O saldo entre unidades locais de empresas entrantes no mercado e as que saíram manteve-se positivo em 2020, no Rio Grande do Norte: 2,5 mil. Apesar da pandemia, este foi o segundo ano de saldo positivo desde 2018 (ano em que a quantidade de unidades locais de empresas diminuiu em 561 unidades). A taxa de sobrevivência (percentual das unidades locais ativas em 2019 e que continuaram em 2020) foi de 81%, um pouco abaixo das taxas do Nordeste (81,9%) e nacional (83,1%).
Em 2020, segundo o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE, o RN tinha 58 mil unidades locais ativas que empregavam 364,5 mil pessoas assalariadas. Os salários e outras remunerações pagos somaram R$ 8 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1.697,46.
O IBGE define “empresas” como entidades empresariais com CNPJ e estabelecidas no país e define “unidades locais” como os endereços de atuação das empresas (sufixo do CNPJ).
As informações são do estudo “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2020”, divulgado pelo IBGE.
Efeitos da pandemia não foram completamente observados
A taxa de entrada caiu de 21,7% em 2019 para 19% em 2020, e a de saída, de 17,1% para 14,6%. Devido à pandemia, seria de se esperar redução na taxa de entrada, mas não na de saída, que foi a menor desde 2008, início da série histórica. Dessa forma, espera-se que os efeitos da pandemia sejam melhor percebidos nas próximas pesquisas. Vale observar que, a partir de 2019, a pesquisa sofreu uma alteração metodológica na forma como se define “organizações ativas”, em razão do
novo sistema de registro adotado pelo governo federal (substituição gradual das informações provenientes da RAIS e do CAGED pelos registros do eSocial).
A taxa de entrada é a razão entre o número de entrada de empresas e a população de empresas no ano de referência e a taxa de saída é razão entre o número de saída de empresas e a população de empresas no ano de referência.
Unidades locais das empresas sobreviventes empregam 96,8% dos assalariados
Entre as 58 mil unidades locais ativas de empresas, 47 mil são sobreviventes, ou seja, já estavam em atividade em 2019, o que representa uma taxa de sobrevivência de 81%, um pouco abaixo da média nacional (83,1%). Entraram em atividade 11 mil (19%), sendo a maior parte (8,9 mil) empresas nascidas e 2,1 mil, reentradas. No total, saíram do mercado 8,6 mil (14,6%) unidades locais.
Das 365 mil pessoas ocupadas nas unidades locais ativas, 96,8% (353 mil) estão presentas nas unidades locais sobreviventes, taxa similar à nacional, de 96%. As unidades sobreviventes remuneram, em média, R$ 1.706,53, ante R$ 1.215,88 das empresas entrantes. Nacionalmente, o salário médio das unidades locais sobreviventes é de R$ 2.583,38 vis a vis R$ 1.649,87 das entrantes. No Nordeste, as sobreviventes pagam, em média, R$ 1.824,97, frente a R$ 1.360,78 das entrantes.
No geral, as empresas sobreviventes possuem maior porte e pagam salários mais elevados, o que pode contribuir para atraírem mais profissionais com ensino superior.
Em 2020, dentre as unidades da federação, o RN é o estado com o terceiro menor salário das unidades locais entrantes, atrás somente do Piauí (R$ 1.1179,88) e do Amapá (R$1.213,96).
A Demografia das Empresas considera como unidades ativas somente aquelas com natureza jurídica de entidades empresariais, excluindo órgãos da administração pública, entidades sem fins lucrativos, organizações internacionais que atuam no país e microempreendedores individuais (MEIs).
Comércio puxa saldo positivo de empresas, mas perde pessoal ocupado
O setor que mais contribuiu para o saldo positivo de 2,5 mil unidades locais no estado foi o de “comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas”, com saldo de 1,4 mil, seguido pelas “atividades profissionais, científicas e técnicas” (293) e “saúde humana e serviços” (277).
Apesar do saldo positivo de entradas e saídas de unidades locais de empresas, o comércio foi um dos setores que mais perdeu pessoal frente ao ano anterior: menos 3,5 mil, ficando atrás apenas de “alojamento e alimentação”, que perdeu 4,7 mil trabalhadores.
Após dois anos em alta, número de unidades locais de empresas de alto crescimento recua em 2020
O número de unidades locais de empresas de alto crescimento caiu 2,5% em 2020 e fechou em 703 unidades, representando 7,2% do total de unidades locais no Rio Grande do Norte, próximo à média do Nordeste, que é de 7,3%. Em 2019, essa marca havia sido de 721, com alta de 5,72% em relação a 2018. Em 2020, o pessoal ocupado assalariado nas unidades locais de empresas de alto crescimento recuou 14,5% frente a 2019.
No RN, a taxa de sobrevivência das unidades locais nascidas em 2010 foi de 19,4%, um pouco acima da média do Nordeste (19,1%), mas abaixo da média nacional (21,3%).
De 2017 a 2020, o pessoal assalariado aumentou 3,3% nas empresas de alto crescimento do estado, enquanto no Nordeste houve aumento de 19,4% e nacionalmente de 41,7%.
Empresas de alto crescimento são as que têm crescimento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ano, por um período de três anos, e têm 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial da observação.
Rio Grande do Norte possui apenas 1,2% das unidades locais das empresas de alto crescimento do país
O Rio Grande do Norte abarca 1,2% das unidades locais das empresas de alto crescimento e responde por 0,83% do pessoal assalariado nesse tipo de empresa, apesar de sua população corresponder a 1,7% do total do país.
Rio Grande do Norte tinha 41 unidades locais de empresas “gazelas” em 2020
No RN, a participação de empresas “gazelas” no conjunto das empresas de alto crescimento caiu de 7,4 (53) para 5,8% (41), de 2019 para 2020. Nacionalmente essa porcentagem foi, respectivamente, de 11,2 para 11,4% (situação de estabilidade), já no Nordeste, a participação foi de 16,1 para 19%, com Pernambuco (214), Bahia (191) e Ceará (140) com as maiores contribuições.
Em 2020, houve queda no pessoal ocupado assalariado em empresas “gazelas”, quando o número atingido foi de 1.643 frente à marca de 1.886 em 2019. Com a queda, 2020 representa agora o segundo menor nível da série histórica iniciada em 2008, a frente apenas do índice de 2017, em que o número de empresas “gazelas” havia sido de 1.226. O maior valor da série histórica foi observado em 2014, com 5.129 unidades locais de empresas “gazelas”.
Em 2020, Bahia, Ceará e Pernambuco possuíam mais de 7 mil empresas “gazelas”, enquanto o Maranhão tinha mais de 5 mil.
Empresas “gazelas” são um subconjunto das empresas de alto crescimento, formado pelas entidades mais jovens, situadas na faixa de 3 até 5 anos de existência no ano de referência e que apresentam crescimento médio anual superior a 20%, em um período de três anos.
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