Por Fred Gomes — Rio de Janeiro
O assunto da moda é o sistema defensivo do Flamengo, que sofreu apenas dois gols em 24 partidas em 2024, um em amistoso e outro em jogos disputado com garotos do sub-20. Mas o DNA rubro-negro aponta para a baliza adversária, e o time de Tite está muito perto de ajudar o clube a alcançar uma marca histórica no ataque: se marcar duas vezes no Fla-Flu do sábado, o Rubro-Negro chegará a 13 mil gols em quase 112 anos de futebol.
Primeiro gol em 3 de maio de 1912
Segundo o site Fla Estatística, responsável pelo maior acervo de dados sobre a história do Flamengo na internet, são 12.998 gols desde o primeiro marcado pelo clube, em 3 de maio de 1912, quando os comandados do técnico Emmanuel Augusto Nery debutaram no esporte com goleada por 15 a 2 sobre o Mangueira. Gustavo de Carvalho, que 26 anos depois se tornaria presidente do Rubro-Negro, foi quem fez o primeiro gol, com apenas um minuto de jogo. Gustavinho ainda marcaria outros quatro no massacre.
O Flamengo também utiliza a contagem adotada pelo site Fla Estatística e está trabalhando com a possibilidade de o gol 13 mil acontecer nos próximos jogos.
Gol 12 mil muda de dono
Como o Flamengo utiliza os dados levantados pela Fla Estatística, uma reparação teria de ser feita. Em 21 de agosto de 2016, Leandro Damião abriu o placar da vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro, em jogo que marcou a estreia de Diego Ribas com a camisa vermelha e preta. À época, o Rubro-Negro homenageou Damião com uma placa, que foi entregue por Leandro, ídolo e maior lateral-direito da história rubro-negra.
O problema é como há grande dificuldade em relação a partidas catalogadas no futebol brasileiro, historiadores fazem reparações ao longo dos anos. E pesquisa da Flaestatística recente fez com que o gol 12 mil passasse a ser de Marcelo Cirino, marcado três dias após os 2 a 1 sobre o Grêmio. Cirino fez o segundo do Flamengo na derrota por 4 a 2 sobre o Figueirense, pela Sul-Americana.
Artilheiros no "pós-12 mil"
Como o gol de Cirino aconteceu em 2016, quase nenhum rubro-negro tem dúvidas sobre quem é o artilheiro no período posterior. Obviamente o líder é Gabigol, com 155 marcados. Ele não é apenas o goleador do recorte que está perto de chegar a 1.000, mas também o sexto maior da história do clube.
Os outros que completam o top-5 são integrantes da geração que conquistou 11 títulos entre 2019 e 2022. Pedro (116), Bruno Henrique (87) e Arrascaeta (66) seguem no clube. Everton Ribeiro, com 46, transferiu-se para o Bahia.
Ano mágico não é o mais artilheiro
Apesar de o Flamengo ter encantado com Jorge Jesus ao atropelar adversários nas conquistas do brasileiro e da Libertadores, o ano de 2019 não foi o com mais gols desde a marca dos 12 mil. Foram 153 distribuídos em 76 partidas. A temporada foi iniciada com Abel Braga, que foi campeão carioca, mas os rubro-negros só deslancharam e encantaram sob orientação do português.
Há, porém, um empate técnico com o ano de 2021, que foi inchada pela inserção de 11 rodadas do Campeonato Brasileiro de 2020 - a pandemia atrasou o término da competição. Foram 178 gols em 87 jogos. Rogério Ceni e Renato Gaúcho foram os treinadores na temporada. Nas médias, irrisória superioridade para a temporada de 21 (2,04 x 2,01).
Pedro marcou o gol de 12.998 no último domingo ao fechar a vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, nos acréscimos. O Rubro-Negro tem exatamente média de dois por partida em 2024 (28 em 14). Com o Tricolor precisando sair para o jogo e diante do bom momento dos comandados de Tite, a expectativa pelo atingimento de uma marca histórica no Fla-Flu do próximo sábado só cresce. Quem vai marcar o 13 mil? Quando? E como?
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