Por Marcos Santos / Repórter do Jornal de Fato
O Estádio Nogueirão voltou a ser pauta na Câmara de Mossoró nesta semana. O campo é gerido pela Prefeitura local e está fechado há 128 dias. O vereador Omar Nogueira (PV) criticou a gestão ao lembrar que o estádio interditado causa um impacto aos clubes, ao comércio informal e também à imprensa específica.
“O estádio está há mais de quatro meses fechado, isso traz um prejuízo enorme aos clubes, ao comércio informal, o vendedor de pipoca, espetinho, amendoim, o pastorador de carro, que dependem do dia jogo para ganhar uns trocados. A imprensa que cobre os jogos também está prejudicada, passando ter uma despesa a mais para se deslocar até Assú. O Nogueirão fechado é ruim, traz um impacto, principalmente para os clubes. Os clubes estão massacrados, porque estão pagando para jogar, e também estão deixando de arrecadar. Tenho conhecimento que o prejuízo do Potiguar jogando fora de Mossoró já chega à casa dos R$ 100 mil, e o Baraúnas também amargou um prejuízo na reta final do Campeonato Estadual”, disse Omar.
O Potiguar, que disputa a Série D do Brasileiro neste momento, vem jogando em Assú desde o segundo turno do Campeonato Estadual, resultando em prejuízos, como mencionou o vereador.
O Nogueirão está interditado desde o dia 7 de fevereiro por decisão judicial, atendendo ação do Ministério Público (MP) devido à Prefeitura ter desprezado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), não realizando as obras de acessibilidade. Tinha dois anos para fazer o serviço, mas negou.
“O Nogueirão poderia estar aberto, se o prefeito Allyson Bezerra tivesse atendido às obras de acessibilidade. O Nogueirão deveria seguir funcionamento mesmo que em estrutura mínima, evitando prejuízo aos clubes, enquanto a melhor opção para as melhorias ao estádio não fosse resolvida. Mas, o prefeito não quis, decidiu por vontade própria fechar o estádio, para forçar uma permuta. Não é à toa que está sendo chamado de ‘Coveiro do Nogueirão’, pelos desportistas aqui da cidade”, criticou Omar Nogueira.
Ao fim do seu discurso, Omar lembrou que a Câmara fez uma audiência pública recente em que a sociedade civil esteve presente, e que a ideia majoritária é pela permanência do Nogueirão no local de origem, sendo reformado ou reconstruído, podendo ser por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). Frise-se, tal audiência não teve nenhum representante da Prefeitura.
“Lembro aqui, nesta Casa, foi feita uma audiência pública recentemente, de proposição do companheiro Isaac da Casca, onde a sociedade civil foi ouvida, debateu o tema, e mostrou que é contra a mudança de endereço do Nogueirão e, para tanto, há projetos viáveis para a sua permanência e sustentação no mesmo local onde está situação no bairro Nova Betânia. Audiência que não contou com ninguém da Prefeitura, nenhum vereador governista esteve presente, o que só comprova o desprezo do prefeito com a causa do Nogueirão”, finalizou.
LICENCIAMENTO
A situação é grave. Se o Nogueirão não for reaberto mesmo que em estrutura mínima, há risco de Mossoró ficar sem futebol profissional em 2025. Recentemente, em entrevista, o presidente do Baraúnas, Lima Neto, e o vice-presidente do Potiguar, Djalma Júnior, admitiram a possibilidade de licenciamento junto à Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), caso o cenário permaneça inalterado. Eles afirmaram não ter a menor condição de enfrentar novamente despesas extras com jogos fora de Mossoró.
Tags: