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Postado às 18h00 | 06 Out 2023 | redação Rebeca Andrade é prata, e Simone Biles fatura o hexa no Mundial

Crédito da foto: Ricardo Bufolin/CBG Rebeca Andrade no Mundial de ginástica artística

Por Guilherme Pereira, Lorena Dillon e Rogerio Romera — Antuérpia, Bélgica

Simone Biles e Rebeca Andrade ficaram lado a lado para receber suas medalhas. Pela primeira vez as duas estrelas da ginástica artística dividiram um pódio em uma prova individual. Nesta sexta-feira, a americana retomou o posto de número 1 do mundo e conquistou o hexa do individual geral no Mundial da Antuérpia. Campeã no ano passado, a brasileira também brilhou com a prata. A americana Shilese Jones completou o primeiro pódio 100% de mulheres pretas da prova mais nobre de um Mundial. Flávia Saraiva acabou na 15ª posição depois de ter sofrido duas quedas.

Simone Biles fez uma competição à parte, como de costume. Nem precisou apresentar seu novo salto homologado, o Yurchenko Double Pike. Se deu ao luxo de tropeçar no solo, uma cena raríssima que não a tirou dos trilhos. A americana de 26 anos já era recordista de títulos e estendeu seu reinado para seis ouros no individual geral, somando 58,399 pontos.

Campeã no Mundial de 2022, Rebeca Andrade também deu show. Pequenos erros na trave e um passinho para fora na última acrobacia do solo a impediram de se aproximar de Simone, mas não tiraram da brasileira a prata. Somou 56,766 pontos, superando o duelo com Shilese Jones. A americana, vice-campeã no ano passado, acabou com o bronze somando 56,332 pontos.

Recorde para Rebeca

Com a prata desta sexta-feira, Rebeca chegou a seis medalhas em Mundiais, isolando-se como recordista do Brasil na história da competição. Bicampeão mundial do solo, Diego Hypolito era o recordista antes do Mundial da Antuérpia, com cinco conquistas.

Mais chances de medalhas

Depois de conquistar a prata inédita por equipes femininas na quarta-feira e a prata do individual geral nesta sexta, o Brasil ainda tem mais cinco chances de pódio no Mundial da Antuérpia. No sábado, às 9h (de Brasília), Rebeca está na final do salto, aparelho em que é a atual campeã olímpica. No domingo, também às 9h, Rebeca está na decisão da trave e do solo. Flavinha está na final do solo. Arthur Nory fecha o Mundial na decisão da barra fixa.

A final

Primeira rotação

As favoritas ao título começaram no salto. Simone Biles optou por não apresentar o novo salto que homologou na classificatória do Mundial. Em vez do Yurchenko Double Pike, fez um Cheng cravado e conseguiu 15,100 pontos. Também com um Cheng, Rebeca também voou, só deu um passo para o lado na chegada e tirou 14,700. Flavinha fez um bom Yurchenko com dupla pirueta e tirou 13,833, acabando a primeira posição na nona posição. À frente de Simone e Rebeca, só mesmo a argelina Kaylia Nemour, que deu show nas barras assimétricas, aparelho em que é especialista: 15,200.

Segunda rotação

Nas barras, Simone conseguiu 14,333. Rebeca, que havia errado nesse aparelho na classificatória, optou por fazer uma série com dificuldade um décimo menor (6,1 pontos) para focar na boa execução. Deu certo. A série cravada rendeu à brasileira 14,500 pontos e a segunda posição, atrás apenas da americana. A americana Shilese Jones também simplificou para executar bem sua série e tirar 14,633, assumindo o terceiro posto. Flavinha sofreu uma queda nas barras e conseguiu 12,633, caindo para a 11ª posição ao fim da rotação.

Terceira rotação

Simone Biles abriu a disputa da trave com um notão em uma série muito difícil: 14,433. Rebeca teve pequenos desequilíbrios, mas se manteve firme na trave e conseguiu 13,500 pontos, caindo para a terceira posição. Shilese Jones cravou sua série e tirou 14,066 pontos, passando a brasileira por pouco mais de dois décimos. Flavinha se recuperou da queda nas barras com uma grande série no seu principal aparelho. Conseguiu 14,033 na trave e subiu para a oitava posição.

Quarta rotação

Flavinha abriu as apresentações das favoritas no solo. Ela sofreu uma queda na segunda acrobacia e simplificou o final da série: 12,200 pontos. Rebeca deu show no solo e aumentou a nota de dificuldade com um triplo giro. Só na última acrobacia acabou pisando fora do tablado e teve um desconto de três décimos. Ainda assim conseguiu 14,066 pontos, um notão para se garantir no pódio. A seleção brasileira ainda protestou, mas a arbitragem não alterou a nota. Nem precisou. Shilese Jones cometeu falhas no solo e só conseguiu 13,400, ficando com o bronze e deixando a prata nas mãos de Rebeca.

O ouro já estava nas mãos de Simone Biles, que deu um show no solo com acrobacias muito altas. Em uma cena rara, ela tropeçou e quase caiu em um elemento simples. Ainda assim tirou 14,533 para selar o hexa do Mundial.

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