Após o sorteio da fase de grupos da Libertadores, realizada ontem, em Luque, no Paraguai, o presidente da Conmebol deu uma declaração que gerou polêmica entre os torcedores brasileiros. Questionado sobre como seria a competição sem os clubes do Brasil, Alejandro Domínguez fez uma analogia envolvendo um macaco e afirmou que 'isso seria como Tarzan sem Chita'.
O que aconteceu?
O assunto surgiu depois da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sugerir que os clubes brasileiros deixassem as competições da Conmebol, após a entidade do futebol aplicar a punição ínfima ao Cerro Porteño pelo caso de racismo contra Luighi, na Libertadores sub-20. Alejandro Domínguez, por sua vez, não acredita nessa possibilidade.
— Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível — disse Alejandro Domínguez.
Chita foi uma personagem icônica da série Tarzan. Macaco interpretava uma fêmea que era o animal de estimação de Tarzan e Jane, sua companheira.
O que presidente da Conmebol diz?
Após a repercussão negativa, Alejandro Domínguez se manifestou, em nota oficial, sobre a sua declaração e pediu desculpas. O presidente da Conmebol afirmou que usou uma frase popular e não teve a intenção de menosprezar ou desqualificar ninguém.
"Em relação às minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A CONMEBOL Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos 10 países membros.
Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a CONMEBOL. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação."
Antes do sorteio da Libertadores, Alejandro fez um discurso em português admitindo que as sanções aplicadas pela entidade não têm sido suficientes para coibir atos racistas em jogos de futebol no continente. O caso mais recente foi no jogo entre Palmeiras e Cerro Porteño pela Libertadores sub-20, no último dia 6.
— A Conmebol é sensível a essa realidade. Como pode não ser (sensível) à dor do Luighi? Nosso desafio é sermos justos com aqueles que são responsáveis por esses atos. A Conmebol aplica sanções e faz tudo o que está a seu alcance para mudar essa realidade. Mas isso não é suficiente. O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, tem origem na sociedade, mas afeta o futebol — afirmou o dirigente.
Na ocasião, a Conmebol puniu o Cerro Porteño pelo caso de racismo contra os jogadores do Palmeiras com os portões fechados durante a Libertadores sub-20 deste ano e com uma multa no valor de 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil, na cotação atual). O time paulista, no entanto, afirmou que as punições foram extremamente brandas.
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