Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 10h00 | 04 Jun 2024 | redação ‘Acho desumano’, diz zagueiro sobre distrato de dirigentes do Potiguar

Crédito da foto: Marcelo Diaz / ACDP Arthur Henrique quando se apresentou ao Potiguar

Marcos Santos – Repórter do Jornal de Fato

O zagueiro Arthur Henrique está em Belo Horizonte se recuperando de uma cirurgia no joelho que sofreu lesão durante o jogo do Potiguar contra o Santa Cruz de Natal na abertura do segundo turno do Campeonato Estadual, há quase três meses. A cirurgia ocorreu há 18 dias e a previsão de retorno aos gramados é somente em janeiro de 2025 devido à gravidade da lesão – ligamento cruzado anterior (LCA, o terror dos atletas).

No entanto, Arthur Henrique está indignado com a diretoria do Potiguar que, de acordo com ele, não está prestando a devida assistência e também ainda não repassou o dinheiro da cirurgia, distratando o que havia combinado.

“Para facilitar para eles e para mim, falei da cirurgia através do meu plano de saúde aqui em Belo Horizonte para reduzir as despesas, que ficaram em R$ 10 mil. Conversei com o presidente (Alexandre Tavares), ele concordou, o clube pagando R$ 7 mil e o restante é de minha responsabilidade. Tenho as conversas dele gravadas aqui no whatsapp concordando, mas até agora nada foi repassado. Se não fosse pelo plano, provavelmente a cirurgia ficaria em torno de R$ 35 a R$ 40 mil”, afirmou o atleta, que lamenta o tratamento dispensado pelos dirigentes do clube.

“Não tivesse o meu plano, os meus amigos, eu estava sem operar até hoje de uma lesão que sofri há quase três meses. Eles (dirigentes) também não estão arcando com os remédios, com a fisioterapia, mandei diversas mensagem tanto para Alexandre quanto para Djalma (vice-presidente), e não me respondem. Um jogador que se machuca, ainda mais de uma lesão tão séria, com um prazo tão grande para voltar aos campos, e não ter um suporte do clube, acho isso muito desumano. Não respondem às mensagens, não perguntam como estou, não procuraram nem saber como foi a cirurgia, se eu estou bem ou mal; acho superdesumano o que eles estão fazendo comigo. Querendo ou não, sou atleta do clube, da instituição Potiguar”, completou.

Arthur Henrique lembrou que não está pedindo nenhum favor, porque é de “responsabilidade do clube prestar a devida assistência ao seu empregado, que sofreu a lesão no exercício da função”. O atleta também afirmou que não recebe salário do clube há dois meses.

O zagueiro procurou a reportagem do De Fato para fazer a denúncia e, aproveitou o momento para criticar o extracampo do clube, a falta de estrutura básica, que acabam atrapalhando o planejamento da comissão técnica e o rendimento do time. De momento, na Série D, o Potiguar ocupa a lanterna do grupo A3 com apenas três pontos.

“Por diversas vezes que chovia, seja forte ou fraca, os treinamentos eram migrados para academia, e o técnico Robson (Melo, treinador antecessor a Fernando Tonet) cancelava o treino por não ter um campo para realizar o nosso trabalho. Então, para um time de futebol ter um ambiente legal para trabalhar e não ter o básico de estrutura é complicado”, contou.

“A gente passa por cima, por querer jogar, ajudar, falo isso também em relação ao salário aonde muitas vezes a gente recebia 20% ou 30%, não recebia salário integral, os 100%. São coisas que atrapalham no andamento do planejamento, no desenvolvimento do trabalho dentro de campo. São cosias que a gente vai pontuando e atrapalha o resultado final”, completou.

“Outra coisa que eu via muito, o atleta se machuca, precisa ter um atendimento médico, a gente não tinha fisioterapeuta, dificuldades para o tratamento, o clube não disponibiliza, a gente tinha que comprar até remédio. São coisas básicas que atrapalham demais no desenvolvimento do trabalho”, finalizou.

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