Sexta-Feira, 16 de maio de 2025

Postado às 16h00 | 16 Mai 2025 | redação Gripe Aviária: China e União Europeia suspendem compras da avicultura do Brasil

Crédito da foto: Reprodução Carlos Fávaro, ministro da Agricultura

China e União Europeia confirmaram, nesta sexta-feira (16/5), a suspensão das importações de produtos da avicultura de todo o Brasil, conforme previsto em protocolo sanitário. A decisão foi tomada depois da confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS). A medida já era esperada pelo governo brasileiro e representantes da avicultura nacional.

“Trata-se do cumprimento dos protocolos acordados entre os países, que impede a certificação na detecção da enfermidade”, afirmou à reportagem o secretário-adjunto de Defesa Agropecuária, Allan Rogério Alvarenga. Outros países também deverão bloquear as compras de empresas de todo território brasileiro, como Coreia do Sul e México.

Até o momento, a Pasta não recebeu nenhum comunicado de país importador restringindo as exportações brasileiras do setor, disse ele.

A secretaria vai finalizar em breve um documento com orientações conjuntas de certificação sanitária formuladas pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) e o Departamento de Saúde Animal (DSA). O material será distribuído aos técnicos e auditores fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura que atuam na ponta, com a inspeção nos frigoríficos e demais estabelecimentos.

O documento deve detalhar, por exemplo, os países que aprovaram a regionalização do protocolo sanitário para casos de gripe aviária, como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Argentina e Reino Unido.

No caso do Japão, por exemplo, o embargo deve ficar restrito ao município gaúcho de Montenegro, onde o foco foi detectado. Para outros, valerá só para o que estiver na zona de contenção, no raio de 10 quilômetros ao redor do caso. Outros países fecham as portas para o Estado do Rio Grande do Sul e “alguns poucos mercados”, todo país.

Durante esta sexta-feira, a equipe técnica do ministério trabalha na identificação dos requisitos de saúde animal para cada mercado. São feitos ajustes nos processos de exportação. Para cada país ou bloco, uma medida de restrição é adotada, conforme os acordos realizados.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse que ainda não é possível estimar o impacto econômico da suspensão ou restrição das exportações do setor por conta desse episódio. “Ainda não se sabe quanto tempo isso leva”, disse à reportagem.

Santin, disse que, "em todos os casos vamos solicitar o mesmo tratamento da Newcastle". No ano passado, quando foi detectado um foco de doença de Newcastle, também no Estado do Rio Grande do Sul, a indústria e o governo brasileiro atuaram juntos aos compradores de frango brasileiro para que o bloqueio fosse apenas de abrangência regional.

 

Questão de tempo

Em entrevista à Globonews, nesta sexta-feira (16/5), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reconheceu que a chegada da gripe aviária a uma granja comercial do Brasil era questão de tempo e que o governo já lidava com essa possibilidade. Depois da confirmação, o governo federal decretou emergência zoosanitária no país por um prazo de 60 dias.

Na entrevista, o ministro Carlos Fávaro informou que o local onde o foco da doença foi identificado está isolado e todas as medidas de sanitização da granja estão sendo adotadas. Acrescentou que já foi feito o rastreio dos ovos fornecidos pela granja para providenciar a inutilização da produção.

Ele ressaltou, no entanto, que entre os grandes players da avicultura mundial, foi o país que mais tempo conseguiu conter o avanço do vírus, o que, em sua visão, realça a eficiência do sistema sanitário brasileiro.

“Tínhamos a convicção de que, em algum momento, adentraria em granjas comerciais. Mas nenhum país conseguiu segurar tanto tempo. Com isso, revisamos diversos protocolos sanitários”, disse o ministro.

O caso em Montenegro é o de número 167 no Brasil. Foi detectado dois anos depois do primeiro foco identificado no país, em aves silvestres no litoral do Espírito Santo. Fávaro disse ainda que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) já foi informada sobre a ocorrência. E que as autoridades sanitárias brasileiras já fizeram também um cerco sanitário à região do foco da doença.

“Assim que tivermos a certeza de que podemos anunciar ao mercado que o foco foi totalmente extinto, o restabelecimento do comércio será imediato”, afirmou, na entrevista.

Fonte: Globo Rural

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