Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 09h30 | 13 Jun 2024 | redação Brasil forte ofensivamente, mas com alerta ligado na defesa; leia análise

Crédito da foto: Gregg Newton / AFP Pulisic empata a partida

Por / Globo

Oito gols marcados, seis gols sofridos. O empate em 1 a 1 com os Estados Unidos, ontem, em Orlando, encerrou a fase dos amistosos da seleção brasileira, os primeiros quatro compromissos do técnico Dorival Júnior antes da disputa da Copa América. Um período caracterizado, até aqui, por uma seleção corajosa, que sabe aproveitar suas valências ofensivas, mas exposta defensivamente.

Ontem, a terceira oportunidade em que a seleção teve seu time principal em campo, alguns problemas defensivos persistiram. Mais flagrantemente, a dificuldade de proteger a área, especialmente nos espaços entre zagueiros e laterais, expostos com o apoio deficiente do meio-campo no primeiro combate.

As dificuldades em fechar o sistema defensivo e os atrasos deram o tom dos gols sofridos pela equipe nestes quatro jogos (1 a 0 na Inglaterra, 3 a 3 com Espanha, 3 a 2 no México e 1 a 1 com os EUA). Ontem, o Brasil viu Pulisic empatar a partida após falta de João Gomes na risca da grande área e lance ruim de Alisson, que teve a rede balançada em seu próprio canto.

Dos seis gols que o Brasil levou, outros dois foram em pênaltis e outro em sequência de bola parada. Com a estreia na Copa América — contra a Costa Rica, no dia 24, às 22h — se aproximando, há nítidos ajustes a serem feitos.

 

Opções ofensivas

 

Diametralmente oposto é o diagnóstico da fase ofensiva brasileira. Durante esse período de testes, Dorival priorizou um esquema sem centroavante ou jogador mais fixo. Trocou presença de área em algumas ocasiões de gol por um volume de jogo intenso.

Vinícius Júnior e Rodrygo se firmaram no setor. Assim como no Real Madrid, mostram sinergia para trocar de posições e criar oportunidades. Mas ainda falta um último toque de qualidade.

Ontem, Rodrygo, que já atuou como camisa 9 no time espanhol, abriu o placar com tranquilidade na frente do gol. Mas não é sempre que os ataques chegam por último em seus pés. Contra Inglaterra e México, Endrick mostrou esse poder de decisão, mas o técnico já sinalizou que utilizará o jovem de 17 anos com cautela.

O gol sobre os americanos nasceu de uma disputa de bola ganha pelo meio, uma das principais qualidades mostrada pela seleção nesses quatro jogos. Quando ganha ou desarma pelo setor, principalmente com ajuda dos pontas — Endrick, Savinho e Martinelli fizeram muito bem esse papel —, o time brasileiro consegue construir rapidamente, em poucas trocas de passe, ótimas oportunidades.

No segundo tempo em Orlando, teve chances de desempatar a partida. Mas também sofreu em momentos de transição e de erros técnicos bobos.

— É sempre difícil achar o equilíbrio porque a gente está no começo de trabalho. Graças a Deus, a gente fez os dois amistosos na data Fifa passada muito bem, então, isso deu um pouco mais de tranquilidade para a gente trabalhar agora. Só que ainda é um trabalho que está no começo, a gente está se entrosando, o time está se encaixando, mas acho que a gente está bem, está indo num caminho bom, estamos criando bastante chances. Agora é chegar na Copa América, essas chances que a gente está criando, converter em gols. E melhorar defensivamente também, porque vai ajudar muito — analisou Rodrygo após a partida.

As várias alterações ao longo das partidas também deram ao treinador a oportunidade de observar opções para o meio, como Douglas Luiz e Andreas Pereira. Podem ser importantes em momento de baixa de Paquetá e João Gomes, que não impressionaram nesses últimos compromissos.

No fim, fica a imagem de uma seleção competitiva, mas com muito a se polir.

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