Por Raphael Zarko — Rio de Janeiro
A 777 Partners entrou com agravo de instrumento na Justiça contra a decisão liminar que tirou o controle do futebol do Vasco da empresa americana e devolveu ao associativo. Depois da SAF, também ré do processo, entrar com o agravo na segunda-feira, a 777 tomou a mesma iniciativa para tentar retomar as rédeas do futebol vascaíno.
O relator do caso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro será Cesar Cury, que pode decidir monocraticamente, ou levar à plenário, com votos de outros dois desembargadores. Antes da decisão judicial, a 777 publicou nota nesta terça na qual lamentou o atraso no pagamento dos direitos de imagem dos jogadores do Vasco.
Além disso, o dono da Crefisa, José Roberto Lamacchia, recuou da ideia de comprar a SAF do Vasco - como publicou o blog do PVC, no Uol. Nos últimos meses, ele chegou a conversar sobre preço com a 777, mas por enquanto decidiu não seguir na negociação.
Quando recebeu os primeiros contatos de interessados, ainda no fim de 2023, a 777 nem quis ouvir propostas pela SAF vascaína. Mas a história mudou nos últimos meses.
Em crise financeira, a empresa americana acenou que aceita vender a SAF vascaína. A 777 pede R$ 600 milhões para fechar o negócio. Além disso, qualquer possível comprador terá a obrigação de pagar os dois últimos aportes previstos no contrato com a empresa americana, em setembro de 2024 e de 2025, somando R$ 390 milhões mais correção monetária.
A 777 também acionou a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Segundo apurou o ge, a embaixada pediu informações e vai investigar a situação. Pessoas ligadas à 777 explicam que a ideia é buscar irregularidades na liminar concedida pelo juiz Paulo Assed Estefan. Caso isso seja provado, a embaixada pode considerar que houve um ataque ao capital americano no Brasil.
O movimento é uma estratégia da 777 para se resguardar juridica e financeiramente. A empresa já solicitou habilitação no processo, preparando o caminho para entrar com o recurso.
SAF também entrou com agravo
A Vasco SAF entrou com agravo de instrumento, nesta segunda-feira, contra a decisão liminar que tirou o controle do futebol da 777 Partners e o deu ao associativo. A medida da empresa pede a limitação de poder do CRVG, caso a liminar não seja derrubada, e requisita a formação de um Conselho Administrativo equilibrado entre os sócios.
Fontes ligadas à SAF do Vasco entendem que o agravo de instrumento contra a decisão liminar favorável ao clube associativo é para "proteger a governança da SAF e seus funcionários".
Além disso, a SAF pede que a 777 Partners perca o direito político em relação ao capital que ainda não foi aportado, em referência aos próximos dois aportes que não foram realizados, e que o clube associativo se limite aos 30% que detinha antes da liminar.
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