Por Por Tébaro Schmidt / ge
O presidente do Vasco, Pedrinho, deu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, em São Januário, para explicar a ação do clube contra a 777 Partners. A empresa foi afastada do controle da SAF por uma decisão judicial em caráter liminar, na noite de quarta.
- A ação é exclusivamente de proteção à Vasco SAF, para não acontecer o que aconteceu hoje com o clube belga (Standard Liège), é para proteger as ações da SAF. Para que o Vasco não fosse prejudicado com um bloqueio e entrasse em colapso financeiro. Eu sou vascaíno e todas as ações são para proteger o torcedor. A ação é jurídica, não tem intuito esportivo - disse Pedrinho, que completou:
- O sentimento de amor que tenho pelo Vasco e as injustiças que estão sendo comentadas com relação a mim, as pessoas vão se arrepender. As pessoas só começaram a acreditar quando as informações foram dadas por veículos estrangeiros. Meu problema nunca foi e nunca será com a SAF, mas a legitimidade financeira. Diversas vezes pedimos garantias financeiras para não chegar a esse nível. Fiz isso para o Vasco SAF não quebrar.
O presidente revelou que entrou em contato com dirigentes da SAF nesta quinta para tranquilizá-los quanto à continuidade dos processos do futebol.
- O futebol não volta para o associativo, permanece e permanecerá com a SAF. A SAF continuará para sempre. Todo planejamento esportivo e financeiro continua com a SAF. Mesmo com as restrições, nunca deixei de sinalizar tudo o que estava acontecendo. Seria fácil eu lavar minhas mãos, esperando o caos acontecer, e dizer depois que eu avisei. O mais difícil foi ter entrado com a ação. Tem que ter muita coragem para fazer o que fizemos, tudo em respeito à instituição Vasco da Gama. O que fizemos foi fiscalizar e cobrar. Quando muitas vezes virei chacota, é lógico que machuca. Entrei aqui para pagar um preço que muita gente não quis pagar.
Por enquanto, CEO Lúcio Barbosa segue à frente da SAF do Vasco. O vice-presidente jurídico do clube, Felipe Carregal Sztajnbok, também participou da entrevista coletiva e contou que um telefonema do CEO disparou o processo de ida do associativo à Justiça.
- Na sexta passada, recebi uma ligação do CEO Lúcio Barbosa para comentar a notícia de que a 777 estaria procurando um especialista de crise. O Lúcio disse que estava preocupado, não tinha informações e sabia tudo pela imprensa. A situação era totalmente surreal. Depois de uma reunião, todos os vice-presidentes tomaram a decisão de preservar o nosso patrimônio. Foi uma escalada. Ninguém premeditou. As notícias, desde a época em que fomos eleitos, mostraram que as coisas não estavam certas. Tomamos uma decisão firme, dura, mas hoje temos a tranquilidade porque fomos os primeiros que tomamos uma atitude de proteger o Vasco e a Vasco SAF.
Em um momento da entrevista, Pedrinho se emocionou. O presidente disse que tomar a decisão de ir à Justiça em semana de clássico contra o Flamengo (depois, o campeonato foi paralisado pela CBF) não estava nos seus planos.
- Estava hoje na sala do presidente, obviamente emocionado, porque é muito difícil ter que entrar na Justiça. Vivi aqui anos e anos com o Vasco tendo briga judicial, e eu não queria ser o responsável por mais uma. Muito antes de sair a questão que saiu nos Estados Unidos, a gente tinha todo o conteúdo para entrar, eu sustentei até o último minuto. A decisão que tive que tomar numa semana de Vasco x Flamengo (o jogo de sábado acabou adiado por causa das echentes no RS) me matou, porque eu sei o que cairia na minha conta.
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