Estados Unidos (US$ 162,89 milhões), Singapura (US$ 87,1 milhões), Espanha (US$ 74,5 milhões) e Reino Unido (US$ 50,2 milhões).
Pauta de importações
No que se refere às importações, houve uma desaceleração de 20% no ritmo de compras no exterior de novembro para dezembro, quando o volume total acumulado de importações alcançou o patamar de aproximadamente US$ 687,9 milhões, contra os US$ 435,45 milhões registrados em 2022. Números que indicam um crescimento de 58% no comparativo com 2022.
Diferente de anos anteriores em que normalmente o trigo e suas misturas com centeio dominavam as importações potiguares, as aquisições de equipamentos e insumos para o setor de energias foram os principais responsáveis pela alta das importações do Rio Grande do Norte no ano passado. As células e painéis fotovoltaicos, utilizados pela indústria de energia solar, foram os itens com maiores volumes de compras, totalizando mais de US$ 226,8 milhões.
Em seguida, aparecem as gasolinas, sem contabilizar o querosene de aviação (QAv), cujas importações somaram US$ 92,6 milhões. O gasóleo (óleo diesel) foi responsável por um total de US$ 61,292,6 milhões e somente depois aparece nesse ranking o trigo, com um volume negociado de mais de US$ 56,1 milhões, seguido dos componentes de aerogeradores (US$ 41,56 milhões).
Esse quadro posiciona a China como principal parceira comercial do Rio Grande do Norte quando se trata de compra de mercadorias no mercado internacional. Os importadores potiguares desembolsaram o volume de aproximadamente US$ 3037,8 milhões em aquisições na principal potência asiática. Os Estados Unidos vêm logo em seguida com um volume da ordem de US$ 110,23 milhões. Integram a lista das nações onde mais foram adquiridas mercadorias os Países Baixos (US$ 74,1 milhões), Rússia (US$ 25,9 milhões) e Índia (US$ 23,7 milhões). Essa dinâmica entre importações e exportações fez com que o saldo da balança comercial caísse de US$ 301,3 milhões em 2022 para US$ 93,6 milhões no ano passado.
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