Domingo, 23 de fevereiro de 2025

Postado às 09h00 | 18 Fev 2025 | redação Cícero e Márcio Mossoró são lembrados como heróis incônicos da Copa do Brasil

Crédito da foto: Reprodução Manchete de Jornal de Fato sobre a vitória histórica do Baraúnas sobre o Vasco em 2005

Por Augusto César Gomes — ge/Natal

Copa do Brasil é conhecida por produzir heróis e personagens marcantes. A lista é extensa, mas o ge selecionou alguns nomes que, com certeza, trazem boas memórias aos torcedores (quase todos!) e amantes do futebol. Cícero Ramalho, Wellington Dias, Carlinhos Bala, Márcio Mossoró, Rodrigo Pimpão, Wallef "Goleiro de Boné", Obina e Hernane Brocador são ícones na história do torneio que começa sua edição 2025 nesta terça-feira.

Cícero Ramalho

Cícero Ramalho foi o carrasco do Vasco em 2005 — Foto: Reprodução

Cícero Ramalho foi o carrasco do Vasco em 2005 — Foto: Reprodução

Cícero Ramalho se tornou um dos personagens mais folclóricos da Copa do Brasil em 2005. Aos 40 anos, ele foi protagonista do Baraúnas ao eliminar o Vasco de Romário com uma vitória por 3 a 0 em pleno São Januário. O centroavante potiguar logo ganhou o apelido de "Cícero Romário". O ex-jogador carrega a fama de carrasco até hoje.

- A Copa do Brasil de 2005 tem rendido e acho que não vai acabar mais. Onde eu chego, a galera ainda tira sarro dos vascaínos. Eu fiquei dois anos sem jogar futebol, em 2003 e 2004, e achava que ali tinha encerrado a carreira. O presidente João Dehon (do Baraúnas) me convenceu a voltar em 2005, com 40 anos, e Deus guardou coisas boas para mim no final da carreira. É gratificante o carinho que recebo até hoje - falou ao ge.

Hoje com 60 anos, Cícero continua morando em Mossoró e está afastado do futebol - atualmente, é assessor parlamentar na Câmara Municipal de Mossoró.

 

Wellington Dias

O ex-atacante Wellington Dias marcou época com a camisa do Brasiliense, sendo vice-campeão da Copa do Brasil de 2002. Canhoto habilidoso, foi destaque em campanha memorável, na qual o time do Distrito Federal eliminou gigantes como Fluminense e Atlético-MG. Naquela oportunidade, fez oito gols, sendo vice-artilheiro do torneio.

- Dá saudade daquela época em que o Brasiliense chegou à final da Copa do Brasil. Foi um momento histórico para nós jogadores e também para a cidade de Brasília. O Brasiliense tinha sido fundado em 2000. No jogo de ida da final contra o Corinthians, a gente foi prejudicado pela arbitragem, né? O Brasil todo viu. No jogo da volta, nós saímos na frente com um gol meu de falta, e o Corinthians empatou com o Deivid - declarou ao ge.

Wellington Dias e Iranildo durante homenagem realizada pelo Brasiliense no início de 2025 — Foto: Mateus Dutra

Wellington Dias e Iranildo durante homenagem realizada pelo Brasiliense no início de 2025 — Foto: Mateus Dutra

- Hoje eu trabalho em uma escolinha de futebol em Caldas Novas, onde moro. Tento ensinar um pouquinho do que eu aprendi a essa garotada de 4 a 16 anos. Isso é gratificante demais pra mim. Apesar da minha idade (47 anos), eu ainda jogo até hoje no futebol amador em Caldas Novas e na região. O porte físico ajuda - completou.

 

Carlinhos Bala

Carlinhos Bala teve papel fundamental na conquista do título inédito do Sport na Copa do Brasil de 2008. No primeiro jogo da final, em São Paulo, o Corinthians venceu por 3 a 1. Na partida de volta, na Ilha do Retiro, vitória rubro-negra por 2 a 0, garantindo o troféu pelo critério do gol fora de casa. Bala fez um dos gols naquela oportunidade e se eternizou na história do clube. O ex-atacante também ficou conhecido por sua irreverência e se autoproclamou "Rei de Pernambuco".

Após o fim da carreira profissional, Bala se mantém ligado ao futebol, participando de torneios amadores e de X1. Em 2023, chegou a se aventurar no futebol americano. Ele também é influencer e garoto-propaganda de algumas marcas, além de ter um projeto social onde atende crianças da comunidade onde foi criado, em Recife. Recentemente, ele participou do quadro "Batalha de Craques”, do Esporte Espetacular, gravado nas belas praias das Maldivas.

 

Márcio Mossoró

Márcio Mossoró foi campeão da Copa do Brasil com o Paulista, em 2005. Ele fez um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, no jogo de ida da decisão. O título viria com um empate sem gols em São Januário, no Rio de Janeiro. O atacante tinha apenas 21 anos à época e logo foi negociado com o Internacional, sendo campeão da Libertadores em 2006. Na sequência, Márcio passou 16 temporadas no exterior - em Portugal, na Turquia e na Arábia Saudita -, até retornar ao Brasil em 2022.

Antes de se aposentar, realizou o sonho de jogar ao lado do filho Nikolas, com a camisa do Potiguar de Mossoró, clube da cidade onde nasceu. Também foi treinador interino da equipe durante a Série D de 2023. O ex-atacante encerrou a carreira, de fato, no Mossoró Esporte Clube, na segunda divisão do estadual do mesmo ano. Atualmente com 41 anos, ele administra uma arena de futebol society e uma escolinha no município. Em 2024, Márcio concluiu a Licença B de treinador da CBF e, em breve, poderá voltar a trabalhar no futebol profissional.

Márcio Mossoró concluiu a Licença B de treinador de futebol — Foto: Cedida

Márcio Mossoró concluiu a Licença B de treinador de futebol — Foto: Cedida

 

Wallef, o "goleiro de boné"

Wallef ficou conhecido como o "goleiro de boné" na classificação histórica do Afogados da Ingazeira diante do Atlético-MG, em 2020. Na oportunidade, após o empate por 2 a 2 no tempo regulamentar, o time do interior de Pernambuco venceu por 7 a 6 nos pênaltis. Wallef brilhou ao defender duas cobranças do Galo - do volante Allan e do meia Nathan - e o boné virou uma marca.

- Depois daquele jogo eu passei a ser conhecido nacionalmente. A questão de jogar de boné foi um divisor de águas. Infelizmente, logo após aquele jogo, veio a pandemia, o que atrapalhou muito para que eu pudesse chegar a um clube de maior expressão, mas é uma lembrança que jamais vou esquecer. Foi um um momento único da minha carreira, onde eu também pude levar o nome da minha cidade para todo o Brasil - disse ao ge.

A cidade dele é São José do Calçado (ES), onde foi eleito vereador em 2024, com 194 votos. Este, por sinal, foi o motivo para pendurar as chuteiras aos 29 anos. Seu último clube foi o Potyguar Seridoense, do Rio Grande do Norte, em 2024.

Sem boné: Wallef agora é vereador de São José do Calçado (ES) — Foto: Cedida

Sem boné: Wallef agora é vereador de São José do Calçado (ES) — Foto: Cedida

 

Obina

Obina também foi um herói improvável da Copa do Brasil. Em 2006, ele saiu do banco de reservas no segundo tempo para fazer o primeiro gol da vitória do Flamengo sobre o Vasco. O canto "Obina é melhor que o Eto'o" embalou aquela campanha que valeu o título rubro-negro. No total, o ex-atacante fez 47 gols em 175 jogos com a camisa do clube da Gávea.

Obina encerrou a carreira em 2018, por conta de lesões - jogou pela última vez em 2006, em passagem pelo futebol japonês. Atualmente, é empresário do ramo de construção em Salvador e também participa de jogos festivos com ex-jogadores por todo o país. Em 2024, ele foi embaixador do Cartola.

Obina foi herói do Flamengo em 2006 — Foto: Agência O Globo

Obina foi herói do Flamengo em 2006 — Foto: Agência O Globo

 

Hernane Brocador

O atacante Hernane Brocador ficou marcado na história do Flamengo ao marcar o gol do título da Copa do Brasil de 2013, em cima do Athletico-PR. Ele ainda foi o artilheiro do país naquela temporada, com 36 gols.

- Foi uma época marcante na minha vida, na minha carreira, onde tudo começou no cenário nacional. Fui campeão e artilheiro da Copa do Brasil, artilheiro do Brasil - lembra.

Hernane Brocador em ação com a camisa do Nacional — Foto: Fernando Vasconcelos/NFC

Hernane Brocador em ação com a camisa do Nacional — Foto: Fernando Vasconcelos/NFC

Aos 39 anos, ele segue em atividade no Nacional-AM na disputa do Campeonato Amazonense. Ainda não tem previsão para a aposentadoria, mas, no fim de 2024, concluiu a Licença B da CBF, certificação que o habilita a trabalhar como técnico nas categorias de base.

 

Rodrigo Pimpão

 

vitória por 5 a 2 do América-RN sobre o Fluminense, no Maracanã, entrou para a história da Copa do Brasil em 2014. Para muitos, é até hoje a maior virada da história do torneio. Depois de ter perdido para os cariocas por 3 a 0 na Arena das Dunas, em Natal, o América seguiu desacreditado para o Rio de Janeiro, viu o Flu abrir 2 a 1 no primeiro tempo, mas conseguiu marcar quatro vezes na segunda etapa, garantindo a classificação pelo critério de gols fora de casa. O quinto e último gol foi marcado pelo atacante Rodrigo Pimpão, justamente aos 45 minutos do segundo tempo.

Rodrigo Pimpão fez o quinto gol da vitória do América-RN sobre o Fluminense — Foto: Jorge Rodrigues / Agência Estado

Rodrigo Pimpão fez o quinto gol da vitória do América-RN sobre o Fluminense — Foto: Jorge Rodrigues / Agência Estado

- Quando eu vi a zaga bobeando, sem saber o que fazer, eu antecipei o zagueiro e fiz o gol. Aquilo ali para mim foi incrível. Foi um momento único. Fico muito feliz de ter feito parte dessa história. Tenho um carinho muito grande pelo América de Natal e por este feito que a gente conquistou na Copa do Brasil - comentou ao ge em outra oportunidade.

Pimpão pendurou as chuteiras em 2024 e se tornou sócio gestor de uma clínica odontológica em Curitiba.

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