Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO
Antes do jogo entre Potiguar x Potyguar currais-novense pelo Estadual Sub-20 nesta quarta-feira, 16, o centroavante Kauã, de apenas 16 anos, recebeu da Federação estadual de futebol o troféu de principal artilheiro do campeonato Sub-17, encerrado há pouco tempo e promovido pela entidade. Kauã marcou 12 gols em oito jogos, o que dá média de 1,5 gol por partida.
Com a bola rolando, Kauã marcou um dos gols na vitória sobre o xará currais-novense por 2x1. Foi o segundo gol dele em três partidas pelo campeonato sub-20. Os números do atleta impressionam mesmo com pouco tempo de preparação defendendo a camisa do Potiguar – seis meses.
“Bem promissor, tem muito talento, sabe o que quer. Juntando esses pontos, ele tem tudo para vencer”, comentou o técnico das categorias de base do Potiguar, Pedrosa Virgolino.
Kauã é mossoroense, mede 1,83 de altura e chama a atenção pela habilidade. O curioso é que ele era meio-campista e virou atacante referência de área após um treino, como relata Pedrosa:
“Ele chegou para atuar na meia, como segundo volante, pedi para ele fazer o papel de 9 e num treino com apenas 5 minutos, ele fez três gols. Naquele dia, eu disse: acho que encontrei o meu centroavante’”, lembrou o técnico.
Além do talentoso, o técnico alvirrubro também destacou o foco e a responsabilidade do seu atleta. “É muito exigente com ele mesmo, não perde treino, somente em casos especiais por consequência do estudo”, disse.
Kauã divide o futebol com os estudos. Pela manhã, ele cursa o nono ano do ensino médio no colégio Gurilândia – onde é bolsita – e na parte da tarde participa dos treinamentos no Potiguar, intercalados nos campos do Estádio Nogueirão e Ufersa.
“Quero ser jogador, mas sei que a carreira é curta, por isso procuro estudar”, disse o atleta já demonstrando personalidade.
Atleta busca realizar sonho do pai, morto na sua frente em 2018
Quando era criança, com apenas 11 anos, Kauã presenciou a morte do seu pai, o músico Leandro Pereira de Holanda. O assassinato aconteceu em julho de 2018 após Leandro reagir a um assalto. Era tecladista e empresário da banda Inala. Foi um momento bem delicado na vida de Kauã.
“Foi na minha frente, na época eu não queria saber de nada; fiquei muito triste”, contou ele.
Na época, Kauã treinava na escolinha de futebol do Israel e encontrou nos professores da equipe, Alex e Charles, um amuleto para ele se motivar, seguir em frente, no seu objetivo que era se tornar atleta de futebol. Uma terapia que deu certo.
“Depois, os professores Alex e Charles me aconselharam, me motivaram para eu seguir, e aqui estou”, completou.
Inclusive, apostar na carreira, seguir em frente, não desistir, eram os conselhos do pai, como lembra o garoto.
“Ele (pai) me levava para os treinos no Israel desde pequeno, me incentivava, pedia para eu não desistir, e quando terminar a carreira de jogador, ir cuidar da banda dele. Isso me motiva para seguir e realizar o sonho dele”, diz Kauã.
Ele tem dois ídolos no futebol: Neymar e Márcio Mossoró.
“Me inspiro como jogador e como pessoa em dois jogadores: Neymar e Márcio Mossoró”
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