Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO
Com seis rodadas realizadas, faltando quatro para concluir a edição 2023 do campeonato de acesso do RN, percebe-se que Baraúnas e Mossoró EC se apresentam melhor atuando fora de casa. Jogando no estádio municipal Leonardo Nogueira, sua casa, o rendimento não é o mesmo.
Das quatro partidas como visitante, o Baraúnas venceu três, perdendo apenas para o Laguna num jogo que terminou com dois atletas a menos. E duas dessas três goleando, fazendo 5x0 sobre o Parnamirim SC e 9x0 frente ao Riachuelo.
Já o Mossoró, dos três jogos fora da cidade, venceu um (6x0 sobre o Riachuelo) e perdeu outros dois para o Alecrim e Parnamirim pela contagem mínima (1x0). No 6x0, verificou-se a proposta e fluidez de jogo e até mesmo nas duas derrotas, o time pôs a bola no chão e jogou, apesar dos reveses.
Atuando no Nogueirão, ambos não perderam para equipes visitantes, mas o rendimento se mostra abaixo das expectativas.
A reportagem do De Fato ouviu o técnico de Baraúnas, Alexandre Dantas, e também o treinador do Mossoró EC, Allan Frederico, para saber o motivo para essa irregularidade de atuação. De acordo com ambos, o gramado ruim do Nogueirão é a explicação.
Com campo cheio de buracos e grama seca, o Nogueirão se revela um problema, e está aquém do Barrettão, em Ceará-Mirim, e muito distante do Frasqueirão, em Natal. Esses dois campos são onde Laguna, Riachuelo e Alecrim mandam os seus jogos na competição.
“Jogadores como Radames, Jozicley quando atuam em gramado, por exemplo, do Frasqueirão, a gente percebe a fluidez do jogo, independente do adversário; as nossas melhores partidas foram feitas lá, mesmo àquela que terminou com a derrota para o Laguna. Não é garantia de vitória, mas a gente viu que um gramado como àquele faz toda a diferença, realmente no grupo com predominância técnica como é o nosso”, comentou o técnico baraunense, Alexandre Dantas.
Mesmo com time invicto atuando como mandante, o técnico do Mossoró EC se mostra preocupado porque o estado ruim do campo do Nogueirão obriga sua equipe, em vários momentos da partida, a sair de sua proposta de jogo.
“O gramado prejudica muito, não só o estilo de jogo do nosso time, mas também das outras equipes que vêm jogar aqui. Eu falo do nosso time por uma questão de entendimento da equipe que eu tenho, que valoriza a posse de bola, a construção do jogo começando do goleiro até o último terço do campo, e muitas às vezes temos que fazer a ligação direta, saindo da nossa proposta para minimizar o possível erro, por conta do gramado. Então, isso nos preocupa”, afirmou Allan Frederico.
“O campo é ruim para os dois lados, entendemos e compreendemos isso, mas ele poderia ser bom para que a gente pudesse aproveitar as qualidades e fazer o melhor espetáculo, mas o espetáculo fica comprometido com essa questão”, completou o técnico do Carcará mossoroense.
SERÁ ASSIM ATÉ O FINAL
Mossoró e Baraúnas e seus adversários vão seguir encarando o campo ruim do Nogueirão até o fim do campeonato. Com bola rolando, torna-se inviável qualquer planejamento para buscar melhoria.
Aliás, tal planejamento para um trabalho de revitalização do gramado por parte da gestão do campo – a Secretaria Municipal de Esporte Juventude – deveria ser feito bem antes de iniciar a competição, o que não aconteceu.
Pelo contrário, verificou-se dificuldades. A quebra de uma bomba submersa comprometeu principalmente o tratamento com o gramado, voltando a ser irrigado três meses depois que o equipamento elétrico foi reposto – a duas semanas de começar o campeonato.
A temperatura quente por essa época do ano também contribui para o problema, mas o bom tempo sem o campo ser irrigado pela demora na reposição da bomba chamou a atenção e depõe contra a gestão.
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