Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO
O “Caso Ramon” entrará no 3º capítulo nesta quinta-feira, 11, quando o Pleno do TJD/RN (Tribunal de Justiça Desportiva) julgará o recurso do Baraúnas, o qual pede que a decisão da Primeira Comissão Disciplinar da casa seja reformada.
Por unanimidade de votos, essa comissão julgou procedente a denúncia do ABC e retirou 6 pontos do tricolor, eliminando-o da semifinal do 2º turno do Campeonato Estadual, além de multa de R$ 1 mil. A sessão desta quinta está prevista para iniciar às 19h.
Desconfiando que o Pleno não irá reformar a decisão, o Baraúnas, por meio de seu Jurídico, está preparado para subir a ação ao STJD/RJ (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que será o próximo passo após esgotar os recursos em âmbito estadual.
Depois do julgamento da primeira comissão do TJD, o segundo capítulo do “caso Ramon” se deu em seguida, com a negativa da liminar pedida pelo Baraúnas para tentar paralisar o campeonato. O efeito suspensivo foi negado no sábado, 6, dois dias após o julgamento, e assinado pelo vice-presidente da casa, Tiago Pinto. Então, o terceiro capitulo será hoje.
O imbróglio jurídico deve perdurar por meses até a sua conclusão, o que motivou a diretoria a liberar os jogadores. Até mesmo porque, 90% do elenco terá vínculo encerrado até o fim do mês.
O Caso Ramon foi deflagrado depois da notícia de infração impetrada pelo ABC às vésperas da última rodada da fase de grupos do 2º turno do Estadual. O Jurídico do clube natalense, com base no regulamento específico da competição, afirma que os cartões são contados de turno para turno e, com isso, Ramon deveria ter cumprido suspensão automática no jogo contra o Globo, o que não ocorreu, motivando a queixa sobre irregularidade de atuação.
Por sua vez, o Jurídico do Baraúnas entende que o atleta não jogou com três cartões amarelos, e sim com dois na partida contra o Globo, pois interpreta que os cartões não podem migrar de um turno para o outro, pois são critérios de desempate para a classificação. Para isso, a defesa se apoia em regulamento dúbio.
RETROCESSO
Como o TJD não acatou liminar do Baraúnas para parar o campeonato, a Federação estadual de futebol deu sequência à competição, mas alguns jogos da reta final podem ser retrocedidos caso o Baraúnas saia vitorioso no pleito, ao fim do processo jurídico.
Retroceder os jogos não seria inédito no futebol potiguar, pois em 2006, isso aconteceu após o STJD reformar a decisão do TJD sobre o “Caso Silvio Madona”, do Assú. Jogos da semifinal e final foram desmanchados trazendo o Assú de volta à disputa, após vencer ação contra o ABC.
Naquele ano, o Baraúnas foi campeão nos dois momentos e, em cima do rival Potiguar: no primeiro, quando a ação tramitava nos tribunais, e no segundo, com os jogos retrocedidos, após conclusão do processo no Rio de Janeiro.
Tags: