Por Redação do ge
Em São Paulo, o Grêmio se prepara para retomada do calendário em meio à tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O time volta a jogar após quase um mês na próxima quarta-feira, como mandante em Curitiba. A preocupação com o lado psicológico é evidente, corroborado nas palavras do técnico Renato.
O treinador concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira no CT Joaquim Grava junto ao presidente Alberto Guerra. Renato destacou as dificuldades do retorno da equipe às competições longe de Porto Alegre, no cenário que vive a capital e o estado. E se emocionou.
– Está sendo muito difícil essa parte psicológica. Eles (jogadores) estão com a cabeça aqui, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. A maioria tirou a família de lá, então a saudade deles também é imensa – iniciou Renato.
– O Grêmio está e vai ser prejudicado, os clubes não têm culpa, eles tão jogando, tanto na parte física quanto na técnica, e o Grêmio está praticamente um mês sem jogar, a desigualdade é muito grande. Tenho conversado com o presidente, mas é entre ele e a CBF. A cabeça dos jogadores está muito ruim. Somente quem está lá sabe o sofrimento que o povo tem passado – disse Renato, praticamente às lágrimas.
Desde o fim do mês passado, o Rio Grande do Sul tem sofrido com as cheias por conta dos temporais. Para o Grêmio, e demais clubes gaúchos, resultou no adiamento dos jogos por parte da CBF por 20 dias, além da paralisação de duas rodadas inteiras do Brasileirão.
Há uma semana, o elenco gremista migrou para São Paulo para voltar às atividades, em período de treinamentos no CT Joaquim Grava, do Corinthians. Na sequência, o time vai para Curitiba mandar os primeiros compromissos na retomada, no estádio Couto Pereira.
– É difícil até de falar, eu estou bastante emotivo. Tenho família no RS, penso de manhã, de tarde e de noite no povo lá em geral. Tenho ajudado bastante, o grupo tem ajudado bastante. Mas é a cabeça, né, é difícil de falar. Quem está no meio do furacão que sabe o que está acontecendo. Muita gente acha fora do RS que depois a água baixa e tudo volta ao normal, não volta. Muita gente perdeu tudo, por isso que estamos aqui levantando a bandeira do nosso estado. Se não está sendo fácil para nós aqui, imagina para quem está lá. Nós temos um povo lutador, unido, vamos dar a volta por cima. O sofrimento é grande no momento, mas vamos vencer – afirmou Renato, visivelmente emocionado.
Presidente vê desequilíbrio técnico
Ao lado de Renato na coletiva, o presidente Alberto Guerra respondeu, principalmente, sobre os prejuízos do clube em estruturas e também esportivamente. A questão sobre o Campeonato Brasileiro não ter rebaixamento, por exemplo, foi levantada. A CBF tem marcado Conselho Técnico na próxima segunda-feira, quando o assunto pode ser discutido.
– Essa conversa de rebaixamento não surgiu do Grêmio, mas de outros clubes em conversas informais. O fato é que existe uma premissa do Brasileiro em pontos corridos que é o equilíbrio técnico. Isso já foi para o espaço, no momento em que alguns clubes não podem usar seus estádios. Eu diria, muito otimista, uns 90 dias, até agosto, pelo menos, que o Grêmio não jogará na Arena. Só ver as estatísticas e ver qual o percentual do campeão brasileiro, do vice em jogos fora de casa – ressaltou Guerra.
O Grêmio tem mais duas atividades previstas no CT Joaquim Grava, nas manhãs de sábado e domingo. Na sequência, a delegação viaja de São Paulo para Curitiba, onde encerra a preparação para o duelo com o The Strongest. O confronto pela Conmebol Libertadores acontece às 19h de quarta-feira, no Couto Pereira.
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