Entre todos os nomes que se destacaram na conquista do bicampeonato carioca para o Fluminense, poucos saíram com o moral tão elevado quanto Fernando Diniz. A ponto de fazer seu nome voltar a ser visto com mais atenção no radar da CBF. Não é novidade que o italiano Carlo Ancelotti é o favorito da entidade e o plano A é ter um técnico estrangeiro no próximo ciclo. Mas se as conversas não avançarem, a atenção voltará ao Brasil, onde o comandante tricolor é o favorito.
Pelo lado da CBF, o que se sabe é que a decisão sobre o novo técnico da seleção brasileira terá um peso enorme da opinião de Ednaldo Rodrigues, que tem centralizado parte das decisões sobre o assunto. E não é segredo que o mandatário é um grande fã de Fernando Diniz.
Dos técnicos em atividade no futebol brasileiro, os nomes de Abel Ferreira e Fernando Diniz sempre foram os que mais agradavam por dois pontos principais: serem bons estrategistas e terem um futebol ofensivo. Dorival Júnior, quando comandava o Flamengo, era outro nome que agradava.
— A gente quer a seleção com um treinador que tenha um perfil de treinador vencedor, que possa respeitar o formato e como joga o futebol brasileiro, sempre procurando o futebol bonito e objetivo para vencer — disse Ednaldo Rodrigues, em entrevista ao ‘Marca’.
No entanto, as várias críticas do técnico do Palmeiras contra a entidade o fazem ficar um pouco atrás nesta disputa. Entre os brasileiros, Diniz sempre foi o favorito e o título do Campeonato Carioca afastou um fator que era discutido internamente na CBF: o fato de não ter um título da expressão na carreira como treinador. Sem esse problema a curto prazo para se preocupar, ele ficou ainda mais atrativo para a entidade.
Neste momento, o Fluminense se encontra tranquilo quanto a situação do treinador. Primeiramente, por que não houve procura oficial. Apesar das várias especulações envolvendo o nome de Fernando Diniz, a CBF não entrou em contato com o comandante, com seus representantes ou com o presidente Mário Bittencourt. O que reforça que o foco da entidade segue sendo um técnico estrangeiro, como o italiano Carlo Ancelotti e o português Jorge Jesus.
E mesmo se houver, há uma segurança contratual. Caso Fernando Diniz seja o escolhido pela CBF, uma multa terá que ser paga ao Fluminense. Isso é básico em termos de legislação trabalhista: todo contrato de prazo determinado possui multa prevista. Isso vale para clubes do Brasil, do exterior e também para seleções. Ao renovar com o Fluminense, o técnico assinou até o fim de 2024, o que faz o valor ser considerado alto e faz o clube crer que pode afastar a investida da entidade.
Outro ponto é que Fernando Diniz mantém o seu trabalho normalmente. Mesmo após o título carioca, ele esteve no CT Carlos Castilho para comandar o treino do Fluminense de ontem e sequer tocou no assunto seleção brasileira internamente. O foco tricolor é a partida diante do Paysandu, na próxima quarta-feira, no Maracanã, pela terceira fase da Copa do Brasil.
Já externamente, Diniz concedeu coletiva ontem e despistou sobre o assunto. Não foi a primeira vez que ele fez isso nos últimos meses.
— Já disse mais de uma vez que minha seleção brasileira é o Fluminense. Se um dia isso vier acontecer, vou saber responder na hora certa.
Fonte: O Globo
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