Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO
O plano de Baraúnas e Potiguar para tentar usar o Estádio Nogueirão de forma temporária, enquanto o processo para se obter uma nova praça não for concluído, rendeu uma variedade de comentários nas redes sociais e a maioria indagou sobre o dinheiro destinado, por meio de emendas parlamentares, para a recuperação do estádio mossoroense.
A proposta dos clubes, possivelmente amparada por um instrumento jurídico, visa à reforma mínima para deixar o estádio apto para jogos, destravando as interdições que impedem o seu uso. Mas quem bancaria a reforma? No entendimento dos clubes, ela deveria ser custeada pela gestora do campo, a Prefeitura de Mossoró.
O assunto foi comentado na internet, após publicação de matéria pelo “Blogmsantos” em sua página no Instagram. E vários internautas aproveitaram para indagar sobre o destino de verbas parlamentares para o Nogueirão, anunciadas por dois deputados.
“A pergunta que não quer calar: Cadê as emendas?”, indagou @dyegotavares.
“Cadê o dinheiro das emendas?”, perguntou @danilomagalhaes.rn.
“Cadê o dinheiro das emendas destinadas ao Nogueirão?”, questionou outro usuário com perfil @victoraqquin.
Em novembro do ano passado, o Deputado Estadual Coronel Azevedo anunciou emenda para o Nogueirão no valor de R$ 500 mil, sendo R$ 100 mil para serem liberados ainda 2023 e outros R$ 400 mil para este ano de 2024. O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, usou suas redes sociais para anunciar e agradecer o apoio do deputado.
Em janeiro deste ano, o Deputado Federal General Girão também anunciou destinação de emenda no valor R$ 500.022,00 para o Nogueirão. A Secretaria de Esporte e Lazer de Mossoró (AEL) fez vídeo para publicitar o apoio nas redes sociais e também agradecer a atitude do parlamentar.
Não se sabe se a verba de R$ 100 mil prometida por Azevedo para sua liberação em 2023 foi recebida e qual foi o seu destino. A Secretaria de Esporte e Lazer, gestora do Nogueirão, evita tocar no assunto. O restante do recurso deverá ser liberado no decorrer do ano.
A reportagem do De Fato ouviu alguns dirigentes de Baraúnas e do Potiguar, e eles admitiram que com “100 mil líquidos dariam para se trabalhar e fazer os reparos mínimos”, deixando o Nogueirão em funcionamento, mediante acordo com a Justiça para a renovação de um novo TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
Os clubes alegam que estão sofrendo sérios prejuízos financeiros tendo que jogar fora de Mossoró e citam o ato jurídico “Cessão de Direito” para tentarem reabrir o Nogueirão para uso temporário, enquanto o processo para se obter uma nova praça esportiva não encontre uma melhor solução. Para isso, os times precisam da adesão da Prefeitura de Mossoró.
Os dirigentes dos clubes ainda aguardam uma reunião com Allyson Bezerra, solicitada há mais de um mês, para tratarem sobre a proposta.
O Nogueirão está fechado após duas intervenções. A primeira, ocorrida em 7 de fevereiro, por decisão da Justiça atendendo pedido do Ministério Público devido à Prefeitura descumprir o TAC por não realizar obras de acessibilidade. A segunda, uma semana depois, por determinação da Defesa Civil devido à queda da marquise do estádio após forte chuva.
Tags: