Será um duelo da opulência contra a ambição. O Flamengo, com seus milhões de torcedores e um elenco milionário, enfrentará um Athletico Paranaense que busca a grandeza na terceira final consecutiva entre times brasileiros na Copa Libertadores.
Apenas o vermelho e o preto dos uniformes conectam os dois clubes localizados em extremos opostos do futebol brasileiro.
Com essas cores, seus torcedores passeiam pelas ruas do porto equatoriano de Guayaquil antes do duelo deste sábado, 28, às 17h, no Estádio Monumental, com capacidade para quase 60.000 espectadores.
O caminho até aqui foi tranquilo para o time carioca. Derrotou com facilidade os adversários de peso e pode conquistar o tri do torneio mais importante das Américas com um elenco que combina as pérolas do futebol brasileiro com veteranos experientes vindos da Europa.
Já para o "Furacão", o caminho foi tortuoso e hoje dois de seus líderes têm a missão de conquistar uma Libertadores inédita para o time paranaense: o técnico multicampeão Luiz Felipe Scolari e Fernandinho, a voz da experiência em meio a um elenco majoritariamente jovem.
O LUXO
Com a derrota na final de 2021 ainda viva na memória (diante do Palmeiras em Montevidéu), o Flamengo mobilizou vários fanáticos daquela que é considerada a maior torcida do mundo - 40 milhões segundo a Fifa – que viajaram até a capital econômica do Equador.
São em sua maioria homens com roupas e tatuagens que homenageiam o time carioca e que sonham ver o técnico Dorival Junior erguendo o troféu ao lado de seus discípulos galáticos, privilégio de quem tem um cofre aberto a grandes contratações:
Do gol defendido por Santos, ouro olímpico em 2016, à dupla de atacantes Gabigol e Pedro, revelação do futebol brasileiro. Sem falar em veteranos que já foram campeões na Europa, como David Luiz e Filipe Luís e os criativos Éverton Ribeiro e Giorgian de Arrascaeta, que também jogam pela seleção Brasil e Uruguai, respectivamente.
O portal especializado Transfermarkt calcula o valor total de todos os seus jogadores em 146 milhões de dólares.
O “REI E O BISPO”
O Athletico-PR buscará a façanha como em um partida de xadrez, com um rei no banco e um bispo em campo, fundamentais na dramática vitória sobre o Estudiantes de La Plata nas oitavas de final e contra o Palmeiras, atual campeão, nas semifinais.
Embora em menor número que o Flamengo, os torcedores da equipe de Scolari mostram otimismo com cantos nas ruas de Guayaquil antes daquele que pode ser seu primeiro título da Libertadores.
Se vencer, Felipão alcançará sua terceira Libertadores como técnico, tornando-se o segundo que mais a conquistou junto com o argentino Osvaldo Zubeldía. Um degrau acima, com quatro, está Carlos Bianchi, também argentino.
Dos onze titulares que devem jogar neste sábado, apenas quatro jogadores têm mais de 25 anos: Pedro Henrique (27), Alex Santana (27), Thiago Heleno (34) e Fernandinho (37), o ídolo do time, que deixou o clube ainda adolescente e voltou com o sonho de ser imortalizado.
O meia é o único remanescente da final da Libertadores que o Athletico-PR perdeu em 2005 para o São Paulo.
Depois de 17 anos longe, período em que chegou a usar a faixa de capitão do Manchester City por decisão de Pep Guardiola, Fernandinho voltou à suas origens.
FICHA TÉCNICA
Local – Estádio Monumental, no Equador
Hora – 17h
Árbitro – Patricio Loustau (ARG)
FLAMENGO
Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; João Gomes, Thiago Maia, Éverton Ribeiro e Arrascaeta; Pedro e Gabriel Barbosa. Téc.: Dorival Júnior.
ATHLETICO/PR
Bento, Khellven, Pedro Henrique, Heleno e Abner Vinícius; Fernandinho, Hugo Moura, Agustín Canobbio, David Terans e Vitinho; Vitor Roque. Téc.: Luiz Felipe Scolari.
Tags: