Por CNN
O jornalismo esportivo brasileiro perdeu dois ícones: Marcelo Grego e Washington Rodrigues, o Apolinho. Ambos lutavam contra câncer.
O jornalista Antero Greco estava internado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Antero lutava contra um tumor cerebral desde junho de 2022. Aos 69 anos, deixa esposa e dois filhos.
O velório acontecerá no Cemitério do Redentor, em São Paulo, a partir das 12h e o enterro será às 16h. A morte foi confirmada pelo canal ESPN, onde o jornalista trabalhou desde os anos 90. Paulistano e filho de italianos, Antero nunca escondeu o amor pelo Palmeiras.
Carreira no jornalismo
Antero Greco começou a carreira em 1974, aos 19 anos, no jornal O Estado de São Paulo. em três passagens, foi editor, repórter, chefe de reportagem e repórter especial. Passou também pela Folha de São Paulo e Diário Popular, onde foi colunista.
Começou sua carreira em TV na Bandeirantes, onde participou de transmissões do Campeonato Italiano, em 1983. E em 1994, passou a integrar a equipe de esportes da extinta TVA, que depois se tornou ESPN Brasil.
Na bancada do jornal SportsCenter, junto com Paulo Soares, Antero marcou época. De terno e gravata, a dupla transformou o tradicional noticiário esportivo em um programa bem-humorado e, muitas vezes, surpreendente. Antero e Amigão, como é chamado Paulo Soares, chegaram a apresentar o SportsCenter com a maquiagem da banda Kiss, em homenagem ao dia do rock.
Antero cobriu 11 Copas do Mundo, todas desde 1978, exceto 2022, quando estava em meio ao tratamento. Nome importante da imprensa, conquistou diversos troféus da mídia esportiva brasileira, como: Prêmio Comunique-se e Troféu Aceesp.
Problemas de saúde e internação
Em setembro de 2022, Antero Greco passou mal durante o SportsCenter. Teve que sair do estúdio para ser atendido prontamente e encaminhado ao hospital. Em maio de 2023, ele retornou aos estúdios após ficar afastado por oito meses para tratar o câncer que havia descoberto na cabeça. Na ocasião, ele, emocionado, comemorou.
“Estar aqui é uma emoção e uma vitória da ciência e da fé. Dia 8 de setembro de 2022, eu passei mal aqui. Mas não foi a primeira manifestação, foi uma manifestação pública. Eu já tinha ido um problema anterior, que começou em junho. em casa eu tive uma dormência na mão e fui correndo para um hospital achando que era um AVC. Não era. Exames foram feitos e se constatou um corpo estranho aqui, na cuca. Fui internado e operado de urgência. Sai legal. Dois meses depois, exames mostraram que tinha sobrado algo. Eu deveria passar por nova operação. Até que eu tive aquele piripaque aqui. Aí fui internado e operado. A coisa ia de médio pra grave e pra gravíssimo. Fiz radioterapia e quimioterapia. Estou me sentindo muito bem, estou liberado e claro que tenho que acompanhar isso eternamente”, disse, com lágrimas nos olhos.
No último sábado (11), o companheiro de bancada, Paulo Soares, fez uma postagem em suas redes sociais relatando a piora no quadro de saúde do amigo.
“Amigos, infelizmente o meu grande amigo e de todos nós, Antero Greco, está em seus dias finais. Tumor cerebral. Lutou desde junho de 22, mas agora não há mais o que fazer. Está no Mirante da Beneficência Portuguesa. Dorme um sono profundo, sereno. Não acorda e não fala mais. Se alimenta por sonda. Sinais vitais ainda respondem bem. Família presente, apenas Cris, que vive em Paris, ainda não está. Chega na terça. Hoje fui com Alex Tseng, João Simões e Roberto Salim, me despedir dele. Muito triste e dificil. Imaginávamos ainda voltar a bancada do SportsCenter. Nosso sonho acabou. Vamos enviar luz e paz para que seja uma passagem tranquila. Um amigo doce, querido, divertido e muito inteligente. Antero, my friend, seu cabeçudo, acorda!!!!”, disse o amigão.
Veja a nota do Hospital onde Antero Greco faleceu
A Beneficência Portuguesa de São Paulo informa, com pesar, o falecimento do jornalista Antero Greco, no dia de hoje, 16 de
maio, às 3h, em nossa unidade hospitalar BP Mirante, em decorrência de complicações de um meningioma. Antero Greco era amplamente conhecido e respeitado por sua integridade e dedicação ao jornalismo, deixando um legado de imenso valor para a comunicação no Brasil. Neste momento de luto, a BP se solidariza com a família, amigos e admiradores do profissional.
APOLINHO
Washington Rodrigues, o Apolinho, morreu na noite desta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, aos 87 anos, o apresentador e comentarista esportivo Washington Rodrigues, o Apolinho, integrante da equipe de esportes da Super Rádio Tupi.
Apolinho estava internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, em tratamento de um câncer.
Washington Rodrigues nasceu em 1º de setembro de 1936, no Rio, e é considerado um dos ícones do jornalismo esportivo no Brasil. Na carreira, passou ainda por rádios Globo, Nacional e Guanabara.
Na Rádio Tupi, Washington Rodrigues comandava o tradicional Show do Apolinho, com informação e bom humor. Por muito tempo, ele dividiu o espaço com o amigo e locutor Luiz Penido.
Além de comandar o Show do Apolinho, o jornalista assinava a ‘Palinha do Apolinho’ no Giro Esportivo, além do quadro ‘Geraldinos & Arquibaldos’.
Comandou o Flamengo em 1995
Numa das histórias mais inusitadas do futebol brasileiro, Apolinho assumiu o cargo de técnico do Flamengo em 1995 a convite do então presidente Kléber Leite. Além de estar à frente do time no Campeonato Brasileiro e na Supercopa, sua missão era unir o elenco, repleto de estrelas, dentre elas Romário, Edmundo e Sávio.
Sem nenhuma formação de Educação Física ou treinador, Apolinho foi auxiliado na função por Artur Bernardes e Paulo César Gusmão.
Ao todo, o comentarista, que era flamenguista assumido, comandou o clube do coração em 26 jogos e conquistou 11 vitórias, oito empates e foi derrotado sete vezes. Naquele ano, o Rubro-Negro terminou o Campeonato Brasileiro em 21º lugar (dentre 24 times) e foi vice-campeão da Supercopa dos Campeões da Libertadores, ao perder o título para o Independiente da Argentina.
Aquele time do Flamengo tinha jogadores como Paulo César Borges, Fabiano, Cláudio, Ronaldão, Lira, Márcio Costa, Marquinhos, Djair, Nélio, Romário, Edmundo, Sávio, Aloísio Chupala, Uéslei e Rodrigo Mendes.
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