Sábado, 23 de novembro de 2024

Postado às 08h45 | 25 Jul 2024 | redação Torcida protesta contra prefeito pelo desprezo ao Estádio Nogueirão

Crédito da foto: Reprodução Faixa foi direcionada ao prefeito Allyson Bezerra

Por Marcos Santos - Repórter do Jornal de Fato

Uma faixa com dizeres “Prefeito Alysson, o fim do futebol mossoroense tem suas digitais” foi estendida no fim da tarde desta quarta-feira, 24, no portão de acesso ao Palácio da Resistência, sede do governo municipal. O protesto de torcidas ligadas aos dois clubes locais, Baraúnas e Potiguar, é uma reação ao estádio Nogueirão fechado desde fevereiro deste ano e principalmente a falta de atitude da gestão do prefeito Allyson Bezerra para com a pauta.

Também circulou nas redes sociais nesta quarta que o protesto terá sequência nos dias seguintes, com manifesto das torcidas em via pública.

O Nogueirão foi municipalizado oficialmente em março de 2021. O prefeito usou suas redes sociais comemorando o feito e afirmando que o estádio, como bem público, teria o tratamento adequado e que os desportistas mossoroenses poderiam se orgulhar dessa notícia.  No entanto, até aqui, só promessa.

Até então, o estádio era gerido pela Liga Desportiva Mossoroense (LDM) e já apresentava sinais precários em sua estrutura física. Esperava-se que a municipalização melhorasse o estádio, permitisse ações concretas e imediatas, mas infelizmente a situação só se agravou.

Em 2023, um torcedor teve a “perna engolida” ao pisar em um buraco que se abriu em plena arquibancada durante jogo do Potiguar na Série D do Brasileiro. O fato repercutiu, o estádio foi interditado por três semanas, depois reaberto com capacidade reduzida para 1.294 pessoas.

Na época, falando a uma emissora de rádio local, Allyson Bezerra prometeu reforma nas arquibancadas em situação crítica, para que o estádio ao menos funcionasse com uma capacidade de público melhor. Não ocorreu.

Depois, o prefeito anunciou a pretensão de permuta do estádio por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada), afirmando que no fim de 2023 queria ao menos anunciar o edital de licitação para realização do serviço, dentro do processo de PPP. Também não avançou.

A Prefeitura assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para realização de obras de acessibilidade e tinha dois anos (2022 e 2023) para executar o serviço, mas desprezou. Com isso, a Justiça determinou a interdição do campo atendendo pedido do Ministério Público (MPRN) em decisão proferida em 7 de fevereiro deste ano.

Três dias depois, a marquise do estádio, de quase 20 anos e que nunca passou por manutenção, desabou após uma chuva forte, com vento. O que resultou em interdição por parte da Defesa Civil.

Nesta quinta, 25, o Nogueirão completa 175 dias fechado, o que impacta na vida dos clubes, atrapalha o comércio informal e também prejudica a imprensa específica para a cobertura dos jogos. Potiguar e Baraúnas sofreram prejuízo técnico e, sobretudo, financeiro por terem de jogar fora de Mossoró desde o 2º turno do Campeonato Estadual, principalmente o alvirrubro que, por conta de sua participação na Série D, precisou atuar mais vezes.

Recentemente, ambos decidiram ficar ausentes do Estadual Sub-20, competição que disputam frequentemente, devido aos efeitos do Nogueirão fechado. Os seus dirigentes, em entrevista recente, ameaçaram licenciar o time junto à FNF (Federação Norte-rio-grandense de Futebol) em 2025, caso o cenário não mude.

Os dirigentes querem, ao menos, o estádio voltando a funcionar mesmo que em estrutura mínima, para evitar novos prejuízos em 2025, enquanto a melhor opção para os seus problemas não seja resolvida.

ESTAGNADO

O assunto permuta do Nogueirão estagnou, a própria gestão evita tocar no assunto. Especula-se em problemas no trâmite burocrático, trazendo suposta insegurança jurídica, afastando empresas em participar do processo.

A permuta como deseja o prefeito é ceder a valiosa área onde está situado o Nogueirão, no bairro Nova Betânia, para a classe privada e, em troca, a construção de um novo estádio em outro endereço.

O assunto foi debatido na Câmara Municipal de Mossoró (CMM) em abril deste ano e o pensamento majoritário entre os participantes foi contra a saída do Nogueirão do local de origem. Mostrou-se favorável a uma permuta contanto que a cessão seja parte do terreno (externo), permanecendo o Nogueirão (reformado) no mesmo local em respeito à sua história e também ao pertencimento cultural.

 

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