Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 14h15 | 22 Mai 2024 | redação Crefisa esteve próxima de comprar Vasco, mas conflito com o Palmeiras impediu transação

Crédito da foto: Cesar Greco/Palmeiras Jose Roberto Lamacchia e Leila Pereira, presidente do Palmeiras

Por Rodrigo Capelo — ge

A negociação entre 777 Partners e José Roberto Lamacchia, proprietário da Crefisa, pelos 70% que os americanos detêm sobre a SAF do Vasco, esteve próxima de fechar, pelo menos em termos financeiros. Mas desandou para não conflitar com a posição de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que deverá concorrer à reeleição para mais um mandato.

A 777 já investiu R$ 310 milhões no clube-empresa e não tinha, até a batalha judicial que estourou na semana passada, interesse em vendê-lo separadamente do resto da rede. Motivo pelo qual o valor que eles pediram de Lamacchia foi considerado alto — US$ 120 milhões (R$ 618 milhões na cotação atual), equivalentes ao dobro do que aportou.

Mesmo assim, o empresário brasileiro estava disposto a desembolsar valor próximo disso. Ele pagaria aos americanos US$ 110 milhões (R$ 566 milhões) para assumir os 70% que contratualmente pertencem a eles. O dinheiro faria parte de transação entre uma das empresas de Lamacchia, possivelmente a Crefipar Participações e Empreendimentos, e a 777.

Havia, sim, divergência em relação às condições de pagamento. Enquanto os americanos pretendiam que o valor fosse pago todo à vista, Lamacchia negociava para que metade fosse quitada no ato, outra metade dali a dois anos. A negociação estava neste ponto até a briga entre associação e 777.

 
 
 

Por Rodrigo Capelo — São Paulo

22/05/2024 12h49 Atualizado há uma hora


 

A negociação entre 777 Partners e José Roberto Lamacchia, proprietário da Crefisa, pelos 70% que os americanos detêm sobre a SAF do Vasco, esteve próxima de fechar, pelo menos em termos financeiros. Mas desandou para não conflitar com a posição de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que deverá concorrer à reeleição para mais um mandato.

 
 

Capelo explica desistência da Crefisa na negociação para comprar a SAF do Vasco

A 777 já investiu R$ 310 milhões no clube-empresa e não tinha, até a batalha judicial que estourou na semana passada, interesse em vendê-lo separadamente do resto da rede. Motivo pelo qual o valor que eles pediram de Lamacchia foi considerado alto — US$ 120 milhões (R$ 618 milhões na cotação atual), equivalentes ao dobro do que aportou.

Mesmo assim, o empresário brasileiro estava disposto a desembolsar valor próximo disso. Ele pagaria aos americanos US$ 110 milhões (R$ 566 milhões) para assumir os 70% que contratualmente pertencem a eles. O dinheiro faria parte de transação entre uma das empresas de Lamacchia, possivelmente a Crefipar Participações e Empreendimentos, e a 777.

Havia, sim, divergência em relação às condições de pagamento. Enquanto os americanos pretendiam que o valor fosse pago todo à vista, Lamacchia negociava para que metade fosse quitada no ato, outra metade dali a dois anos. A negociação estava neste ponto até a briga entre associação e 777O dono da Crefisa também deveria assumir as obrigações financeiras do acordo de acionistas firmado pela 777 com a associação vascaína. Ou seja, ele precisaria fazer o aporte de R$ 270 milhões previsto para setembro deste ano, além de outra injeção de R$ 120 milhões em setembro de 2025, bem como todas as outras cláusulas contratuais.

Por que parou

Lamacchia estava em Nova York, em seu apartamento, no último fim de semana, quando fervilharam o noticiário e a política vascaína. A decisão judicial que afastou a 777 do comando da SAF e colocou o grupo político de Pedrinho também pôs a Crefisa no centro das atenções.

A negociação corria havia vários meses. O due diligence (investigação contratada por quem está interessado em adquirir um negócio, para saber dos riscos envolvidos) foi contratado pela Crefipar Participações e Empreendimentos. O resultado ficou pronto em fevereiro deste ano.

Havia a expectativa de que a negociação comercial pudesse correr em paralelo à batalha judicial, até o seu desfecho, sem que uma pudesse prejudicar a outra. Essa projeção não se cumpriu, no entanto.

À medida que a Crefisa ganhou espaço no noticiário como potencial compradora do Vasco, Leila Pereira passou a ser pressionada no Palmeiras sobre seu envolvimento na negociação. Embora ela não estivesse participando pessoalmente, a proximidade do marido era óbvia.

A pessoas próximas, Lamacchia admitiu que não poderia prejudicar Leila. Ela viabilizou a presidência dela no Palmeiras ao longo de vários anos e tem interesse em ficar nela por mais três temporadas, até o fim de 2027, e ele não poderia tirar isto dela, reconheceu o empresário a esses interlocutores. Para evitar conflitos de interesses e danos colaterais, a Crefisa se retirou da mesa de negociações pelo Vasco.

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