Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Postado às 12h15 | 02 Abr 2023 | redação Vitória do Flamengo passa pelos acertos do técnico Vítor Pereira

Crédito da foto: Alexandre Cassiano / Globo Primeiro jogo da final entre Flamengo x Fluminense no Maracanã. Vítor Pereira e Diniz

Por Marcello Neves  / O Globo

As estatísticas da final do Campeonato Carioca são curiosos. O Fluminense levou a melhor em posse de bola (53% a 47%) e finalizações (16 a 13). Mas foi superado no que mais importava — o placar. O Flamengo venceu por 2 a 0 e abriu uma boa vantagem na decisão. Triunfo que passa por dois nomes em especial: Ayrton Lucas e Vítor Pereira.

A numeralha destacada tem função importante para entender o que aconteceu no jogo. O placar só foi possível porque o Flamengo foi fiel a uma ideia e estilo de jogo que se mostrou muito eficiente. Mesmo que isso significasse não ter o domínio da partida, bem diferente do que os rubro-negros se acostumaram a ver dentro de campo.

Extremamente criticado pelos torcedores rubro-negros, Vítor Pereira merece créditos — desta vez. Teve peito para mudar a forma da equipe jogar, barrar medalhões e foi premiado com uma vitória importantíssima. Se Ayrton Lucas foi o grande destaque, também passa por ele, que evoluiu e tem sido um dos melhores jogadores do Flamengo na temporada.

É natural que o torcedor torça o nariz quando viu que Gabigol e Everton Ribeiro estavam no banco de reservas — ainda mais sem ter Arrascaeta. Mas a escolha funcionou. O Flamengo optou por jogadores mais velozes e móveis, para pressionar a saída de bola tricolor e explorar os contra-ataques. Foi uma tônica da partida: a cada erro de bola tricolor, uma avalanche de jogadores rubro-negros aproveitavam o contra-ataque.

Não foi um Fla-Flu de domínio absoluto de nenhuma das partes. O Fluminense foi superior no primeiro tempo e teve pelo menos três chances claras quando o placar ainda estava empatado. Arias vai se lamentar a semana inteira pela oportunidade desperdiçada cara a cara com Santos. Se tivesse feito, a final seria outro. Mas 'se' não entra em campo.

Apesar dos pesares, esse, inclusive, é um dos motivos que faz o Fluminense não sair morto do Maracanã. Não é irreal achar que a equipe de Fernando Diniz pode buscar um 2 a 0. Claro, se tratando de final e com o Flamengo como rival, é bastante complicado. Mas o tricolor não está morto.

O Flamengo, mesmo nas cordas em alguns momentos — principalmente no primeiro tempo — se manteve fiel à sua estratégia. Colheu os frutos e está com a mão na taça. Graças a uma estratégia que funcionou e pela sua eficiência dentro de campo. Pode ter sido decisiva para ficar com o título.

Venceu quem foi mais eficiente.

O primeiro gol do Flamengo nasce da insistência de uma jogada treinada e buscada dezenas de vezes durante a partida. David Luiz (ou qualquer outro zagueiro) tenta um lançamento longo nas costas de Alexsander, que tem estatura e físico inferior a maioria dos atletas rubro-negro. Superado, a bola sobra para Pedro, que pode finalizar ou chutar. Ele assistiu Ayrton Lucas, que abrir o placar. No segundo, brilhou o talento individual do lateral-esquerdo.

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