Por José Edgar de Matos — ge
O goleiro Cássio explicou as motivações para que tomasse a decisão de rescindir seu contrato com o Corinthians. O jogador se despediu neste sábado, em uma entrevista coletiva no CT Joaquim Grava.
– Acho que são momentos, naquele momento (após ir para o banco de reservas) falou-se de eu não ir para o jogo, mas eu não estou saindo do Corinthians por estar no banco e sim pelo ciclo ter acabado. Eu já fui para o banco outras vezes, em 2016 por exemplo, e fiquei, trabalhei 12 anos aqui e não tive problema com treinadores, mas sempre fiz de tudo para ajudar – afirmou o goleiro.
– Algumas coisas vocês sabem e outras não, mas saio com sentimento de dever cumprido, estive com o Corinthians em todos os momentos. O Corinthians está muito bem servido de goleiros neste momento, então saio tranquilo, estive junto com o time em todos os momentos, são 12 anos de muito trabalho e dedicação, saio em paz, pois fiz de tudo pela instituição e ninguém está acima dela, mas chegou minha hora.
O goleiro afirmou, também, que não sai "pela porta dos fundos" do clube:
– Honestamente, todas as festas feitas, todas as homenagens, não tenho dúvida que saí pela porta da frente. Jogo de despedida é para quem vai se aposentar, na minha opinião. Não tenho dúvida de que saio pela porta da frente, não é o que muitos imaginavam, mas não controlamos o futuro. Até brinquei com alguns funcionários, achava que eles iam sair antes. Agora saio em paz, com tranquilidade, olha todo o carinho que recebi, não tive atrito com ninguém, foi tudo conversado.
Cássio admitiu que no começo do ano teve uma oportunidade de deixar o clube, mas que decidiu permanecer por não entender que era o momento. Com o decorrer da temporada, porém, entende que chegou o momento certo.
– Eu acho que uma série de situações e a gente entende quando nosso ciclo acabou. Você olha para trás, vê o que conquistou, e no começo do ano tinha uma oportunidade de sair. Naquele momento achei que não era a oportunidade de sair. Agora eu acho que é o momento, com uma boa oportunidade da carreira – comentou o goleiro.
– Conversei com o Fabinho, com o presidente, com todos, a condução foi boa, não teve briga em momento algum, são pessoas sérias. Encerrar um ciclo de 12 anos e cinco meses não é fácil. Preciso encarar novos desafios, passar por outros clubes, é uma coisa nova. Eu já estava adaptado aqui, mas é legal sair também, sair bem e acho que chegou esse momento – complementou.
Cássio tem conversas avançadas com o Cruzeiro, mas evitou falar sobre os próximos da carreira. Segundo ele ainda não há nada assinado e tem pendências a serem resolvidas antes de qualquer acerto.
– Não cheguei a pensar nisso ainda, estão sendo dias bem emocionantes, não pensei nisso, pois não tenho nenhum contrato assinado com nenhum clube. Estamos resolvendo algumas pendências, mas será um momento especial, será uma novidade para mim, fiquei muito tempo aqui, será diferente, mas vai ser legal, um dia bem bacana.
Com a saída de outros líderes recentes, como Gil e Renato Augusto, além da aposentadoria de Fábio Santos, ele passou a ser ainda mais exigido em 2024.
O jogador vinha dando sinais de esgotamento nas últimas semanas. Depois de cometer algumas falhas e desabafar publicamente sobre o momento que vinha atravessando, o goleiro foi reserva nas últimas seis partidas, perdendo a posição para Carlos Miguel.
Atualmente com 36 anos, Cássio pensa em jogar mais três ou quatro temporadas.
O goleiro fez parte de uma das era mais vitoriosas do Timão, culminando com as conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 2012. Além deles, também venceu quatro Paulistas (2013, 2017, 2018 e 2019), dois Brasileiros (2015 e 2017) e uma Recopa Sul-Americana (2013). Também chegou à Seleção como terceiro goleiro na Copa do Mundo de 2018.
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