Marcos Santos – Jornal de Fato
De todos os clubes envolvidos na disputa do Campeonato Brasileiro/2024, nas quatro divisões (A, B, C e D), totalizando 124, apenas Potiguar, Itabuna/BA e Itabaiana/SE não jogam em casa. Os três são participantes da Série D em grupos diferentes e não podem atuar diante de sua torcida devido à impossibilidade de uso do estádio em sua cidade de origem – Mossoró, Itabuna e Itabaiana.
Desde o Campeonato Estadual, o Potiguar vem mandando os seus jogos na vizinha cidade de Assú; o Itabuna decidiu mandar suas partidas na capital, Salvador, no Estádio do Pituaçu; e o Itabaiana realiza os seus jogos de mandante na cidade de Lagarto/SE. Por motivos diferentes.
Em Mossoró, o Estádio Municipal Leonardo Nogueira está interditado pela Justiça devido à gestora, a Prefeitura de Mossoró, não ter cumprido o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para realização de obras de acessibilidade. Tinha dois anos para executar o serviço, mas desprezou.
Nesta semana, o Nogueirão irá completar 100 dias fechado. Um trator foi visto nesta terça, 14, arrancando o gramado/mato que estava cobrindo as traves, após divulgação de vídeos em redes sociais que revelaram o cenário de abandono. O que antes estava ruim se agravou. E não há perspectiva de reabertura.
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), informou que há um processo de permuta em andamento por meio de Parceria Público-Privada (PPP) para se obter um novo estádio em outro local. No entanto, tal assunto se arrasta há quase dois anos, sem algo concreto.
Ainda assim, a possível saída do Nogueirão do local de origem, no bairro Nova Betânia, também é assunto bastante polêmico. Uma enquete promovida por clubes, Potiguar e Baraúnas, e um debate feito na Câmara de Vereadores mostraram que a sociedade mossoroense desaprova a mudança de endereço de um estádio histórico (57 anos de fundação), em respeito ao patrimônio público e também ao pertencimento cultural esportivo.
Em Itabuna, a situação é diferente. O Estádio Fernando Gomes de Oliveira, “Itabunão”, está em reforma, devendo ser entregue para uso do time homônimo até outubro. A Prefeitura local destinou R$ 8,9 milhões para a requalificação da praça esportiva.
Recentemente, o ex-jogador e técnico de futebol, Zico, esteve em Itabuna para uma palestra motivacional e aproveitou para visitar o estádio, e conferir o andamento das obras.
“A gente sabe da importância do estádio para uma cidade, um time, para os torcedores. Essa luta que vocês estão tendo para trazer de volta o Itabunão merece parabéns. Tenho certeza que a população vai gostar. É mãos à obra para procurar fazer o melhor para que essa cidade volte a ter seu estádio, porque Itabuna tem nome, tem time e história no futebol”, disse o ídolo flamenguista.
Em Itabaiana, o Estádio Etelvino Mendonça, “Mendonção”, encontra-se em reforma, por isso o time local vem mandando os seus jogos no Estádio Barretão, na cidade de Lagarto. O Mendonção é administrado pelo Executivo estadual, que destinou R$ 3 milhões para o aprimoramento de sua estrutura.
PREJUÍZO TÉCNICO E FINANCEIRO
As dificuldades aumentaram para o Potiguar com o Nogueirão fechado. O time vem pagando R$ 10 mil por jogo para ir até Assú, além de sofrer prejuízo técnico, jogando distante do torcedor e no campo que só é utilizado em dia de jogo. O técnico Robson Melo pediu para realizar pelo menos um treino na semana a fim de a equipe se adaptar melhor com o local, mas a diretoria não vem atendendo à solicitação por questão financeira.
Jogando em casa, diante do seu torcedor, é fundamental em uma Série D. Ano passado, quando tinha o Nogueirão, o Potiguar venceu quase todos os jogos como mandante, e isso foi determinante para sua classificação para a segunda-fase. Agora, o time terá de escalar uma “montanha”.
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