O Globo
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta terça-feira a Operação Penalidade Máxima II para cumprir três mandados de prisão preventiva contra envolvidos na manipulação de resultados de jogos de futebol. A suspeita é de que o grupo criminoso tenha atuado em partidas da Série A do Brasileiro e em cinco campeonatos estaduais. De acordo com a investigação, atletas cooptados recebiam de R$ 50 mil a R$ 100 mil para cumprirem determinadas ações durante o jogo, como tomar um cartão ou cometer um pênalti.
Um dos alvos de busca e apreensão é o jogador Victor Ramos, da Chapecoense, segundo o ge. Em nota, o clube afirmou que "reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta". Declarou ainda "posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos". O clube acrescentou que esta prática é antidesportiva e fere "os valores éticos e morais da modalidade". A equipe de Chapecó também ressaltou que colabora com as investigações. O MP dará novas informações em coletiva à tarde.
A ação é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro e que resultou na denúncia de 14 pessoas, entre elas oito jogadores de futebol, na Série B. Os alvos da ação desta terça-feira tinham o modus operandi semelhante ao aplicado em partidas da segunda divisão.
A investigação identificou que a organização criminosa teria atuado "concretamente" em pelo menos cinco jogos da Série A do Brasileirão do ano passado. De acordo com o MPGO, os suspeitos ainda teriam tentado manipular cinco partidas de campeonatos estaduais, entre eles Goianão, o Gaúchão, o Mato-Grossense e Paulistão.
"A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo", informou o MPGO em nota.
Segundo o MPGO, os jogadores eram demandados para realizar condutas previamente estabelecidas. O objetivo seria a obtenção de "grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas". Para isso, os envolvidos usavam contas cadastradas em nome de terceiros.
Busca e apreensão
Também são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados. Os agentes apreenderam celulares, armas de fogo, munições e granadas nos endereços ligados aos envolvidos. As ordens judiciais da Operação Penalidade Máxima II foram expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
Leia a nota da Chapecoense na íntegra
A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade.
A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta.
Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso.
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