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Postado às 23h45 | 08 Jul 2023 | redação Rio Grande do Norte vai “exportar” sistema de dessalinização para o Amapá

Crédito da foto: Assecom/RN Sistema de dessalinização no Rio Grande do Norte que pode ser usado na Foz do Amazonas

Jornal de Fato

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, conheceu um sistema de dessalinização de água na cidade de João Câmara, na região metropolitana de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Ele foi recepcionado pela governadora Fátima Bezerra (PT) e estava acompanhado do governador do Amapá, Clécio Luís, e do senador Davi Alcolumbre (União/AP). O objetivo é replicar no estado nortista a experiência potiguar.

"Nós temos realidade hídricas muito diferentes neste Brasil de dimensão continental. Então, procuramos conhecer experiências tecnológicas já existentes e que sirvam para solucionar problemas que existem em outros locais. E, com isso, procuramos construir parcerias entre os governos. Essas trocas de experiência, essas parcerias são decisivas e recomendadas diariamente pelo presidente Lula”, destacou Waldez Góes.

“O Amapá é um estado que, na foz do Amazonas, requer muito o uso desse tipo de tecnologia de dessalinização, uma vez que o Atlântico está salinizando bastante o arquipélago no Bailique, que tem mais de 60 comunidades e 18 mil pessoas vivendo com muita dificuldade em termos de água para consumo humano”, acrescentou Góes. “E a experiência aqui do Rio Grande do Norte será importante para o trabalho que desenvolveremos no Amapá”, completou.

O sistema visitado está localizado na comunidade Serrote São Bento, em João Câmara, também conhecida como 'Amarelão'. O governo do estado firmou cooperação com as empresas CPFL Renováveis e State Grid, como forma de compensação ambiental, para instalação do dessalinizador.

Na comunidade, a água é captada a 150 metros de profundidade. São 80 mil litros de água dessalinizada por dia, distribuídos por meio de uma adutora com extensão de 5 quilômetros, beneficiando cerca de 3 mil pessoas em 800 residências.

"Esta era uma antiga reivindicação daquela comunidade, que é indígena e agora passa a ter acesso à água de qualidade, em quantidade, e que será modelo para o estado do Amapá", afirmou a governadora do Rio Grande do Norte.

 

Ações no Rio Grande do Norte

Durante a visita, o ministro Waldez Góes ressaltou que o Governo Federal vem se empenhando para garantir segurança hídrica para a população do Rio Grande do Norte. “Aqui, trabalhamos integrado ao governo do estado e temos grandes investimentos para garantir assistência hídrica ao povo do potiguar, com a construção e recuperação de barragens e sistemas adutores, entre outras iniciativas”, afirmou.

Uma das infraestruturas hídricas que está sendo executada pelo Governo Federal no estado é o Sistema Seridó. Em junho, o MIDR repassou R? 116 milhões para dar continuidade às obras, orçadas em R? 600 milhões, no total. Quando concluído, o projeto vai levar água e garantir segurança hídrica a cerca de 300 mil pessoas em 24 municípios do Rio Grande do Norte.

As obras estão sendo executadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), empresa pública vinculada ao MIDR, e têm previsão de conclusão para 2025.

“Esse projeto foi concebido para viabilizar segurança hídrica na região mais sofrida do Rio Grande do Norte, que é o sul. Dessa forma, garantiremos o abastecimento regular de água para consumo humano e animal e também para o desenvolvimento da região, com uso industrial e com outras matrizes”, destaca o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.

 

Ramal do Apodi está garantido, afirma ministro

Em abril, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional realizou a detonação de uma rocha para dar continuidade às obras do Túnel Major Sales, na cidade de Luís Gomes, na região do Alto Oeste potiguar. A estrutura faz parte do Ramal do Apodi e terá 6,3 quilômetros de extensão.

Uma das obras previstas no projeto original da transposição do Rio São Francisco, o Ramal do Apodi vai beneficiar, quando concluído, cerca de 750 mil pessoas em 54 cidades dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. O investimento federal no empreendimento é de R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 938,5 milhões para as obras físicas.

Por meio do Ramal do Apodi, as águas do Velho Chico serão transportadas a partir da estrutura de controle do Reservatório de Caiçara, na Paraíba, até o Reservatório Angicos, no Rio Grande do Norte, em uma extensão aproximada de 115 quilômetros.

Já a Barragem de Oiticica está em fase final de construção, com as obras sendo executadas pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). A estrutura vai garantir o abastecimento de 330 mil pessoas em oito cidades potiguares. Ao contribuir com o controle das cheias na região, a barragem vai permitir a ampliação de até 10 mil hectares de área irrigada.

Além das grandes obras hídricas, o MIDR já instalou 109 sistemas de dessalinização no Rio Grande do Norte, que atendem 25 mil pessoas em comunidades rurais de cerca de 60 municípios potiguares. Outros 97 sistemas também serão instalados no estado por meio do Programa Água Doce, dos quais 11 já estão com as obras iniciadas.

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