Segundo um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor industrial é responsável pelo consumo de 41% de toda a energia produzida no País. O que muitos não sabem é que os equipamentos presentes no dia a dia das instalações fabris, como motores, bombas e compressores, têm um impacto significativo nesta demanda de energia. Dessa forma, investimentos em eficiência energética se tornam cruciais para frear o consumo e estimular a competitividade de mercado.
“A falta de manutenção, o uso inadequado dos aparelhos, equipamentos obsoletos, o desligamento incorreto e a iluminação ineficiente são as principais causas do desperdício de energia nestes locais”, explica Pricyla Weber Imaral, promotora da Reymaster, distribuidora de materiais elétricos com sede em Curitiba e unidade em Joinville.
Segundo a especialista, apostar em sistemas de controle e substituir equipamentos antigos por modelos mais eficientes pode auxiliar na gestão energética. “Investir em automação pode ser uma estratégia eficiente para alcançar a eficiência energética nas indústrias. Estudos mostram que processos relacionados à Indústria 4.0 podem diminuir o consumo de energia entre 10% e 20%”, explica Imaral.
Contudo, nem sempre é fácil implementar medidas energéticas eficientes, pois as empresas enfrentam desafios como alto custo, retorno do investimento, resistência cultural e ainda a falta de conhecimento técnico.
“As empresas precisam entender que, além dos benefícios financeiros, investir em soluções energéticas melhora a imagem corporativa”, afirma Pricyla Weber Imaral.
Com foco na sustentabilidade, esse conceito tem se tornado uma pauta comum no mercado e tende a se fortalecer cada vez mais, acompanhando as demandas do público, as alterações nos hábitos de consumo e as inovações no universo empresarial. Por isso, as marcas buscam implementar ações mais sustentáveis em suas operações. Isso pode trazer benefícios financeiros, competitivos e organizacionais, e, além disso, a natureza agradece.
Diante desse cenário, a especialista cita três formas para as empresas economizarem energia de forma eficiente:
Eficiência dos motores podem reduzir a conta em até 50%
Pode não parecer, mas na indústria, o que mais consome energia são os motores. O maquinário pesado é um dos principais fatores de consumo energético, pois depende principalmente de motores elétricos, que precisam de uma grande quantidade de energia para funcionar, especialmente durante a partida e a parada do equipamento.
Para auxiliar nesses momentos críticos, os inversores de frequência desempenham um papel fundamental. Eles são importantes para as máquinas, pois reduzem o pico da corrente de partida, evitando desgaste mecânico do motor e aumentando sua vida útil. Segundo a promotora da Reymaster, em aplicações como bombas, ventiladores e exaustores, é possível alcançar uma economia de energia de até 50%, dependendo do perfil de consumo.
Além disso, os inversores fotovoltaicos têm evoluído bastante com as novas tecnologias de conectividade, proporcionando maior eficiência e controle remoto. A promotora conta que, ao implementarem a tecnologia, as empresas chegaram a reduzir o consumo de energia em 20% e os custos de manutenção em 30%.
Ainda para reverter o alto consumo, muitas fábricas estão apostando no Centro de Controle de Motores Inteligentes (CCM). Esses painéis são conectados a qualquer equipamento que consuma energia elétrica, promovendo o uso racional e sustentável dos recursos naturais, permitindo, assim, que a indústria economize.
Disjuntores conectados evitam paradas inesperadas
Para prevenir sobrecargas no sistema elétrico e evitar apagões - e consequentemente parada da produção e até mesmo problemas maiores -, o disjuntor, um interruptor elétrico, também é um aliado para a economia de energia. Projetado para proteger circuitos elétricos contra danos causados por falhas na alimentação elétrica, essa medida garante a segurança das instalações. O disjuntor desliga automaticamente a energia em situações de risco, como curtos-circuitos e sobrecargas.
Atualmente, existem no mercado dos disjuntores conectados, que são alinhados ao conceito iOT. “A conectividade em disjuntores permite monitoramento remoto, detecção de falhas, manutenção preditiva e maior controle sobre o sistema elétrico, resultando em eficiência, produtividade e redução de custos. Além disso, pode ajudar a prevenir acidentes e incidentes, enviando alertas em caso de falhas ou problemas nos disjuntores“, diz a promotora.
Ainda segundo ela, atualmente, os disjuntores 3VA2 da Siemens com conectividade nativa são uma tendência forte no mercado de automação industrial, permitindo a coleta e análise de dados em tempo real para identificar problemas potenciais, otimizar a manutenção e reduzir o consumo de energia.
Iluminação em LED e conectada é a tendência
O mercado de luminotécnica nacional é impulsionado pela necessidade de redução no consumo e no valor da conta de energia elétrica. “Projetos luminotécnicos personalizados têm o potencial de aumentar a eficiência energética dos estabelecimentos, proporcionando economia de energia. Um exemplo disso é a utilização de luminárias com LED integrado, que se tornou a principal tecnologia em empresas de todos os segmentos, gerando uma economia de mais de 50% no consumo”, conta a especialista da Reymaster Materiais Elétricos.
Apostar em produtos com sensor de presença, onde a luz é acionada apenas quando há movimento nos espaços, é uma boa maneira de economizar energia. Investir em automação seria outra alternativa para a eficiência energética. Por meio de dispositivos móveis ou controles de voz, a iluminação automatizada permite apagar, acender e regular a intensidade das luzes dos cômodos conforme a necessidade, gerando menores custos na conta de energia.
“Atualmente existem no mercado luminárias conectadas em nuvem, que podem ser desligadas por meio de um clique em um dispositivo móvel, como o celular. Uma gestão simples e muito eficaz”, conclui Pricyla Weber Imaral.
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