Por Marcos Santos - Jornal de Fato
O Estádio Municipal Leonardo Nogueira foi tema de entrevista durante programa político realizado nesta semana e produzido pela Tevê Cabo Mossoró (TCM). Intitulado “Sabatina”, o programa ouviu o presidente da Câmara e candidato a prefeito de Mossoró, Lawrence Amorim (PSDB), sobre a questão do Nogueirão, que está interditado pela Justiça devido ao descaso da atual gestão municipal.
“O Nogueirão não está fechado, ele foi abandonado. Eu frequento o Nogueirão desde a minha infância, o meu pai é desportista, foi cronista esportivo (Alcindo Júnior), e hoje eu não tenho a oportunidade de levar os meus filhos para o estádio, porque ele está abandonado”, disse Lawrence.
Lawrence defende a reforma do estádio histórico e sua permanência no mesmo local – bairro Nova Betânia – em respeito e preservação à história do Nogueirão, construído na década de 60 pela sociedade mossoroense, e, sobretudo, ao público desportista. A atual gestão do prefeito Allyson Bezerra defende uma permuta, objetivando a saída do estádio para endereço desconhecido em outro ponto da cidade.
“É necessário, primeiramente, ter um gestor que goste de esporte e que busque meios para fazer com que o Nogueirão seja reaberto. A gente tem que buscar as parcerias público-privadas, agora o Nogueirão não pode mudar do local onde está situado. O futebol é um esporte popular e quando se tira o Nogueirão de lá para um outro local distante, você está tirando a oportunidade para aquelas pessoas mais simples e que gosta do futebol de assistirem os jogos”, comentou.
De acordo com o candidato, sua intenção caso eleito é reformar o estádio deixando em formato de Arena Multiuso, observando não somente a questão técnica e favorável aos times locais, como também sua sustentabilidade.
“O Nogueirão faz parte do nosso plano de governo, nós precisamos ter uma Arena Multiuso no local, não existe mais um estádio de futebol com aquelas dimensões atuais, aquela distância da arquibancada para as traves, então é necessário que se reduza. E o restante do terreno (espaço externo) aproveitá-lo para fazer parcerias para que possa viabilizar o projeto de sustentação”, disse.
PREJUÍZOS
O Nogueirão está interditado desde o dia 7 de fevereiro por decisão da Justiça devido à gestão, a Prefeitura de Mossoró, ter descumprido o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para realização de obras de acessibilidade. A Prefeitura tinha dois anos para executar o serviço, mas desprezou. A decisão da Justiça atende ação do Ministério Público (MPRN).
O estádio fechado reflete em prejuízos enormes principalmente para os clubes locais. Recentemente, Potiguar e Baraúnas desistiram de disputar o Campeonato Estadual Sub-20. Frise-se, as equipes mossoroenses participam com frequência do referido campeonato, por servir de base para formação de atletas observando competições futuras. Por consequência, o seu planejamento para 2025, em parte, está prejudicado.
Aliás, os prejuízos começam lá atrás na atual temporada. Os dois clubes pagaram para jogar em Assú durante todo o segundo turno do Campeonato Estadual de Profissionais. Mais ainda, o Potiguar por ter também participado da Série D do Brasileiro, o que resultou em uma despesa calculada em R$ 80 mil só nessa competição nacional.
O curioso é que o alvirrubro gastou mais do que recebeu da Prefeitura em parceria/patrocínio para a competição nacional – R$ 60 mil após descontados taxas de agenciamento publicitário.
Sem estádio para mandar os seus jogos, o Mossoró EC também foi atingido, pois teve que desistir de participar do campeonato de acesso do RN.
Diante do cenário, os clubes temem pelo futuro. Em entrevista na RPC, o presidente do Baraúnas, Lima Júnior, e o vice-presidente do Potiguar, Djalma Júnior, admitiram pedir licença junto à Federação Norte-rio-grandense (FNF) caso o Nogueirão permaneça fechado em 2025.
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