Quinta-Feira, 06 de março de 2025

Postado às 17h15 | 06 Mar 2025 | redação Dorival explica ausência de Paquetá e confia na Seleção: "Muito próximos de um salto"

Crédito da foto: Rafael Ribeiro / CBF Dorival Júnior em convocação da seleção brasileira

Por Cahê Mota — ge

O técnico Dorival Júnior explicou as escolhas feitas na convocação para os jogos do Brasil contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias, e adotou tom otimista quanto ao futuro da Seleção.

Em entrevista coletiva após o anúncio da lista, Dorival falou sobre o grau de dificuldade das próximas partidas e analisou o momento vivido pela Seleção:

– É natural que exista fatores de rivalidade, ninguém foge disso. Mas temos que ter foco nos adversários e no que realizaremos em campo. Vamos nos preparar da melhor forma possível para enfrentar esses adversários. Eles sabem que serão jogos muito difíceis, o Brasil é uma seleção muito respeitada no mundo todo. Não tenho dúvida que serão dois grandes jogos, seleções que estão nas principais colocações da competição. Temos qualidade suficiente para buscar grandes resultados. Estamos muitos próximos de um salto, e a confiança para osso acontecer é muito grande. Se Deus quiser tudo vai acontecer, é só ter um pouco de paciência – comentou Dorival.

A Seleção recebe a Colômbia, no Mané Garrincha, em Brasília, no dia 20 de março, às 21h45. Em seguida, enfrenta a Argentina no dia 25, em Buenos Aires, às 21h. O Brasil ocupa o quinto lugar das Eliminatórias com 18 pontos, sete a menos do que a líder Argentina.

– Sempre respeitei processos. Às vezes a evolução não é muito difícil. Acredito que esteja se consolidando. A distância entre se jogar muito bem e dar espetáculo é mínima. O que precisamos é consolidação de equipe. Se pegarmos a fase das Eliminatórias, temos 61% de aproveitamento (com essa comissão técnica). Se olharmos bem para o futebol sul-americano, nenhuma equipe tem dado espetáculo, estão jogando por resultado. Estamos jogando pela classificação para depois pensar em algo diferente. Tudo é questão de momento – opinou.

– Grandes jogadores reunidos encontram caminhos desde que você apresente soluções e consiga dirigi-los. Essa organização, quando consolidada, taticamente e tecnicamente haverá evolução individual. Fizemos mudanças radicais em nomes na seleção e muitos dos jogadores aqui tinham poucos jogos. A estrutura da seleção está mudando um pouquinho, e para isso precisamos de um tempo maior, e tempo não temos – completou Dorival.

Dorival Júnior em convocação da seleção brasileira — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Dorival Júnior em convocação da seleção brasileira — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A convocação ficou marcada pelo retorno de Neymar após quase um ano e meio. Já a principal novidade foi o lateral-direito Wesley, do Flamengo, convocado pela primeira vez.

O meia Lucas Paquetá, nome frequente nas listas de Dorival, ficou fora desta convocação por conta de uma lesão no tornozelo. Ele não atua desde 15 de fevereiro.

– É uma situação, primeiro, médica. Ele teve uma lesão anterior e ficou 15 dias afastado depois de uma sequência de 10, 11 jogos. Ele voltou e teve mais 11 dias afastado. Para dois jogos neste momento é uma situação delicada. Para o que pensamos em termos todos os jogadores em condição para os dois jogos, seria um risco grande para a primeira partida. Não descarto a possibilidade de repente, dentro de uma necessidade, na segunda (partida) ele estar apto.

Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Dorival:

Zagueiros escolhidos

– É uma configuração para essas duas partidas, do que pensamos para esses dois adversários. Eu confio na versatilidade dos meus jogadores. Podemos citar o Danilo, ele atua em varias funções, já jogou como terceiro homem ou como lateral esquerdo. Temos na cabeça aquilo que queremos. O que eu quero é liberdade de movimentação, com a participação desses elementos marcando para que a gente com bola possa criar e ter liberdade.

 

Matheus Cunha

– Matheus vem desenvolvendo há algum tempo, regularidade, reconhecimento. Todas as considerações foram positivas quanto as atuações e comportamentos. Uma função que ele pode ser útil. Dentro dessa formação, vários jogadores atuam em vários setores. Algumas vezes, fica difícil uma nomenclatura entre meias e atacantes justamente para que tenhamos a condição de uma variável grande em relação às posições.

 

Momento da Seleção

– Eu acredito que estamos vindo de um processo de recuperação nas Eliminatórias. Temos uma forma de avaliar todos eles desde a primeira apresentação. É natural que não estejamos satisfeitos até esse momento. Muita coisa pode acontecer, acredito que todos estejam percebendo isso. Nessas últimas quatro partidas, acredito que já mostramos um nível superior ao que foi apresentado. Confio no trabalho que esta sendo desenvolvido por todos nós. Não duvido que faremos grandes clássicos

 

Análise dos jogadores

– Eu acredito que exista uma variação a todo momento. Foram quatro meses desde a última partida. Alguns jogadores caem um pouco de produção, alguns tem um rendimento superior. Esse é o nosso trabalho, estamos fazendo visitas, estreitando um pouco mais a comunicação com todos eles. Tentando observar o máximo possível de atletas aqui do país. Esse processo de entrada de saída é muito grande, temos que estar sempre atentos para ser o mais assertivos possível em relação as nossas tomadas de decisão

Dorival Júnior, técnico da seleção brasileira, em entrevista — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Dorival Júnior, técnico da seleção brasileira, em entrevista — Foto: Rafael Ribeiro / CBF

 

Posicionamento de Rodrygo e Raphinha

– Fica difícil rotular as situações aqui porque distribuímos um pouco melhor, mas são jogadores versáteis que podem atuar de uma maneira ou de outro. Raphinha na copa américa foi muito questionado. Hoje, um dos postulantes a buscar a bola de ouro. Já jogou conosco como lateral, como atacante pelos lados direito e esquerdo, como segundo homem ou muito próximo do Igor Jesus. Em qualquer função se adapta muito bem. E vemo mostrando isso no Barcelona, em qualquer situação, mudando com frequência de posição. Vini da mesma forma tem mudado seu posicionamento, ora, jogando mais aberto, ora, por dentro, ora, sendo até o atacante de referência quando não tem o Mbappe. O jogador busca esse espaço, eles têm de criar esse espaço e eles têm que ter liberdade de movimentação é o que acredito que com a característica desses jogadores nós poderemos encontrar na seleção.

 

Próximos jogos podem representar virada?

– Essa mudança é relativa. Se tivéssemos ganhados já esses últimos dois jogos seria uma mudança de chave? Estaria com a mesma preocupação e preparação. Muito bem focado para os dois jogos seguintes. Tudo vai acontecer com calma, equilíbrio. Se acontecer de queimar etapas, você pode pagar um preço alto lá na frente. Acredito em tudo que está sendo desenvolvido e com respeito ao processo de melhoria e crescimento deste grupo.

 

Busca pela classificação

– A gente sempre busca excelência. O que você tenta é explicar o momento que vem passando. A seleção, nós teremos um segundo período de reencontro, se Deus quiser, com a classificação para a Copa do Mundo confirmada. Até lá teremos a reunião deste grupo em formação, estão se conhecendo, se estruturando. Está começando a criar uma identidade. Não é tão simples, mesmo que tenhamos grandes jogadores. Encontramos momentos de partida com atuações quase perfeitas, em outros, percebemos vulnerabilidade. A partir do momento que encontrarmos uma equipe mais equilibrada, não tenho dúvida de que pela qualidade individual dos atletas teremos um crescimento muito grande. Temos vários jogadores que possuem característica de saírem de situações inusitadas partindo no um para um à frente dos defensores. Tudo é questão de tempo. Estamos lutando para encontrar esse momento, na expectativa de aliar as boas atuações aos resultados que precisamos. Partir lá de trás para alcançar essa diferença de pontuação já é uma boa conquista. Não estamos satisfeito, estamos buscando a melhor situação possível e vamos encontrá-la.

Tags:

Dorival Jr.
seleção
Brasil
futebol

voltar