Referência nacional na geração de energia eólica, o Rio Grande do Norte está em debate no principal congresso e feira de negócios da América Latina sobre o segmento. “Quero que o nosso estado esteja à altura de exercer o protagonismo da energia offshore (no mar)”, afirmou a governadora Fátima Bezerra na abertura da 13ª edição do Brazil Windpower, nesta terça-feira (18), em São Paulo. Organizado pelo Grupo Canal Energia by Informa Markets, pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), o evento reúne as principais autoridades do setor, entidades representativas, fabricantes e executivos do segmento eólico.
“Eu queria inicialmente parabenizar a ABBeólica e as demais entidades pela realização do Fórum, que está muito representativo. Evidente que na condição de governadora de um Estado que tem protagonismo muito importante nessa área de energias renováveis, fiz questão de vir, junto inclusive com a nossa equipe técnica: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com a presença também da Academia (a UFRN), que tem sido uma parceira muito importante no desenvolvimento dos estudos e projetos com relação a expansão da energia renovável do Rio Grande do Norte”, ressaltou a chefe do executivo estadual.
Com a presença de toda a indústria eólica, a governadora Fátima Bezerra assinou um memorando de acordo com a Nordex Acciona, fabricante de aerogeradores, e nos próximos dias firmará parceria com a Siemens Gamesa. Os acordos têm foco na colaboração entre a indústria e o governo para troca de conhecimento e desenvolvimento do setor no estado, que já é o maior em capacidade instalada da fonte onshore (em terra).
“Hoje somos exportadores de energia para o Brasil, com a offshore queremos exportar energia para o mundo, para isso estamos proporcionando a infraestrutura logística necessária com o porto indústria verde e o programa estadual de hidrogênio verde”, afirmou a governadora em entrevista coletiva.
O Estado ainda não conta com um marco regulatório para a tecnologia offshore, mas o Governo do RN está fazendo a lição de casa para estar preparado para o momento que a regulação chegar. Estudo feito pelo Senai-RN apontou que o potencial offshore no RN é da ordem de 140 GW.
Para a chefe do executivo estadual, o evento é mais uma oportunidade para o Governo do RN mostrar os incentivos oferecidos pela gestão estadual para a instalação de novas empresas, indústrias e atividades relativas ao setor. A questão foi tratada em reunião com diversas empresas do setor.
Vestas
Em encontro com a Vestas, o presidente da empresa para a América Latina, Eduardo Ricotta tratou do HUB de serviços no entorno de Natal e Parnamirim. O empreendimento tem a capacidade de movimentar o porto e gerar novos empregos.
“O que nós estamos fazendo no RN será modelo para todos os 20 países onde estamos atuando. Esse entendimento de discussão aberta com o Governo é essencial para que os projetos possam fluir”, afirma Eduardo Ricotta.
A empresa dinamarquesa já atua no RN e é líder mundial em turbinas onshore e offshore - fabricação, venda, instalação e manutenção. No estado, está em funcionamento o Centro de Serviços, o Vestas Warehouse - Service Center, em Parnamirim, único da empresa no Brasil.
Outro assunto discutido foi a formação profissional nas unidades do Instituto Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do RN (IERN). O Governo irá viabilizar com a Vestas parceria que visa oferecer formação profissional adequada aos jovens para o setor das energias renováveis que tem forte potencial no Estado, inclusive offshore, eólica, solar e hidrogênio e amônia verdes.
“A Vestas quer se somar a essa formação. Queremos oferecer apoio na formação em energias renováveis junto aos institutos no RN. Na hora que o aluno sair dali a empresa já aproveita, pois ele foi formado com todo conhecimento para atuar”, afirmou o presidente da Vestas.
Dois A Engenharia
A governadora Fátima Bezerra e sua comitiva foram recebidas também pelo CEO da Dois A Engenharia, Sérgio Azevedo. Uma empresa potiguar que se transformou em uma das maiores construtoras de parques eólicos do Brasil, com atuação internacional.
Além da infraestrutura dos parques eólicos, a Dois A Engenharia passou a atuar na construção de parques de energia solar.
A governadora tratou, ainda, de tecnologias para uma transformação verde global e econômica com Maxwell Cohen, responsável pelo desenvolvimento de novos mercados para América da Ørsted.
A empresa dinamarquesa, que há pouco mais de dez anos atrás, tinha 85% da energia gerada a partir de combustíveis fósseis e 15% de fontes renováveis, teve a proporção invertida. Hoje, a empresa trabalha com a meta de neutralizar totalmente suas emissões de carbono até 2025.
Fonte: Assecom/RN
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