Há 30 anos, a Escolinha Independente de Futebol Association (Eifa) vem cumprindo a missão de revelar novos talentos para o futebol mossoroense. O trabalho de formação de atletas é coordenado pelo ex-jogador Romildo, que brilhou nos gramados nas décadas de 1970 e 1980.
Atualmente, as aulas acontecem em um campo de terra no bairro Santo Antônio. Foi ali, sob os olhares atentos do craque do passado, que diversos talentos deram os primeiros passos rumo ao futebol profissional.
“Comecei esse trabalho perto do campo do Nogueirão. Depois, vim para esse campo. Aqui, foi aonde eu comecei a revelar jogadores, como o saudoso Paulo Júnior, João Batista, Marcel, Nildo, entre outros”, destacou Romildo em entrevista à reportagem da Tevê Cabo Mossoró (TCM).
Durante as aulas, Romildo conta com o auxílio do filho, Daniel, que valoriza a importância de trabalhar com os garotos em campos tradicionais.
“Eu acredito que o futebol tradicional é o que revela e atrai o jogador. Temos um projeto de um society, para trabalhar com crianças menores, mas como já temos nosso campo maior, permanecemos com esse trabalho. Daqui, já saíram mais de 40 jogadores para os gramados profissionais”, enfatizou.
Com a ausência do Estádio Nogueirão, o Eifa revela dificuldades para disputar campeonato com time utilizando onze jogadores.
“Antes, era muito bom. Todo final de semana tinha quatro categorias jogando lá (Nogueirão). Fazíamos jogos preliminares da dupla Potiba. Isso ajudava bastante, pois era uma vitrine para os jogadores. Com essa perda do estádio ficou complicado. Reduziram as competições e hoje a criança não sabe o que é um campo grande de verdade”, ressalta.
Apesar das adversidades, o Eifa mantém seu propósito de contribuir para o futebol de Mossoró, preservando uma tradição construída ao longo das últimas décadas.
“Graças a Deus, estamos continuando. Espero revelar mais jogadores para o futuro do futebol de Mossoró e, quem sabe, para fora daqui. Continuarei esse trabalho até quando Deus me der saúde”, concluiu Romildo.
NOGUEIRÃO
Gerido pela Prefeitura de Mossoró desde sua municipalização, há mais de quatro anos, o Nogueirão foi anunciado com entusiasmo pelo prefeito Allyson Bezerra. Na época, ele registrou nas redes sociais, com pompa, que “o mossoroense pode ter orgulho de ter um estádio, de apoiar os clubes da cidade e ter a certeza de que o esporte está sendo valorizado em Mossoró. O Nogueirão é do povo mossoroense”.
Até agora, porém, as promessas não saíram do papel.
Pelo contrário, a situação se agravou. O Nogueirão está interditado pela Justiça desde 7 de fevereiro de 2024, após a Prefeitura ignorar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e não realizar uma simples obra de acessibilidade. A gestão municipal teve dois anos (2022 e 2023) para cumprir a exigência, mas não o fez. Diante da omissão, a Justiça atendeu a uma ação movida pelo Ministério Público (MP) e determinou a interdição do estádio.
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