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Postado às 08h00 | 31 Mar 2019 | Redação Preço do feijão e de frutas e verduras disparou nos últimos dias em Mossoró

Crédito da foto: Marcos Garcia/JORNAL DE FATO Na feira da antiga Cobal s preços de frutas e legumes aumentaram nos últimos dias

Amina Costa – Da Redação

Os consumidores mossoroenses estão sentindo no bolso o aumento considerável do preço de alguns produtos considerados essenciais na cesta básica que foram reajustados neste mês de março. Um dos exemplos mais comentados pelos mossoroenses é o preço do feijão, que, como ocorreu em outros anos, ultrapassou os R$ 10,00.

Além do feijão, o preço de frutas e hortaliças também sofreu aumento significativo nos últimos dias e está assustando os consumidores. A dona de casa Francisca Souza comentou que está diminuindo os itens das compras devido o preço muito alto de alguns produtos.

“A feira está cada dia mais cara. O feijão, que é um dos principais itens da nossa alimentação, está muito caro e está pesando muito no orçamento. Se antes eu levava 10 quilos de feijão na feira, agora eu estou levando apenas seis, e tentando substituir o feijão carioca por outros tipos que são mais baratos”, comentou a dona de casa.

Francisca Souza disse ainda que esse aumento ocorreu muito rápido. “Em uma semana fui ao supermercado e o feijão estava custando R$ 7,00 (já acima do normal). Na semana seguinte, encontrei o mesmo tipo de feijão custando R$ 11,00. É um absurdo esse aumento tão rápido. E o pior é que isso não é apenas com o feijão, mas com frutas, verduras. O coentro, o abacaxi, alface e outras hortaliças também tiveram um salto no preço em pouco espaço de tempo”, relatou.

Esse aumento no preço dos produtos é questionado pela dona de casa, uma vez que tem chovido bastante na região, fato que tenderia a diminuir o preço desses itens, já que eles são produzidos por agricultores da região. No entanto, de acordo com a informação repassada pelo presidente do Sindicato da Lavoura, Francisco Gomes, esses produtos estão apresentando valores altos porque se tratam de itens que foram produzidos antes do período chuvoso, e a maioria é fruto de produção irrigada.

“Esses produtos foram cultivados por meio da irrigação, que é uma técnica muito cara para o agricultor. Outro fato é que eles tendem a ter sido cultivados antes deste período chuvoso, por agricultores que investiram na irrigação e, por isso, os preços estão acima do normal. Os agricultores que estão conseguindo se beneficiar com o inverno só colherão seus produtos agora em abril”, explicou Francisco Gomes.

O presidente do sindicato disse ainda que, muitas vezes, os atravessadores acabam lucrando mais com a venda de produtos da região do que os próprios produtores familiares. A previsão é de que o preço desses produtos diminua a partir da segunda quinzena de abril, que é quando os produtores rurais começarão a colher o que foi plantado neste início de ano. “Em abril ou maio, os preços dos produtos tendem a diminuir, se as chuvas continuarem sendo regulares e os produtores consiguirem colher aquilo que produziram”, finalizou Francisco Gomes.

Agricultores estão esperançosos com ocorrência de chuvas

Os agricultores mossoroenses estão esperançosos com a ocorrência de um bom inverno, diante das chuvas regulares que estão ocorrendo na região. Caso o período chuvoso se mantenha, este será o melhor inverno dos último cinco anos registrado no município de Mossoró.

O presidente do Sindicato da Lavoura, Francisco Gomes, informou que as chuvas estão dentro da média do que era esperado pelos agricultores e que está dando a oportunidade de os produtores terem boas lavouras. O sindicalista disse ainda que este tipo de inverno, apelidado de “inverno criador”, é o melhor para os agricultores.

“Devido às boas expectativas, muitos agricultores não esperaram a semente que é dada pelo Governo e já se esforçaram para plantar o milho e o feijão. Com o inverno que chamamos de “criador”, as chuvas acontecem mais à noite e de dia tem sol para o produtor plantar e poder trabalhar. Se continuar assim, no início de maio já vai ter gente colhendo milho e feijão”, comentou Francisco Gomes.

O presidente do sindicato disse ainda que este ano de 2019 tem sido o melhor já registrado para os agricultores rurais de Mossoró. Desde o ano passado, registrou-se o aumento dos níveis do lençol freático, possibilitando um melhor armazenamento de água para as produções. “Nós viemos com quase cinco anos consecutivos de chuvas irregulares. Em 2017 foi uma seca severa, mas em 2018 a perda foi em torno de 45% menor do que nos anos anteriores. Fazia muito tempo que não via um inverno como este em 2019. Em algumas localidades já é possível ver que há pessoas que comem peixe do rio, pessoas que daqui uns dias deverão comer o que plantaram”, explica.

Atualmente, Mossoró tem 133 localidades rurais, das quais, 40 são assentamentos e 93 são localidades rurais não assentadas (Maisa, Jucuri, entre outras). São cerca de 5.500 agricultores chefes de família que dependem diretamente da atividade agrícola familiar.

Francisco Gomes informou que, no dia 4 de abril, os agricultores estarão reunidos em audiência pública na Câmara Municipal de Mossoró (CMM), para lutar contra a reforma da Previdência. “Vamos saber se o vereador que nos representa está contra ou a favor do povo”, finalizou.

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