Marquise do Estádio Nogueirão caiu em 10 de fevereiro de 2024
Por Marcos Santos –Repórter do Jornal de Fato
Recentemente, o Potiguar usou sua conta no Instagram para realizar uma enquete a fim de ouvir o seu torcedor sobre o ressurgimento do Estádio Municipal Leonardo Nogueira. De momento, o Nogueirão está interditado por decisão judicial e sua gestora, a Prefeitura de Mossoró, tenciona fazer uma permuta via Parceria Público-Privada (PPP), como já revelou o prefeito Allyson Bezerra.
A enquete foi rápida. Como foi lançada no Story, ficou exposta por apenas um dia, iniciando no dia 20 de fevereiro, expirando-se no dia seguinte. A pergunta foi a seguinte: “Com a construção de uma nova praça esportiva em Mossoró, o que seria fundamental (na sua opinião) para esse novo estádio? Comente sobre: localização, capacidade, estrutura, acessibilidade, modelo para o novo estádio”.
A assessoria de imprensa do clube forneceu os números. A campanha teve a participação de 80 torcedores/respostas. Entre os que opinaram sobre a localização, a maioria quer que o Nogueirão permaneça no mesmo local, no bairro Nova Betânia, considerando principalmente a questão econômica e o pertencimento cultural/esportivo dos desportistas. Que algo seja feito (nova construção ou reforma) para preservar o patrimônio público, sem mexer no endereço.
Foram 30 respostas nesse quesito localização, com 20 favoráveis ao Nogueirão onde ele está situado, e as outras 10 sugerindo um novo Nogueirão em outra área da cidade, sendo citados o bairro Alto Sumaré; região próxima ao Partage Shopping; e saída para Fortaleza ou Apodi.
As outras 50 respostas comentaram sobre a capacidade e o modelo para o novo Nogueirão. Sobre a capacidade, a média sugerida ficou entre 15 mil e 25 mil lugares, e o modelo foram citados como exemplo três estádios: Frasqueirão, em Natal; Presidente Vargas, em Fortaleza; e o Romeirão, em Juazeiro do Norte/CE.
A enquete foi sugerida pela Prefeitura de modo que os clubes pudessem ouvir o seu torcedor via consulta pela internet sobre o tema. Até o momento, o Baraúnas não realizou a sua.
No entanto, a permuta do Nogueirão em si é tratada sob sigilo absoluto pelo prefeito Allyson Bezerra e seus pares devido à sensibilidade do assunto. O processo está em andamento. Especula-se que caminha para a mudança de endereço do Nogueirão em local distante, passando a valiosa área onde está situado o estádio para uma empresa privada que, em troca, construiria um novo estádio em outro local da cidade.
Há alternativas para manter o Nogueirão no mesmo local, como levantar recursos via parceria com Governo Federal para bancar a construção ou inseri-lo no programa de governo municipal, “Mossoró Realiza”, mas não passam pela mente do prefeito. Pelo menos, é o que se desenha. Um empréstimo milionário foi feito junto à Caixa para viabilizar tal programa.
Deixar o estádio em ruína seria estratégia para forçar a permuta
O estádio municipal Leonardo Nogueira está interditado desde o dia 7 de fevereiro por decisão judicial, atendendo ao pedido do Ministério Público, devido ao descumprimento da Prefeitura por não realizar obras de acessibilidade no estádio. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado em 2021, a gestora tinha dois anos para efetuar o serviço, mas não o fez.
Ano passado, após um torcedor cair num buraco que se abriu em plena arquibancada, o prefeito Allyson Bezerra prometeu realizar obras de recuperação, mas também não cumpriu. Supõe que o seu ato indica estratégia de abandonar o estádio, deixá-lo em ruínas, a fim de forçar a permuta, descartando outros caminhos para a preservação do patrimônio público.
A queda da marquise devido à forte chuva, três dias após a interdição, teria fortalecido a estratégia, por obra do acaso.
Frise-se que o Nogueirão, em sua estrutura física, já estava precário desde os tempos da gestora antecessora, a Liga Desportiva Mossoroense (LDM), mas a situação se agravou consideravelmente nos últimos três anos, com o estádio já municipalizado.
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