Domingo, 24 de novembro de 2024

Postado às 09h45 | 25 Jun 2024 | REDAÇÃO Novo clube do RN irá investir R$ 1,2 milhão no futebol logo no começo

Crédito da foto: Reprodução Higor César irá comandar o time na “Segundona”

Por Marcos Santos / Repórter do JORNAL DE FATO

Em meio a um cenário de transformações no futebol brasileiro após o surgimento de uma nova modalidade de investimentos no mercado, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) recebeu a sua quarta SAF. O Rio Grande Sociedade Anônima do Futebol (Rio Grande SAF) surge como um clube que promete inovar e conquistar seu espaço no cenário estadual e, com pés no chão, também mira uma possível projeção nacional em médio prazo.

Com uma gestão moderna, metas ambiciosas e investimentos que prometem atingir a casa de até R$ 1,2 milhão ainda neste ano, o Rio Grande já começa a chamar a atenção dos amantes do esporte. Formado pelos sócios Fernando e Henrique Heltai, além do empresário Roberto Dantas, o novo clube anunciou a contratação do treinador Higor César e agora busca outros profissionais para fechar a comissão técnica.

Dizendo-se amante do esporte, mas que até então não havia tido chance de ingressar no mercado, Fernando Heltai, um dos sócios-fundadores, destaca que a criação das SAFs trouxe uma oportunidade única para investir no futebol com maior segurança financeira. Antes, os riscos eram altos, mas agora, com a nova legislação, o cenário mudou. O clube adquiriu um terreno em Extremoz e planeja investir cerca de 1 milhão de reais na construção da primeira fase do centro de treinamento (CT).

O novo clube possui uma visão estratégica para o futuro. A base será o coração do projeto, com o objetivo de formar jovens talentos e tornar-se referência no desenvolvimento de jogadores no estado. A meta é clara: acesso à Série A do Estadual ainda este ano e vaga na Série D do Campeonato Brasileiro em 2026. A longo prazo, o clube almeja firmar-se como uma potência do futebol potiguar e chegar à Série C do Brasileirão nos próximos cinco anos.

Indagado se a criação de um novo clube seria melhor que locar os investimentos em cima de uma agremiação já em atividade, Heltai argumentou que este seria o cenário perfeito, mas o tamanho do investimento seria impeditivo.

“Ter uma torcida de massa ao nosso lado como a América ou do ABC seria um sonho, porém devido aos altos valores pedidos na negociação seria financeiramente inviável para nós nesse momento. Devido a esse fato nem chegamos a abrir negociação”, ressaltou ele em entrevista à Tribuna do Norte.

Outro fato que pesou na decisão é que a implementação do modelo de Sociedade Anônima de Futebol no Brasil trouxe consigo uma série de desafios para os clubes que optaram por adotar essa estrutura de gestão, fato que tornaria o projeto mais arrastado. Alguns dos principais desafios enfrentados pelas SAFs em clubes já montados incluem a resistência cultural devido ao futebol brasileiro ter uma tradição centenária de clubes geridos de forma associativa, o que cria um certo tipo de resistência à mudança para o modelo de SAF, tanto por parte dos torcedores quanto de parte da mídia e de alguns setores da sociedade.

“Sou um apaixonado pelo esporte e sempre tive a vontade de trabalhar com futebol, porém nunca passou de vontade porque não podíamos fazer um investimento seguro, era sempre via clube de associação. O que não nos dava muita segurança financeira. Com a lei das SAFs isso mudou e achei que era o momento certo de começar”, reforçou Fernando Heltai.

Com o foco voltado inicialmente para disputa do Campeonato Sub-20, o Rio Grande pretende fazer desta competição a fase embrionária desse novo processo. “Iremos disputar o campeonato Sub-20 antes da segunda divisão. A ideia é utilizarmos em torno de 10 a 12 jogadores da base para compor o elenco do profissional. As outras peças iremos procurar atletas profissionais disponíveis no mercado”, ressaltou Fernando. “Quanto ao orçamento do futebol para esse e o próximo ano deve ficar algo em torno de R$ 1,2 milhão”.

Apesar da ambição apresentada no cenário potiguar, o novo grupo sabe que o futebol não se faz apenas com verba. “Sei que precisamos de tempo para preparar uma equipe competitiva, então já começamos a trabalhar na montagem da comissão técnica para depois focarmos no elenco. Depois de muito discutir com a equipe, apresentamos o projeto para o professor Higor César que adorou o projeto e vai nos ajudar na implementação”, disse Fernando Heltai.

Entre as metas mais ambiciosas se inclui a busca pelo Certificado de Clube Formador na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), fato que demonstra um compromisso com a formação técnica e social dos atletas, além de mostrar a intenção do clube em cumprir com requisitos importantes estabelecidos pela legislação esportiva.

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