O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um novo estudo sobre os Microempreendedores Individuais (MEIs) no Brasil, classificado como estatística experimental. Essa pesquisa detalhada analisa os dados de diversos registros administrativos para construir um retrato completo do perfil dos MEIs e de suas atividades. Nesta quarta-feira (21), o IBGE apresentou resultados de pesquisa da série de Investigações Experimentais. Nesta oportunidade, foram apresentadas estatísticas sobre o Microempreendedor Individual (MEI), captadas a partir de registros administrativos.
De acordo com o levantamento, em 2022, o Rio Grande do Norte apresentou 176.949 MEIs registrados, um incremento de 14.691 novos empreendedores, quando comparado ao número de 2021 (162.258). Em relação ao sexo, no atual levantamento, 81.502 (46,09%) eram mulheres e 95.447 (53,94%) eram homens. A proporção de homens MEIs foi superior à de mulheres em todos os cenários observados. Em relação ao número total de MEIs, em 2022, o Rio Grande do Norte ocupou a 17ª posição no Brasil e a 5ª posição no Nordeste.
O levantamento também procurou identificar, dentre os MEIs, aqueles que eram empregadores, ou seja, que contratavam com ao menos um empregado. No RN e em Natal houve incremento desse número em 2022, quando comparado a 2021. Enquanto no estado o quantitativo foi de 1.797 para 2.282 MEIs empregadores, na capital potiguar, o número em 2022 foi para 799 empreendedores empregadores, neste caso, um aumento de 186 MEIs.
Em relação ao tempo de abertura, a maior parte dos MEIs estava filiada no máximo há 3 anos. No Rio Grande do Norte essa proporção neste prazo de afiliação foi de 46,16% e em Natal, de 47,54%. Na sequência, estavam as MEIs abertas há mais de 5 anos e, por fim, aquelas com tempo de abertura intermediário, entre 3 a 5 anos.
No levantamento, destacou-se para o Rio Grande do Norte e Natal que a proporção de MEIs vinculadas ao setor de serviços era a mais numerosa em 2022, com 46,38% e 54,14%, respectivamente. Na sequência, vem o Comércio – reparação de veículos automotores e motocicletas e outros serviços. O setor de alojamento e alimentação ocupou a 5ª posição, seja no RN (11,26%), ou em Natal (11,27%). Importante mencionar que a lista de atividades CNAE 2.0 é maior do que a apresentada, contudo, para ilustrar o perfil dessa publicação, optou-se por destacar os sete primeiros em volume de MEIs.
Observa-se a proporção de MEIs que atuaram na própria residência. Em comparação ao ano de 2021, não se observou aumento relevante. Contudo, quando se avalia por nível geográfico, o Rio Grande do Norte, em 2022 com 36,41%, apresentou maior proporção do que a média da Região Nordeste (34,02%) para esse indicador. Quanto à capital potiguar, a proporção de MEIs que trabalhavam na própria residência atingiu 40,27%, valor que foi superior a média nacional de 38,01%. Neste quesito, Natal ocupa a 7ª posição no Brasil e a 2ª no Nordeste, ficando neste caso, logo atrás de Recife com o percentual de 43,48%.
Do quantitativo dos MEIs em 2022, no RN, 21.225 tiveram, no ano de filiação ao MEI, algum vínculo prévio. No estado, 84,11% estavam previamente vinculados a entidades empresariais, 12,02% à Administração Pública e 4,59% a entidades sem fins lucrativos. Para avaliar o tamanho das organizações do vínculo prévio desses MEIs, o levantamento identificou o número de pessoas ocupadas nessas atividades anteriores. Para o RN e para Natal, a maioria dos MEIs são procedentes de empresas com 500 pessoas ou mais, percentuais de 29,24% e 29,28%, respetivamente.
Em relação ao nível de instrução, dos MEIs cadastrados, 81,15% no RN e 77,67% em Natal não possuíam nível superior. Analfabetos ou com fundamental incompleto representavam, 4,32% a nível estadual e 3,41% no município da capital.
Por fim, quanto ao salário médio mensal dos microempreendedores individuais (MEIs), filiados no ano de referência com vínculo prévio no ano anterior ao de referência, em 2022, para Natal (R$ 2.099,10) e para o Rio Grande do Norte (R$ 1.982,15), o valor médio entre as mulheres é menor do que o dos homens, com R$ 2.127,36 e R$ 2.107,52, respectivamente. Quanto se considera o nível de escolaridade, nos dois cenários geográficos, quem possuía nível superior ou pós-graduação, apresentava salário médio aproximadamente três vezes superior a quem só possuía nível fundamental incompleto ou era analfabeto.
No estado, a renda era de R$ 3.215,51 para aqueles com nível superior contra R$ 1.646,36 para aqueles com ensino fundamental incompleto ou analfabeto. Na capital, ocorreu perfil similar, com o salário médio de R$ 3.330,92 versus R$ 1.597,71, respectivamente, Destaca-se que essa diferença está presente tanto nos MEIs homens, quanto entre as mulheres, para esses mesmos níveis de escolaridade.
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