Por César Santos / Jornal de Fato
Hoje é o aniversário da minha primeira grande paixão no futebol. O Baraúnas de Mossoró completa 63 anos de fundação. Era único, antes de o Flamengo do Rio invadir o jovem coração deste jornalista, sem mínima fagulha de traição. Nem mesmo quando os dois se enfrentaram na década de 80, com o Nogueirão superlotado. Vibrei com os cinco gols do jogo, dois do Baraúnas e três do Flamengo, com direito a golaço de Zico. Portanto, tricolor aqui, rubro-negro no Brasil. Para sempre.
Alfaiate e desportista Zoívo Barbosa, um dos fundadores do Baraúnas
O “Leão da Doze” foi uma invenção de Zoívo Barbosa de Menezes e de Expedito Mariano de Azevedo. O primeiro, alfaiate de mão cheia; o segundo, vereador de sete mandatos. Os dois amigos unidos pela paixão ao carnaval e futebol, que se juntaram a outros, como Francisco Martins de Medeiros, o primeiro presidente, para materializar o novo clube mossoroense.
Expedito Bolão, vereador de sete mandatos, outra fundador do Baraúnas
A fundação é datada em 14 de janeiro de 1960. Eles se reuniram no bairro Doze Anos, na esquina da Felipe Camarão com a Avenida Rio Branco. O Baraúnas já existia como bloco carnavalesco. Zoívo e Expedito Bolão ampliaram para o futebol, para fazer frente ao Potiguar, time da elite mossoroense com a grife de ACDP (Associação Cultura Desportiva Potiguar). Rivais desde então, que protagonizaram os melhores momentos do futebol mossoroense, sem tirar a importância dos figurantes Ferroviário, Humaitá, Estadual, Fluminense, Itaiguara, Mossoró EC...
O tricolor mossoroense construiu a sua história, com atletas eternizados como o goleiro Xavier, o goleador Etevaldo e o zagueirão Necildo Diniz. Isso no velho campo da Benjamin Constant, onde hoje é o Sesiclube, e antes de Manoel Leonardo Nogueira liderar a campanha pela construção do Estádio Nogueirão.
Em 1976, disputou a sua primeira competição profissional, o Campeonato Estadual de Futebol, com novos personagens se juntando aos que deram origem ao clube, como Jonas Bezerra (então gerente do extinto Bandern), Nicéias (lojista), Luiz Escolástico Bezerra (farmacêutico), Necildo Diniz, Umbelino Bezerra Filho, dentre tantos outros.
Nessas seis décadas, elencos memoráveis e de alta qualidade foram formados, como em 1981, que tinha em sua formação: Vilberto, Vevé, Dão, Anchieta e Vildomar; Carlos Alberto, Zé Augusto e Neto (Normando); Haroldo, Nêgo Chico e Romildo. Ivo Hoffmann e Antonino, os dois técnicos dessa geração. Ou em 2006, que conquistou o seu primeiro título Estadual: Isaías; Cláudio Ribeiro, Índio, Nildo e César Romero; Luciano Piauí, Célio, Robinho e Ely Tadeu; Pantera e Luciano Paraíba. O elenco tinha ainda jogadores como Chiquinho, Aguinaldo, Cipó, Marquinhos, William (ex-Flamengo e Vasco) e Cícero Ramalho. O técnico era Paulo Moroni.
E antes que o torcedor tricolor cobre, vamos relembrar o time que goleou o Vasco da Gama em pleno São Januário e que terminou entre as oito melhores equipes que disputaram a Copa do Brasil de 2005: Isaías; Da Silva, Pedrosa, Nildo e Aguinaldo; Célio, Val, Toni e Amarildo (Edinho); Cícero (Henrique) e Álvaro (Hermano). O técnico era Milluir Macedo.
Hoje, nos 63 anos do Baraúnas, a história deve ser celebrada e, quem sabe, não sirva de inspiração para jovens e antigos abnegados se juntarem para tirarem o Leão da Doze da profunda crise. Ainda é possível. A história do Baraúnas é muito grande para deixar de existir.
Que assim seja.
Saudações tricolores.
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