Por Marcos Santos – Repórter do Jornal de Fato
Por meio de seus representantes, Potiguar e Baraúnas mandaram um recado para o prefeito Alysson Bezerra sobre o Estádio Municipal Leonardo Nogueira, que se encontra fechado, o que impacta na vida dos clubes. Caso o cenário não mude, com o Nogueirão permanecendo fechado, os dirigentes não descartam uma medida extrema, que seria o pedido de licença à Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) em 2025.
“Após a Série D, vamos convocar o Conselho Deliberativo para uma assembleia. Fazer futebol é caro, precisa de recursos, de apoios e, diante do cenário atual, sem ter apoio, uma casa para jogar, resultando em gastos, fica quase impossível. Então, a gente vai levar essas questões, sem descartar uma decisão extrema, que é o licenciamento”, afirmou o vice-presidente do Potiguar, Djalma Júnior, durante entrevista ao programa “Comando Geral”, na emissora de rádio RPC (Rede Potiguar de Comunicação).
“A ideia é jogar, mas se o cenário for este, a gente não descarta um licenciamento, porque fazer futebol com essa característica é praticamente impossível”, completou.
Na entrevista, Djalma estava ao lado do presidente do Baraúnas, Lima Neto, que compartilha do mesmo raciocínio.
“O futebol só se faz com dinheiro, com apoio, estrutura. Se uma cidade de quase 300 mil habitantes não tem possibilidade de ter um campo para jogar e ocorrendo isso por longos prazos, isso vai acabar com a esperança da torcida, porque os clubes irão falir”, afirmou Lima.
Os clubes estão sofrendo nesta temporada por consequência da interdição do Nogueirão e também a falta de apoio da Prefeitura. Somando o Campeonato Estadual e a Série D do Brasileiro, o Potiguar já fez 5 duelos como mandante levando os jogos para Assú, tendo gastado mais de R$ 50 mil.
No Estadual, pós-Nogueirão fechado, o Baraúnas teve dois jogos como mandante, levou um para Natal e o outro para Assú, acarretando em prejuízos estimados em R$ 25 mil.
Recentemente, o tricolor precisou recorrer aos pais de atletas do time Sub-15, fazendo uma “vaquinha” a fim de levantar recursos para ir a Natal em jogo da semifinal do Campeonato Estadual, da categoria. O clube tentou junto a Prefeitura apoio para o transporte, mas sem sucesso.
O Nogueirão está fechado desde o dia 7 de fevereiro por determinação da Justiça atendendo ação do Ministério Público. Havia um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado pela Prefeitura para realização de obras de acessibilidade para ser feito em dois anos (2022 e 2023).
O acordo foi desprezado pelo prefeito e, com isso, a Justiça decidiu interditar sob pena de multa diária.
CENÁRIOS DE CAOS E PROPOSTA DE PERMUTA
Recentemente, as portas do estádio estavam escancaradas. Uma bomba submersa foi roubada. O gramado/mato subiu, passando da trave. Cenário de completo abandono registrado em vídeo nas redes sociais. Foi então que a gestão passou o cadeado e mandou retirar o gramado/mato. De momento, o campo está no barro.
Conforme dito pelo próprio prefeito, a ideia é fazer uma permuta, entregando a área onde está situado o Nogueirão para a classe privada, por meio de Parceria Público-Privada (PPP), e construir um novo Nogueirão em outro local. No entanto, a retirada do Nogueirão no local de origem é totalmente desaprovada pela sociedade mossoroense.
Enquanto a melhor solução não fosse encontrada, o estádio deveria estar funcionando mesmo que em estrutura mínima, para não prejudicar os clubes, o comercio informal, a imprensa, mas esse cuidado não foi levado em consideração pelo Chefe do executivo local.
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