Por Fred Gomes — Rio de Janeiro
Próximo de bater a data limite para poder assinar um pré-contrato com qualquer outra equipe, o atacante Gabigol volta a ser o centro das atenções do Flamengo. Principalmente após voltar a marcar na goleada por 6 a 1 sobre o Vasco, neste domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Após a partida, o diretor de futebol Marcos Braz voltou a falar sobre a situação do atleta.
— Por razões óbvias, vamos tratar isso (possível renovação) depois do julgamento que vai ser no dia 7. Então, assim, o Gabriel é do Flamengo, tem contrato até o final do ano. Numa situação normal, já deveria e estaria com contrato renovado. Não foi possível por uma série de motivos. Mas acredito que, depois da sexta-feira, com calma e tranquilidade, vamos analisar quais são os próximos passos.
Braz também falou sobre possíveis negociações do Flamengo com Danilo, Oscar e Michael.
— Nunca teve, nem Danilo e nem Oscar. Todo jogador que seja qualificado e que a gente possa analisar, a gente sempre analisa e vê. É muito ruim falar que não tem interesse em jogador A, B ou C. Você meio que desqualificar o jogador, e isso não é papel de dirigente ou do Flamengo. O que posso falar é que nunca teve nada em relação a esses dois jogadores. Posso falar que são dois grandes jogadores. (Em relação a Michael) Não houve nada, absolutamente nada.
A Corte Arbitral do Esporte (CAS) marcou o julgamento do caso Gabigol, envolvendo uma possível tentativa de fraude em exame antidoping, para o dia 7 de junho. O atacante do Flamengo chegou a ser suspenso por dois anos pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) em março, mas entrou com recurso no tribunal internacional e conseguiu um efeito suspensivo no fim de abril.
O atacante, no entanto, não irá desfalcar o Flamengo por causa da viagem. O Rubro-Negro só terá dois jogos no início de junho: o clássico com o Vasco no dia 2 e contra o Grêmio no dia 13.
O CAS, tribunal internacional que vale como última instância no esporte, vai decidir se Gabigol será absolvido ou se manterá a suspensão do atacante até abril de 2025. Tanto o Flamengo como a defesa do jogador seguem otimista após terem o pedido de efeito suspensivo acatado por unanimidade, em decisão tomada por dois ingleses e um suíço.
Detalhes do caso
Todo o processo no CAS gera um custo judicial, que deve ser dividido entre as partes. Na segunda quinzena de abril, a defesa de Gabigol foi notificada de que a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) não havia feito o pagamento da sua parte das custas judiciais. Para não atrasar o processo, o atacante pagou o que restava.
Dias depois, a ABCD enviou a sua parte da documentação e indicou um árbitro alemão. A documentação, no entanto, não foi aceita pelo CAS, que alegou questões administrativas, e a ABCD perdeu o direito de indicar o árbitro para formar o tribunal.
Dessa forma, o CAS indicou dois dos três árbitros que julgaram o pedido de efeito suspensivo. A mesa ficou formada por um inglês indicado pela defesa de Gabigol, além de outro inglês e um suíço indicados pela Corte. Os três votaram a favor e concederam o efeito suspensivo para o atacante, que agora aguarda a votação do recurso.
Na argumentação enviada ao CAS, a defesa pedia atenção ao "periculum in mora" (o perigo da demora) juntamente com "fumus boni juris" (fumaça do bom direito). O principal pedido foi para que o processo fosse analisado com rapidez, já que uma eventual perda de tempo poderia fazer com que Gabigol cumprisse grande parte ou até mesmo todo o período da suspensão que lhe fora imposta.
Ainda na defesa, o escritório Bichara e Motta citou o fato de o julgamento de Gabigol ter sido apertado no TJD-AD, com o placar de cinco votos favoráveis à suspensão e quatro contrários. No documento, há outros argumentos que anteciparam de forma resumida as razões que a defesa utilizará posteriormente no recurso, peça jurídica com a qual tentará a anulação da suspensão.
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