COLUNA CÉSAR SANTOS/JORNAL DE FATO
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, levará à Ásia uma comissão de empresários do agronegócio brasileiro, para acelerar o processo de abertura do mercado da China para a exportação da fruta fresca. A viagem será iniciada no próximo domingo, 5.
Essa luta está ligada diretamente aos produtores do Rio Grande do Norte, que espera fechar acordo nessa missão para explorar o importante mercado asiático. Os produtores de melão potiguar esperam triplicar a produção e empregar mais 40 mil pessoas a partir de um acordo comercial com a China. As negociações com a China para a entrada do melão brasileiro no país já duram cinco anos.
A abertura do mercado da China pode significar a redenção da produção de frutas no RN. Para entender o que é isso, basta observar que na região de Mossoró, único local que produz melão no país, produz 20 mil hectares, dos quais boa parte vai para a Europa. Só a China, no período de verão de lá, produz 430 mil hectares. Trata-se de um país que tem um hábito de consumo muito grande, e por isso está sendo alvo dos produtores brasileiros.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS), da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fruticultura do MAPA, e do Comitê Executivo de Monitoramento da Mosca das Frutas (COEX), Luiz Roberto Barcelos, prevê que se o estado conseguir atingir 10% do mercado chinês durante o inverno asiático, quando eles não conseguem produzir o melão, o RN conseguiria triplicar sua produção, passando dos atuais 20 mil hectares para 60 mil hectares.
Esse avanço também significaria um aumento de praticamente 40 mil empregos, uma vez que para 0,9 hectare, é necessário um trabalhador.
O Rio Grande do Norte exporta cerca de 120 milhões de dólares. Com o acordo, seriam 360 milhões de dólares, ou cerca de R$ 1 bilhão para a economia do estado.
Um dos entraves que retarda a abertura do mercado asiático é que, toda negociação relativa à fruta fresca, conta com o risco de essa fruta, ao chegar no país, levar junto uma praga. Normalmente, é feita uma análise para saber quais são os riscos, e se estabelece, então, um protocolo para se adotar as medidas mitigatórias. No entanto, o RN leva vantagem porque a principal praga do melão, a mosca da fruta, a mosca-das-cucurbitáceas do melão, não existe nessa região. Mossoró tem a única área do Brasil certificada, reconhecida internacionalmente como uma área livre dessa praga. Estados Unidos, Chile, todos esses países reconhecem.
Portanto, o Rio Grande do Norte está muito próximo de ter as portas da China abertas para a entrada do melão potiguar.
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