Por Thiago Lima — ge
Depois de começar a Libertadores tropeçando com um jogador a mais contra o Millonarios, o Flamengo tinha a obrigação de ganhar do Palestino na noite de quarta-feira no Maracanã, antes de sair para dois jogos seguidos fora de casa pelo torneio. E isso foi feito: 2 a 0. O saldo de gols era um extra, e isso faltou diante do adversário em tese mais acessível do grupo. A esperada goleada não aconteceu muito em função de um primeiro tempo pobre na finalização e de um segundo tempo onde parecia até que estava na altitude.
Em suma, a estreia em casa na Libertadores foi um misto de festa e preocupação. Vamos começar pela parte boa. O primeiro tempo foi um Flamengo bem perto de sua melhor versão até aqui na Era Tite: intenso, marcando alto, perde-pressiona, domínio territorial com 71% de posse da bola, quase sem sofrer atrás (Léo Ortiz e Léo Pereira se complementaram bem) e criando bastante na frente. Mesmo em um dia apagado de Arrascaeta, foram 12 finalizações e seis grandes chances de gol.
Com apenas seis minutos, Arrascaeta cobrou falta na cabeça de Léo Pereira, que subiu mais que o marcador e cabeceou por cima do travessão. rês minutos depois, Varela quem cruzou para Cebolinha cabecear para defesa de Rigamonti. Aos 20 veio a pintura de Pedro: após chute desviado de Ayrton Lucas (a bola bate no braço de Linares e seria pênalti se não fosse gol), o camisa 9 domina dando um chapéu no goleiro e empurra para a rede.
Cebolinha estava naqueles dias, e Benjamin Rojas, seu marcador, certamente teve pesadelo com ele essa noite. Aos 37, o atacante cortou para dentro e bateu colocado, tirando do goleiro, mas Dávilla salvou em cima da linha. Cinco minutos depois, Varela cruzou na cabeça de Pedro, que parou em Rigamonti. E aos 45, Luiz Araújo deixou Ortiz na cara do gol, e ele desperdiçou. Saiu barato para o Palestino, que só teve uma única oportunidade em contra-ataque com Véjar, aos 35.
Um 2º tempo "rarefeito"
Corta para o segundo tempo. Apesar do placar magro, o jogo parecia tão ganho que deu impressão do time voltar do intervalo já pensando no duelo com o Bolívar na próxima rodada. E aí pensou tanto que já até parecia uma simulação de jogar na altitude. O Flamengo não conseguia mais atacar enquanto atrás tomou um bocado de sustos de um Palestino que adiantou suas linhas e passou a dobrar em cima dos laterais rubro-negros com as entradas de Palacio na esquerda e Carrasco na direita.
Léo Ortiz e Léo Pereira em Flamengo x Palestino — Foto: Fred Gomes / ge
Os chilenos tiveram quatro grandes chances de empatar o jogo, quase sempre na bola aérea. Com um minuto, em cobrança de falta ensaiada, Cristian Suárez apareceu livre na área em posição legal e cabeceou para o meio, mas pegou mal na bola. Aos oito, Léo Pereira cortou mal um cruzamento, e Abrigo chutou para Rossi espalmar para fora. Na cobrança de escanteio, Linares mandou com perigo por cima do travessão. E seis minutos depois, Ceza, também pelo alto, parou no goleiro argentino.
Dos jogos recentes, esse foi o que o Flamengo mais cedeu chances ao adversário. O Palestino teve 10 finalizações ao todo e, depois que sofreu o segundo gol, ainda perdeu uma última oportunidade com Chamorro de cabeça aos 45 (veja na imagem abaixo). O Rubro-Negro só deu uma melhorada após as substituições, o problema é que Tite demorou a mexer. Em todo o segundo tempo, o Rubro-Negro chegou uma vez com Pedro, em jogada individual que passou por dois e chutou mal aos 33 minutos (poderia ter tocado para Bruno Henrique), e no gol do Ortiz aos 39, na bola parada.
Chance perdida por Chamorro em Flamengo x Palestino — Foto: Reprodução
Nitidamente o cansaço teve uma parcela nessa queda de rendimento na etapa final. E aí a escolha do Tite de ter ido com força máxima no segundo jogo da final do Carioca contra o Nova Iguaçu, mesmo já tendo liquidado a fatura na primeira partida, teve o seu preço. Por sorte, não custou muito ao Flamengo, que com a vitória assumiu a liderança do Grupo E com quatro pontos (o Bolívar joga nesta quinta com o Millonarios e pode passar).
O Flamengo só volta a jogar pela Libertadores agora no dia 24, quando visita o Bolívar na temida altitude de 3600 metros de La Paz, na Bolívia. Antes, o Rubro-Negro volta as atenções para o Campeonato Brasileiro e estreia neste domingo contra o Atlético-GO no Serra Dourada. Tite já verbalizou que vai ser preciso priorizar competições, e possivelmente o técnico comece a rodar o time já a partir da estreia na Série A.
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